Choradeira no Jazz

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Elza Soares vive um momento ímpar e atípico em sua vida profissional. A cantora grava, pela primeira vez, um disco de jazz. Ao gravar no estúdio de Santa Tereza a faixa “Strange Fruit”, música eternizada na voz da cantora de jazz Billie Holiday (1915-1959), Elza caiu no choro e disse logo após passada a emoção, que o poema escrito em 1936 por Abel Meropol, tocou na ferida ainda aberta do racismo. “Eu sou a “Strange Fruit”, disse Elza, se referindo ao título do poema “Fruta Estranha”, em português.

Ao lado de músicos fluentes na língua do jazz, entre os quais, o baixista Jorge Helder, o trompetista Jessé Sadoc e o pianista Leandro Braga, Elza Soares prepara um disco de alcance internacional..A artista avisa que vai pôr sax para tocar numa das faixas do CD, além de ter Ed Mota em dueto numa das músicas do disco. Ela tem a intenção de chamar um cantor negro norte-americano para participar do disco.

Emocionada e eufórica ao mesmo tempo, Elza Soares encara com seriedade o trabalho e vibra com as frases do trompetista norte-americano Louis Armstrong (1901 – 1971), um dos nomes fundamentais da história do jazz. Ele disse que a cantora tinha um sax na garganta.

É uma pena que o mestre Antônio Vieira não está mais entre nós para poder curtir o mais novo trabalho de Elza Soares, que o reverenciou em vida, participando do show e do DVD gravado no Teatro Artur Azevedo, interpretando em dueto “Na Cabecinha da Dora”.

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