“Estou exorcizando alguns fantasmas”, foi assim que Marcelo Yuka explicou a importância da biografia “Marcelo Yuka – Não se preocupe comigo”, que teve noite de autógrafos nesta quarta-feira (13), no Rio.
Acompanhado do escritor Bruno Levinson, responsável por colocar a história do músico no papel, Yuka recebeu dezenas de fãs que ressaltaram sua importância como artista e militante político.
“Esse caráter pessoal de rever minha história é muito bom para mim, é uma forma de continuar”, explicou o artista durante conversa com o UOL.
Nas páginas, Yuka relembra a infância humilde em Campo Grande, a adolescência em Angra dos Reis e os primeiros passos como artista em Copacabana.
“Acho que o livro não deixa de ser também um pedido de perdão e um agradecimento a minha família por ter estado sempre ao meu lado independente das minhas escolhas, eles pagaram um preço alto por isso”, contou Yuka que em 2000, durante um assalto, fico paraplégico em decorrência dos nove tiros que levou.
Indagado se o livro – que levou cinco anos para ser feito – vem em boa hora se comparado ao momento político brasileiro, Yuka opinou: “Minha história é a história do amor, amor pelo acredito, amor pelas pessoas que nem conheço é por quem me dediquei tanto”. E afirmou que “há uma brisa reacionária” no ar do Brasil.
“Os reacionários estão há tempos saindo do armário, estamos vivendo pensamentos violentamente burros”, ressaltou.
Vítima da violência carioca, Yuka aproveitou ainda para condenar a atitude dos chamados “justiceiros”. “Tem muita gente confundindo justiça com vingança, quando isso acontece é prova maior quebráramos vivendo uma era fascista. Os corruptos sabem que estão errados, essas pessoas acham que estão certas, que estão fazendo o melhor para a sociedade”, opinou.