A nova comissão técnica da seleção brasileira chegou com o discurso antimarketing. Embora não seja o treinador dos meus sonhos Dunga assumiu o cargo e já deixou bem claro que a prioridade daqui pra frente é não a individualidade, mas sim coletivo. O tom desse discurso tem um alvo: a atitude do zagueiro David Luiz durante a Copa do Mundo.
Eu comungo da postura da atual comissão técnica brasileira, pois a vontade de aparecer de alguns jogadores foi mais que a vontade de jogar. Na minha opinião era o de querer ganhar no grito. Mesmo que não tenha sido essa intenção, a minha impressão era de exagero o comportamento do jogador David Luiz dentro de campo e quando estava concentrado na Granja Comary. Parecia que ele tentava chamar atenção a todo custo. Acabou conseguindo com um comportamento meio ‘ufanista’ e exagerado. Nada pessoal contra o jogador, mas de bobo não tinha nada. Depois de Neymar e do ex-treinador Luiz Felipe Scolari, ele foi um dos jogadores que mais faturou com propaganda.
Entre o título da Copa das Confederações e a Copa do Mundo, David Luiz se transformou no mais carismático jogador da seleção. Justificável. O cabelo grande e caricato, o jeito “gente boa”, de quem não se nega a dar autógrafos ou entrevista, fizeram a ser adorado, principalmente, pelas crianças. Suas expressões faciais a cada treino ou jogo também se tornaram populares. Só que o protagonismo de David Luiz não tinha noção de coletividade, pois priorizava apenas dois jogadores [ele e Neymar]. A fórmula acabou prejudicando o grupo nas semifinais contra a Alemanha, onde o Brasil foi goleado por 7 a 1, e contra a Holanda, na disputa do terceiro lugar, em que o Brasil foi derrotado por 3 a 0. E mais, David Luiz foi o pior em campo contra Holanda e bateu cabeça no chocolate aplicado pela Alemanha. Também pudera ele queria resolver tudo sozinho.
Uma criança convidada pela equipe do Fantástico, da Rede Globo, perguntou a Dunga se ele convocaria David Luiz, e o técnico desconversou. Mas citou o marketing pessoal. “o jogador tem que jogar pela eficiência, não porque vende uma imagem”. Proposital ou não. Imaturidade ou não. Que sirva de lição. Não é crime ser ‘midiático’, mas todo cuidado é pouco para que o excesso não vire espetacularização ou tremenda patacoada.
Se for chamado Dunga foi categórico: o zagueiro mais caro da história do futebol terá que se enquadrar na filosofia: “um por todos e todos por um”.