Obra de Guimarães Rosa no Café Literário de abril

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O Centro de Criatividade Odylo Costa, filho promove a edição de abril do Café Literário, na terça-feira (23), às 19h, na Galeria Valdelino Cécio do Centro de Criatividade, na Praia Grande. Todas as edições do Café Literário, realizado no Centro de Criatividade, são abertas ao público de forma gratuita.

O professor, escritor, advogado e psicanalista Agostinho Ramalho Marques Neto é o convidado desta edição. Ele proferirá a palestra “Articulações em torno do julgamento de Zé Bebelo em Grande Sertão: Veredas”, da obra de Guimarães Rosa. Zé Bebelo é um dos personagens da obra que personifica o “chefe”, a astúcia, a sobrevivência. Torna-se, durante o desenrolar da estória, o líder dos jagunços.

Num outro momento serão feitas rápidas considerações sobre o estilo e a enunciação literária; o “sertão” rosiano, com ênfase às formulações “o sertão está em toda parte” e “o sertão é dentro de nós”.

Por fim, o professor fará algumas articulações tomando o julgamento de Zé Bebelo (um jagunço julgado por outros jagunços, ou seja, um julgamento entre “criminosos”) como uma metáfora do que acontece num julgamento jurídico considerado “normal” e “legal”, indicando pontos de aproximação e de afastamento entre essas duas ordens normativas e simbólicas, tomando como referência para minha leitura questões formuladas dentro de uma interlocução entre o Direito e a Psicanálise.

O romance “Grande Sertão: Veredas”, publicada em 1956, é considerado uma das mais significativas obras da literatura brasileira. Guimarães Rosa fundiu nesse romance, elementos do experimentalismo linguístico da primeira fase do modernismo e a temática regionalista da segunda fase do movimento.

A obra é uma narrativa do pós-modernismo brasileiro (geração de 45). Consiste em um longo diálogo/monólogo em que o protagonista, Riobaldo, velho jagunço que trocara a vida antiga pela tranquilidade da fazenda, narra a sua vida a um jovem doutor que chegou a suas terras.

Nessa obra de Guimarães Rosa, “O sertão é o mundo” é um mundo que pode ser registrado, manipulado e transformado. Se o interesse especial do escritor pelo espaço natural e cultural do sertanejo salta aos olhos dos leitores em cada trecho de sua obra, esse interesse, porém, aparece, não ocasionalmente, apenas como o fio da meada, como pretexto apenas para uma discussão maior sobre o ser humano e sobre o mundo, na verdade, sobre a relação sempre tensa, que se estabelece entre o ser humano e o mundo.

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