Alice Passos, sábado, no RicoChoro Com Vida

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A última edição de 2015 do projeto RicoChoro Com Vida, idealizado por Ricarte Almeida, ocorre neste sábado (19/12), a partir das 18h, no Barulhinho Bom, (Rua da Palma, 217, Praia Grande).

Cantora carioca Alice Passos fala da importância do RicoChoro com Vida na divulgação da Música Popular. Brasileira. Foto: Divulgação.
Cantora carioca Alice Passos fala da importância do RicoChoro com Vida na divulgação da Música Popular. Brasileira. Foto: Divulgação.

A carioca Alice Passos é a convidada do grupo Chorando Callado. A noite vai contar, ainda, com a discotecagem de Marcelo Guzmán.

História

Alice Passos é uma das mais talentosas representantes de uma geração que traçou diferentes caminhos, mas que firmou o ponto de encontro na Lapa.

A cantora, apesar de ter vivido o seu amadurecimento no bairro boêmio carioca, onde chegou com apenas 15 anos para mostrar seu talento precoce em casas como Semente, Clube dos Democráticos e Carioca da Gema, por incrível que pareça, já tinha estrada.

Clã

Aliás, já nasceu e cresceu nos bastidores da música: é irmã da cantora e cavaquinista Mariana Bernardes e filha da cavaquinista Ignez Perdigão, também professora de gerações de artistas.

Aos oito anos entrou para os “Flautistas da Pro Arte”, onde até hoje milita, mas já como a renomada Orquestra de Sopros da Pro Arte. Durante esses 14 anos, tocou flauta, cantou e fez arranjos para a orquestra, que anualmente homenageia algum mestre de nosso cancioneiro.

Tour

Neste período fez apresentações no Rio, em Belo Horizonte, em Salvador e também uma turnê pela Áustria. Quando chegou à Lapa já foi pelas mãos de Wilson Das Neves, na casa Estrela da Lapa.

Com o baterista de Chico Buarque, parceiro de Paulo César Pinheiro e bamba do Império Serrano fez shows também em Belo Horizonte, além de fazer coro em seu último trabalho, “Pra gente fazer mais um samba”.

A partir deste encontro tornou-se figura onipresente nas noites do bairro. Foi por três vezes finalista do concurso de Novos Talentos do Carioca da Gema e passou a ser chamada para diversas gravações.

Parcerias

Alice já cantou ao lado de grandes artistas como Guinga, Yamandú Costa e Roberta Sá. Ela conversou com o Blog sobre a trajetória artística, as visitas a São Luís e o show do sábado e elogiou a iniciativa do projeto RicoChoro Com Vida.

PEDRO SOBRINHO: Além de tocar flauta, você canta. Das duas atividades qual você se relaciona melhor quando está no palco ?

ALICE PASSOS: Cantar. Toquei flauta durante 15 anos na Orquestra de Sopros da Pro Arte e 4 anos com o Egberto Gismonti na Orquestra Corações Futuristas. Agora, sempre em grupo, sempre dividindo o solo com alguém, fazendo segunda voz.

Quando toco sozinha fico mais insegura. Agora, cantar eu canto sozinha há 10 anos e já fico mais à vontade.

PEDRO SOBRINHO: Tem artista que já nasce rotulada por um estilo musical. Você aceita rótulos ou gosta de cantar, independente da vertente ?

ALICE PASSOS: Eu gosto de dizer que canto Música Popular Brasileira. Canto canção praieira do Caymmi, canto samba, coco, maracatu, baião, forró, ikexá, ciranda, congada mineira, folia de reis… Enfim, canto o que o Brasil produz, independente da região ou da complexidade harmônica.

PEDRO SOBRINHO: E o samba o que ele representa para você musicalmente ?

ALICE PASSOS: Foi no samba que eu comecei a mergulhar como pesquisadora. É o gênero com o qual eu tenho mais intimidade. Ele representa meu chão.

PEDRO SOBRINHO: A velha e tradicional Lapa se tornou “O Berço do Samba” embalado por novos nomes da Música Brasileira, no qual o seu está inserido.  Qual a sensação de fazer parte desse movimento ?

ALICE PASSOS: Me deixa muito feliz estar relacionada a um grupo de músicos muito talentosos que há 20 anos vem revivendo a Lapa. Faz tempo que eu não canto lá, inclusive falando sobre isso deu saudade!

PEDRO SOBRINHO: Você acha que contribuiu na revitalização do samba entre os jovens ?

ALICE PASSOS: Acho sim, no meu tamanho, mas sim.

PEDRO SOBRINHO: Qual a relação de gratidão existente com o baterista Wilson das Neves ?

ALICE PASSOS: Olha, ouvir o das Neves cantar é uma aula de divisão do canto do samba. Como é ouvir Cyro Monteiro ou João Nogueira. E ter o privilégio de trabalhar com ele há 10 anos é das maiores escolas que uma pessoa pode ter.

Tenho uma gratidão eterna à ele.

PEDRO SOBRINHO: Quais outros músicos brasileiros que você tenta buscar a fonte para as suas músicas?

ALICE PASSOS: Como não componho, tenho como fonte os intérpretes Elizeth Cardoso, Cyro Monteiro, Áurea Martins, Cristina Buarque, Renato Braz e Amélia Rabello.

PEDRO SOBRINHO: Você acha que já tem seu lugar cativo na Música Popular Brasileira ?

ALICE PASSOS: Não, mas estou buscando ele.

PEDRO SOBRINHO: Como surgiu o convite para fazer show em São Luís. Enfim, participar do projeto RicoChoro Com Vida ?

ALICE PASSOS: Surgiu através da minha tia Joila Moraes. Já não vinha na ilha há três anos e estava morrendo de saudade. O convite surgiu numa ótima hora.

PEDRO SOBRINHO: Como você vê projetos musicais dessa natureza valorizando um segmento da Música Brasileira que a grande mídia ignora ?

ALICE PASSOS: Eu bato palmas e rezo para que patrocinadores invistam e para que o público compareça. Hoje existe uma alienação muito grande do que está acontecendo na música brasileira e projetos como este são uma jóia preciosa e só devem crescer.

PEDRO SOBRINHO: Qual a informação que você tem sobre a cidade ? E a sensação de retornar a ilha ?

ALICE PASSOS: Já deve ser a oitava ou nona vez que vou à Ilha do Amor. Já cantei no Armazém, no Circo da Cidade, no Clube do Choro… Quem me trouxe pra cantar aí pela primeira vez foi Mario Moraes, há nove anos. Ele me viu dando uma canja no Samba da Ouvidor, lá do Rio, e me convidou imediatamente para cantar aí.

PEDRO SOBRINHO: Qual o recado que você manda para o público de São Luís ?

ALICE PASSOS: Compareçam ao show! Faremos Nelson Cavaquinho, Noel Rosa e muito mais!

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