Simonal no auge

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Um disco de Wilson Simonal lançado pela EMI mexicana e inédito no Brasil ganha sua primeira edição em CD. México 70 aproveitava a presença do cantor durante a Copa do Mundo no país, quando a temporada de três meses cantando em uma boate local reunia pessoas de todo mundo.O disco estava perdido.

Quando os músicos Wilson Simoninha e Max de Castro, filhos do cantor, reuniram toda sua discografia na gravadora Odeon em um box, esse trabalho ficou de fora. O esquecimento foi acusado por um fã de Simonal que escreveu aos músicos perguntando sobre o disco. Simoninha e Max não conheciam o trabalho, mas pesquisaram os arquivos da gravadora, consultaram registros de estúdio e descobriram o disco que permaneceu quarenta anos esquecido. A efervescência da carreira de Simonal acabou deixando o trabalho restrito apenas ao lançamento mexicano.

No clima dos mundiais, Simonal abre o disco com Aqui é o país do futebol, cheio de suingue e gírias que chegou a ser lançada em compacto no Brasil. Mas o repertório não segue o assunto. Passam sucessos brasileiros e americanos além de uma música italiana. Simonal apresenta uma seleção bem eclética, desde uma surpreendente Ave Maria no morro bem ao seu estilo até o clássico Benjor Que pena. Os arranjos são de César Camargo Mariano e acompanhamento de seu elegante Som Três.

Simonal também recria com suingue a bossa mundial Garota de Ipanema e a valsa Eu sonhei que tu estavas tão linda pronta para o baile. Ao lado dos clássicos brasileiros, esbanja voz e estilo em Raindrops keep fallin’ on my head e em um medley hippie que junta Aquarius e Let the sunshine in. A turma da malandragem aparece na história de Kiki, composição do próprio Simonal com Nonato Buzar.

O disco registra Simonal em seu auge, não só comercial mas também artístico. Um ano antes havia protagonizado a célebre cena em que regia a platéia de 15 mil pessoas do IV Festival Internacional da Canção no Maracanãzinho. Já em 70 vinha de uma apresentação de muito sucesso no Midem da França e de uma versão em italiano para País tropical. Depois da temporada no México era a vez de cantar com Sarah Vaughan em São Paulo.

O escândalo que acabaria com sua carreira aconteceria apenas dois anos depois. México 70 aparece, então, como um capítulo desconhecido dessa fase áurea em que Wilson Simonal foi um ídolo da música e do entretenimento. Ouça…o rei da pilantragem saudável…

Fonte: por Beto Feitosa

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