A cantora paulista Mallu Magalhães está de disco novo. É o segundo da carreira dessa jovem de apenas 17 anos, revelada aos 15 anos pela internet. Em entrevista ao G1, a artista disse esbajar desenvoltura vocal e criatividade em faixas que passeiam pelos mais variados estilos, do blues “Nem Fé Nem Santo ao reggae, “Shine Yellow”.
– Não senti o peso do segundo disco no começo, só quando vi tudo pronto”, conta Mallu. “Fui corajosa. Fiz o que eu senti, fui sincera. Não tinha muita opção, eu sou isso. Não adianta tentar fingir. Olhando tudo agora, acho bonito e tenho orgulho de ter feito com tanta honestidade – comentou.
Entre as principais mudanças de um ano para cá, ela diz que passou a levar o trabalho mais a sério. “Agora tenho uma profissão, tento enxergar como posso melhorar. Antes eu ia fazendo e não estava nem aí, era uma coisa pra mostrar pros meus filhos. Resolvi levar a música a sério e venho melhorando em vários aspectos. Me sinto mais segura para dar entrevistas, sinto que minhas ideias estão mais claras. O que mais mudou foi isso, a seriedade.”
“A maior dificuldade quando fui fazer o disco foi encontrar um fio condutor”, diz. “O álbum é tão eclético que eu tinha vontade de fazer um lado A e um lado B. Algumas canções eram muito diferentes. Aí tentei me concentrar na costura e fui indo atrás de ferramentas para conseguir atingir a essência. Por isso escolhi o Kassin como produtor. Achei que ele teria o conhecimento dos dois lados, e conseguimos chegar ao fator sinceridade.”
A artista, que antes dizia ter vergonha de cantar em português, colocou no disco seis composições no idioma. “Tenho a impressão de que esse é um disco duradouro para o ouvinte. A pessoa gosta de uma coisa um mês, no outro gosta de outra. Acho que isso é importante porque tudo hoje é tão rápido. A pessoa ouve um disco e pouco tempo depois não quer nem saber. Essa coisa de ter várias faces pode ajudar a entender a essência do álbum.”
Entre os convidados estão Maurício Takara, que toca bateria em cinco faixas, a banda Jennifer Lo-Fi, que participa da tropicalista “O Herói e o Marginal, e ainda Marcelo Camelo, namorada da cantora. Disse ela que Camelo como artista a influencia naturalmente porque ela já era fã dos Los Hermanos e do disco solo dele”.
A cantora, que ainda mora com os pais em São Paulo, fez “Make it easy” para a mãe. Mesmo entre tantos compromissos de “popstar”, Mallu ainda acha importante terminar o segundo grau e cursar uma universidade.
– Sou um pouco deficiente de conteúdo acadêmico. Se eu fosse fazer uma faculdade, eu precisaria de mais base. Tenho vontade de fazer tanta coisa… Não sei se eu tenho necessidade de ter um diploma, porque não pretendo trabalhar numa empresa e bater cartão – explicou.