Célia Maria, uma maranhense, desconhecida em sua terra natal e no restante do Brasil. Com o talento que Deus lhe deu se tivesse nascido em um grande centro do País estaria fazendo companhia a algumas outras damas da Música Popular Brasileira, a exemplo de Dalva de Oliveira, Emilinha Borba ou Elizeth Cardoso.
Mesmo com as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, Célia Maria se mostra uma artista inquieta. Teve a oportunidade de conviver com notáveis figuras da Música Popular Brasileira, frequentando o tradicional de Copacabana. Em São Paulo, costumava ir junto a outros artistas ao edifício Martinele, cantar naquele reduto artístico e da boêmia. Entre esses artistas, nomes como nada menos que Ângela Maria e Jair Rodrigues, que assim como Célia, estavam em início de carreira.
Nos anos 70, ao lado do amigo maranhense João do Vale, ela teve o prazer de conviver também com Cartola, Zé Keti, Clementina de Jesus e o jovem Paulinho da Viola, freqüentando um antológico endereço – o Bar ZicaCartola, no Morro da Mangueira.
Apesar de toda essa vivencia pessoal e artística, de interpretações de ‘Uirapuru’ junto a Nilo Amaro e Os Cantores de Ébano até apresentação no Clube do Chacrinha, Célia Maria interrompeu sua carreira em virtude do casamento e do nascimento dos seus filhos.
Em 1996, voltou para São Luís, pela primeira vez. Tomou coragem para retornar um tempo perdido e deste modo, foi em busca de espaço aos palcos. No Teatro João do Vale, participou do projeto ‘MPB de Cara Nova’; no projeto ‘Aplausos’ na Galeria de Arte do Sesc/Maranhão também fez participação, e sacramentou seu retorno em show dentro do projeto ‘Tonico e Outros Bambas’, marco da difusão do Samba e Choro na capital maranhense em 2000.
Célia Maria tem participação no cd “O Samba é Bom’ de Antonio Vieira, na belíssima canção ‘Poema para o Azul’ e teve seu primeiro disco gravado, através da Série Sabiá, em 2001, intitulado – Célia Maria. Na obra, as interpretações de ‘Beatriz’ de Edu Lobo e Chico Buarque, ‘Lágrimas’ de Bibi Silva, ‘Samba Choro’ de Chico Maranhão entre outras, compondo dez faixas.
Depois disso, a cantora partiu mais uma vez para o Rio de Janeiro, interrompendo novamente sua carreira.
Quem não a conhece, terá uma boa oportunidade de assistir uma voz e performance de palco envolventes dessa diva, em show único nesta sexta-feira, dia 19, a partir das 21h, no Teatro Artur Azevedo.
Assinado pela Òpera Night Produções, o show terá a direção musical de Celson Mendes e Célia Maria será acompanhada por banda formada de músicos locais. Ela vai passear canções brasileiras, entre elas, ‘Milhões de Uns’ de Joãozinho Ribeiro, ‘Ciúme’ e ‘A Pedra rolou’ de Antonio Vieira, ‘Lápis de Cor‘ de Cesar Teixeira e ‘Pisa na Fulô’ de João do Vale.