“Diálogos musicais entre o Oriente e o Ocidente” é o tema do 5º Festival de Música Barroca de Alcântara – evento gratuito, que acontece de 21 a 27 de julho nas cidades de Alcântara, São Luís, Rosário e Bacabeira.
O festival contará com a participação de seis grupos musicais, entre brasileiros e estrangeiros. Estão previstas doze apresentações durante os sete dias de duração do evento.
Além das apresentações musicais, estão previstas ações pedagógicas e workshops com os músicos convidados. A Fundação Dino – que fica no Hospital Aldenora Bello, para crianças com câncer – receberá concertos, assim como a Penitenciária de Pedrinhas.
Atrações
Abderrahim Abdelmoumen
Nascido na região do Tânger, em Marrocos, é considerado um dos grandes representantes da música como canal de diálogo entre os povos. O início da carreira musical de Abderrahim se deu a partir da experiência na “Zawiya Seddikia” – uma irmandade com preceitos espirituais, onde o artista aprendeu as bases da música Sufi e os valores do Sufismo. Considerado também um pesquisador criterioso da música da Andaluzia, hoje é reconhecido como um dos melhores intérpretes de Marrocos. Estudou teoria musical e alaúde no Conservatório de Tânger e tem uma maneira única de mesclar as influências das músicas religiosa e da Andaluzia.
Boston Camerata
Boston Camerata é um dos mais proeminentes conjuntos de música antiga dos Estados Unidos. Fundado em 1954, o grupo está desde 2008 sob a direção de Anne Azéma, cantora de origem francesa. Suas apresentações são conhecidas pela espontaneidade e emotividade, que costumam contagiar o público. No decorrer dos anos, o grupo tem realizado numerosas apresentações pelo mundo, com um repertório baseado na pesquisa das épocas medieval, renascentista e barroca. Também costumam executar música antiga norte-americana, sacra e secular. Seus integrantes se destacam pelo domínio técnico dos instrumentos antigos.
Ensemble Gaoshan Liushui
Formado em 2012, é o primeiro grupo de música chinesa atuante no Brasil. Voltado à performance das músicas folclóricas com instrumentos étnicos da China, o Ensemble explora as diferentes relações estéticas que a cultura chinesa apresentou ao longo de sua história, rearranjando e apresentando peças desde os primórdios da dinastia Qin (221–206 a.c.) até os anos da Revolução Chinesa. O Ensemble é formado por cinco músicos envolvidos com a cultura chinesa. Cada um dos integrantes, com sua área de atuação e especialidade, contribui para que o grupo seja um difusor do patrimônio cultural da música chinesa nas relações com o Ocidente.
Encontro Oriente Ocidente
Em 1966, o citarista Ravi Shankar gravou com o violinista Yehudi Menuhin o antológico álbum “O Ocidente encontra o Oriente”. O notável encontro entre os virtuoses abriu horizontes para que as colaborações entre artistas do oriente e ocidente se tornassem mais frequentes. Para comemorar os 50 anos do disco, as cantoras Mariíia Vargas (Brasil) e Oula Al-Saghir (Síria) juntam-se para um espetáculo onde o universo musical do ocidente e do oriente encontram-se mais uma vez, através de algumas das mais expressivas canções antigas e modernas da Europa ocidental e oriental.
Além das cantoras, o encontro contará com a participação do flautista Dyocleir Baulé, do percussionista Beto Angerosa e de Guilherme de Camargo nas cordas.
Julia León
Julia León é cantora e pesquisadora, com uma extensa carreira de recuperação de canções folclóricas tradicionais. Dedicou-se durante muito tempo a musicar poemas de autores como Lorca, Miguel Hernandez, Neruda, Nicolás Guillén e León Felipe Machado. Também trabalhou com poetas da Idade de Ouro espanhola, como Lope de Vega, Garcilaso, Gutierre de Cetina, Góngora, Sóror Juana Inés de la Cruz, Quevedo, Calderón, Santa Teresa de Jesus, Anonymous, Cervante e João da Cruz. Nos últimos doze anos tem-se dedicado à música sefardita através das comunidades judaicas de Madrid e Valência e, em Israel, a partir de contatos com a família de Isaac Levi, um dos mais conhecidos especialistas em música sefardita.
Yaqin Ensemble
Yaqin Ensemble é um grupo composto por instrumentistas de diferentes formações, que executam música étnica e oriental fundindo tradições do passado e do presente. O grupo utiliza a rica instrumentação do Oriente Médio ao lado do violoncelo barroco e da rabeca brasileira, criando texturas musicais únicas de timbres e melodias. Yaqin nasceu do trabalho do pesquisador e multi-instrumentista Mario Aphonso III, produtor de dois discos de música oriental aclamados mundialmente: Arabesque e Arabesque II. As composições autorais se utilizam da linguagem musical do oriente, com suas escalas e ritmos, fazendo grande uso dos quartos de tom e compassos assimétricos.
Sobre o Festival
A primeira edição do Festival de Música Barroca de Alcântara foi realizada em 2011, tendo como cenários a Igreja do Carmo, a Igreja da Sé e a Igreja Imaculada Conceição. O evento contou com a participação de oito grupos que realizaram 14 concertos durante quatro dias. Em 2012 aconteceu o segundo festival, que dessa vez incluiu a cidade de Rosário como sede das apresentações, além de Alcântara, São Luís e Bacabeira. O evento inseriu-se no calendário das comemorações dos 400 anos da capital maranhense e destacou a música francesa em concertos realizados por sete grupos.
Entre os dias 5 e 10 de junho de 2014 aconteceu o terceiro festival com o tema “A Música Holandesa nos Trópicos”, desenvolvido em 12 apresentações, além de outras ações didáticas e sociais. O IV Festival ocorreu entre 16 e 22 de julho de 2015, com 12 concertos executados por cinco grupos instrumentais. O tema escolhido foi “A Música no Tempo das Missões Jesuítas”.
Apresentado pelo BNDES, o V Festival de Música Barroca de Alcântara é idealizado pelo jornalista e empresário franco-maranhense Bernard Vassas, diretor geral da Equinox do Brasil, empresa promotora de eventos, baseada no Rio de Janeiro.
Serviço
5º Festival de Música Barroca de Alcântara
Data: 21 e 27 de julho
Local: Alcântara, São Luís e Bacabeira (Maranhão)
Informações e programação completa: http://festivaldealcantara.org/
ENTRADA FRANCA