O Novo Já Nasce Velho

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Ultimamente, tenho me questionado sobre o que é ser conservador ou progressista, tradicional ou moderno, popular ou erudito, culto ou inculto, velho ou novo, jovem ou idoso, São palavras antagônicas e antônimas que sempre foram conceituadas de maneira equivocadas. Uma pessoa é considerada conservadora porque defende os ideais pela manutenção do ‘status quo’ (opressão, segregação, exploração) e o progressista é aquele ou aquela que prega em nome de uma sociedade igualitária, sem preconceitos. Estes foram os conceitos que aprendi nos livros e que deixei de comungar há um bom tempo. A leitura que faço hoje é de que somos todos conservadores e progressistas. Tudo funciona de acordo com os nossos interesses. Tem gente que defende os interesses dos trabalhadores, dos flanelinhas e ao mesmo tempo não gosta de preto, velho, futebol, homossexual, ou de comer em casa de pobre. É cego em nome de uma crendice e autoritária na forma de amar.

A discussão se estende ao que é tradicional ou moderno, popular ou erudito e culto ou inculto. Prefiro o relativismo ao etnocentrismo. Portanto, a tradição e a modernidade são filhas da mesma mãe. Uma precisa da outra. Uma não vive sem a outra. Já dizia o velho guerreiro Chacrinha se referindo à TV; ‘nada se cria, tudo se copia’. Em muita das vezes reinventamos para definir algo como modernidade. Em se tratando da ‘pieguice’ entre o popular ou erudito e culto ou inculto, costumo dizer que Cartola é tão erudito quanto Beethoven, assim como, comer peixe assado em uma aldeia quilombola ou indígena é tão representativo quanto tomar vinho importado em uma casa especializada na venda do produto. Enfim, todos têm uma função social.

E se o papo é ser velho ou novo, jovem ou idoso, podemos comungar com a máxima de que é melhor uma pessoa de 40 a duas de 20. Agora, não devemos radicalizar por conta dessa teoria para não ecoar como preconceito. Os paradigmas ainda precisam ser quebrados na cabeça de algumas pessoas que costumam julgar as outras pela idade. Em tempos de crise econômica mundial, de globalização, do mundo virtual, do culto à qualidade de vida, tem gente com mais de 50, às vezes tratado preconceituosamente de ‘dinossauro’,  pensando melhor, mais contextualizada com o século XXI. Acredito que no meio desse antagonismo criado ao longo da história da Humanidade, o que prevalece é ter habilidade diante aos desafios que a vida nos proporciona.

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