A Satchmo Produções[leia-se Fafá Lago] tem oxigenado a cena musical de São Luís apostando em nomes talentosos e poucos conhecidos no Brasil, além de apostar em artistas locais, que se permitem a ousar diante de um panorama do embrutecimento cultural, em que a mídia nacional condenou ao ostracismo os grandes artistas desse país, exemplos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, etc. etc.
Nessa experiência “B-Side” da música, a Satchmo já trouxe artistas como Fernanda Cunha, o instrumentista maranhense Pedro Araújo (atualmente morando no Rio de Janeiro), entre tantos outros, e de várias vertentes sonoras. A mais recente a se apresentar em São Luís, articulada pela Satchmo, foi a paulistana, da cidade de Franca, Larissa Baq.
Jam Session
Pela segunda vez na ilha [esteve no passado no “Rádio Pocket Show”, iniciativa da Acordes Produções e Satchmo Produções), a cantora, compositora e instrumentista retornou em dois shows. Trata-se do Sarau “VaiVoa”, nome do seu mais novo disco, em fase de pré-produção.
O primeiro encontro com o público maranhense aconteceu na última quinta-feira, dia 28/5, no Amsterdam Music Pub, na Lagoa da Jansen. Por onde deixa o seu rastro, Larissa gosta de flertar com a cena local. Manter essa conexão, esse intercâmbio, é muito importante para o trabalho de uma artista que gosta de democratizar a informação e perceber que o Brasil é um continente plural. E de um extremo a outro, existem formas do viver singular daquela região. Vivenciar essa experiência para ela é sinônimo de reinvenção.
E foi assim, que ela reuniu numa atmosfera de “Jam Session” múltiplos artistas com linguagens poéticas, timbres musicais e gerações distintos para dividir à primeira noite em São Luís. Por lá passaram Hermes de Castro, Marcos Lamy, Milla Camões, Ângela Gullar e Beto Ehongue. E no meio da performance de cada músico, lá estava ela interferindo com o seu ‘setlist’ autoral. Enfim, ela era a grande anfitriã.
Intimista
Na sexta-feira (29/5), no Cantinho da Estrela, na Praia Grande, Larissa Baq retoma o Sarau “VaiVoa”, numa clima mais intimista, exclusivamente dela. Espirituosa e cheia de charme, Larissa já cativou uma legião de fãs em São Luís, que compareceu e interagiu numa demonstração de afeto e conhecimento do trabalho de uma artista que sabe o que fazer com a música.
Ela já deixou bem claro que vive de música e a tem como uma fonte inesgotável. E o que se vê é uma artista que ouve, se capacita, dona de uma textura sonora definida, ou seja trabalha a música com personalidade e profissionalismo.
No segundo show, Larissa mostrou aperfeiçoamento no canto ‘folk’, mas cheio de brasilidade, e constatou que experimentar com ‘loops’ e timbres diferentes de guitarra são ferramentas perfeita para quem curte subir no palco sozinha.
Esperança
A autora de “Pausa” e “Quiçá”, canções já conhecidas de um expressivo público, trilha no caminho certo, graças ao jeito humilde de ser e atitude no palco. A gente espera, que Larissa ainda venha se tornar um luz no meio do túnel, mediante a um cenário musical brasileiro, cada vez mais descartável, onde artistas aparecem e somem com a mesma velocidade.
Ouça: Pausa – com Larissa Baq
Pedro, maravilha de texto. Muito obrigada.
Larissa Baq faz parte de uma geração que sabe pq tá no mundo.
Bjs