Os primeiros álbuns da nova fase da Polysom, única fábrica de vinis em funcionamento no Brasil, estão sendo lançados neste mês pela gravadora Deckdisc. “Cinema” da banda Cachorro Grande, “Onde brilham os olhos seus” de Fernanda Takai, “Fome de tudo” da Nação Zumbi e “Chiaroscuro” de Pitty, foram os discos escolhidos para ganhar reedições no novo formato.
As bolachas têm tiragem limitada e prensagem em alta-fidelidade. “Seguimos os padrões mundiais para cada pequena coisa, os padrões que sempre deram certo. Não há improviso. A pressão da caldeira, o calor emanado, a resfriação, a niquelagem, o corte do acetato, as dimensões dos discos e rótulos, tudo isso tem que seguir à risca uma cartilha. Por isso demoramos tanto tempo para reabrir”, explica João Augusto, presidente da Deckdisc, que comprou a Polysom em 2009.
Renascimento dos vinis
Em 2009, as vendas de vinis subiram 50% nos EUA segundo dados divulgados pela Soundscan, e João acha que a tendência deve se refletir no Brasil. “A nossa produção pode chegar a 40 mil discos por mês. Acredito numa demanda alta porque já tem muitos interessados”, declarou em entrevista ao G1 em julho do ano passado.
Os artistas também se dizem contentes em terem seus discos lançados no formato. “É um sinal de prestígio”, afirma Fernanda Takai. “Nunca pensei que isso fosse acontecer outra vez. Fiquei contente por ter sido uma das primeiras nesse lançamento.”
Fernanda diz que sua coleção de discos não é muito grande. “Não tenho também uma coleção muito extensa de CDs. Costumo ter tudo dos artistas que gosto mais”, confessa, listando entre suas joias “EPs do Duran Duran com faixas raras e uns discos infantis, como o ‘Pluft, o fantasminha’, com capa do Juarez Machado” .
A vocalista do Pato Fu conta que gosta da praticidade do CDs, mas que também aprecia o impacto visual dos vinis. “Eu confesso que não tenho restrições ao som do CD, mas ter aquele espaço todo no projeto gráfico do vinil é sempre muito atraente. Talvez o que seja mais diferente nisso tudo é o ritual de pegar o disco, trocar o lado, ter um envolvimento mais físico outra vez.”
Colecionador de ‘bolachas’
Pupilo, baterista da Nação Zumbi, é um colecionador mais afoito. Diz que guarda em torno de 1.500 “bolachas” em casa, citando “Os Afro Sambas” de Baden Powell e Vinícius de Morais e discos do outsider novaiorquino Moondog e do mestre das guitarradas Aldo Sena entre suas preciosidades.
O músico acha que o lançamento em vinil de “Fome de tudo”, disco mais recente do grupo, é também um presente para os fãs. “Essa edição mostra o quanto é importante prestigiar os fãs com uma qualidade sonora excelente.”
Nação, Fernanda, Cachorro Grande e Pitty se reúnem nesta terça-feira (23) em São Paulo para uma noite de autógrafos comemorando os novos lançamentos. Com entrada franca, o evento acontece na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073) a partir das 18h.
Com as informações do G1