Pianista de origem romena no TAA, em agosto

0comentário

O palco do Teatro Arthur Azevedo recebe no sábado, dia 6 de agosto, às 20h o Concerto de Piano com o músico Cristian Budu, com entrada franca, e retirada de ingressos na bilheteria do teatro, a partir das 14h. No repertório peças dos renomados compositores Robert Schuman e Frederic Chopin.

Cristian Budu. Foto: Divulgação
Cristian Budu. Foto: Divulgação

O pianista Cristiian Budu é considerado um dos expoentes de sua geração, dotado de uma musicalidade genuína e personalidade artística e seu colorido pianismo vêm sendo internacionalmente reconhecidos. Desde muito jovem, Cristian alcançou os primeiros lugares em diversos concursos nacionais, como o Concurso Nelson Freire e o Programa Prelúdio da TV Cultura.

Premiado

No ano de 2013, tornou-se o primeiro brasileiro a vencer o Grande Prêmio do Concurso Internacional Clara Haskil, na Suíça, um dos mais importantes e prestigiados do cenário mundial, que elege apenas um ganhador por edição. Participou de muitos concursos e festivais no Brasil e exterior, tocou com várias orquestras sinfônicas de vários países da Europa e da Sinfônica Brasileira. Além, de ser reconhecido pela sua sensibilidade camerística, Cristian já teve a honra de dividir o palco com muitos artistas e músicos internacionais.

O Concerto de Piano de Cristian Budu é uma realização e patrocínio da ACA Engenharia com apoio do Teatro Arthur Azevedo.

Nacionalidades

Brasileiro de origem romena, o jovem pianista Cristian Budu é formado em música pela Universidade de São Paulo, onde teve como professor o pianista Eduardo Monteiro. Anteriormente, estudou com os músicos Elsa Klebanovsky, Marina Brandão e Cláudio Tegg.

Nos Estados Unidos, tornou-se mestre em performance pianística sob tutela de Wha-Kyung Byun, no New England Conservatory de Boston. Em 2014, Cristian foi aceito na mesma escola para o Artist Diploma, programa de maior prestígio dos conservatórios norte-americanos, que oferece diversos concertos solo, de câmara e com orquestras nos Estados Unidos.

sem comentário »

Livro de Nauro Machado será lançado em 2 de Agosto

0comentário

Dia 2 de agosto, será lançado o livro “CANÇÕES DE RODA NOS PÉS DA NOITE” do poeta maranhense Nauro Machado. O lançamento será às 19h, na Academia Maranhense de Letras.

nauromachado

O livro conta com fotografias de Márcio Vasconcelos. Na ocasião, será encenada a peça “Operário da Palavra”, com poemas de Nauro Machado, sob direção de Tácito Borralho.

Pra quem não lembra, dia 2 de agosto é a data de nascimento do poeta Nauro Machado, nascido em São Luís no ano de 1935.

sem comentário »

Tutuca Viana faz show no projeto JazzBossa

1comentário

Tutuca Viana faz show no projeto JazzBossa nesta sexta-feira (22/07). A apresentação será, a partir das 21h30, no bar Seu Guma no Renascença com produção da Satchmo Produções.

tutuca640

O compositor, que também é produtor do Lençóis Jazz & Blues Festival, este ano em sua oitava edição, vai apresentar canções como “Norma”, “Morada de Trem”, “Beijo de Luz”, gravada por Papete, Quintal Brasil e Joyce Moreno, acompanhado pelos músicos João Neto, Rômulo Viana, Marquinhos e Carlos Raquete.

O show contará com a participação muito especial do maravilhoso músico catarinense Chico Neis.

Serviço
O QUÊ: TUTUCA VIANA E QUARTETO NO PROJETO JAZZBOSSA
ONDE: Bar Seu Guma. Rua dos Periquitos, 14, Renascença. Atrás do Ed. Office Tower.
QUANDO: Sexta-feira (22/07), às 21h30. Reservas: 981640488 (whatsapp). Mesa (4 lugares): R$ 80,00 Mesa (2 lugares): R$ 40,00 Individual: R$ 20,00. Realização: Satchmo Produções.

1 comentário »

Violas Singulares do MT, SP e TO chega a São Luís

0comentário

Considerado o maior projeto de circulação musical do país, o projeto Sonora Brasil retorna ao Maranhão com o tema Violas Brasileiras.

Em São Luís, a décima oitava edição inicia hoje, com a apresentação de Violas Singulares de Mato Grosso, São Paulo e Tocantins, no Teatro João do Vale, a partir das sete da noite. A classificação é livre e a entrada é gratuita.

As quatro apresentações fazem referências a Viola Caipira/Sertaneja representada por Paulo Freire e Levi Ramiro (SP); a Viola no Nordeste representada por Cássio Nobre (BA), Adelmo Arcoverde (PE) e Raulino Silva (PE); a Viola em Concerto representada por Fernando Deghi (PR) e Marcus Ferrer (RJ); Violas Singulares representada por Sidnei Duarte (MT), Maurício Ribeiro (TO) e Rodolfo Vidal (SP).

No Maranhão, os grupos se apresentam entre os dias 19 e 23 de julho nas cidades de São Luís e Caxias.

sem comentário »

Zeca Baleiro será narrador em filme

0comentário

O cantor e compositor Zeca Baleiro vai participar como narrador do telefilme “Manoel Bernardino – O Lênin da Mata”.

Foto: Facebook
Foto: Facebook

A notícia foi confirmada pelo cineasta Frederico Machado, da Lume Filmes, e da diretora de produção, Rose Panet.

sem comentário »

Programação oficial do Lençóis Jazz e Blues Festival

0comentário

A 8ª edição do Lençóis Jazz e Blues Festival vai ocorrer entre os dias 5 e 7 de agosto, na avenida Beira Rio, no município de Barreirinhas. Em São Luís, o festival será realizado dias 12 e 13 de agosto, na Praça Maria Aragão, no Centro Histórico de São Luís.

O lançamento do Lençóis Jazz e Blues Festival aconteceu na última quinta-feira, dia 14/7, no palco do Teatro Arthur Azevedo (TAA), em São Luís. As cantoras Babi Mendes (SP) e Tássia Campos (SP) foram as atrações da festa.

Babi Mendes/Foto: Divulgação
Babi Mendes/Foto: Divulgação

Circuito Barreirinhas

A sequência de shows ficou assim: na SEXTA-FEIRA, dia 5 de agosto, se apresentam Carlos Malta Quarteto às 20h, Liz Rosa Trio às 21h15 e Camila Boeuri às 22h30; no SÁBADO, dia 6 de agosto, fazem show no festival Sérgio Galvão às 20h, Rodrigo Nézio às 21h15 e Paulinho Moska, encerrando a noite, às 22h30. Já no último dia, no DOMINGO dia 7 de agosto, passam pelo evento Marconi Rezende às 20h, Nicolas Krassik e Mestrinho às 21h15 e André de Sousa MB, às 22h15.

Além dos shows, haverá uma programação paralela com oficinas, palestras e exposições deprimeira qualidade. Na SEXTA-FEIRA, dia 5 de agosto, ocorrerá: das 10h às 12h, uma OFICINA DE CANTO ministrada por Liz Rosa (RN), das 10h às 12h, no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Conceição (Igreja Matriz).

No mesmo local, das 15h às 18h, será realizada uma OFICINA DE FOTOGRAFIA DE CELULAR, ministrada por Márcio Melo, Presidente do Clube de Fotografia Poesia do Olhar, e pelo fotoclubista Marco Aurélio Nogueira da Silva. No mesmohorário, no piso térreo da Igreja Matriz, ocorrerá a PALESTRA POLÍTICAS PÚBLICAS DO MINISTÉRIO DA CULTURA, ministrada por Yuri Sampaio Cartellato Logrado, representante regional do Nordeste do Ministério da Cultura do Maranhão (MinC-MA).

No dia seguinte (6), no SÁBADO, iniciando as atividades, no período da manhã, das 10h às 12h,a OFICINA DE SAXOFONE será ministrada por Sérgio Galvão (RJ), no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Conceição (Igreja Matriz). No mesmo local, será realizado o segundo dia da OFICINA DE FOTOGRAFIA DE CELULAR, das 15h às 18h.

Novidade

Este ano, a grande novidade na programação do Circuito Barreirinhas é a integração entre os mundos da música e o da fotografia. A exposição fotográfica “Música no Olhar” será realizada durante todos os dias do festival em Barreirinhas, de 5 a 7 de agosto, na Praça do Trabalhador. Uma realização do Clube de Fotografia Poesia do Olhar que terá a música como inspiração.

E para quem gosta de dar aquela esticadinha, não vão faltar as tradicionais Jams Sessions – encontros musicais que são realizados após os shows oficiais do Lençóis Jazz & Blues Festival. Elas ocorrerão todos os dias do festival em Barreirinhas, no Bar Terraço Gourmet (antigo Deck Bistrô), na praça da Igreja Nossa Senhora da Conceição (Igreja Matriz).

Tássia Campos. Foto: Divulgação
Tássia Campos. Foto: Divulgação

Circuito São Luís

Na capital maranhense, a Praça Maria Aragão volta a servir de palco para o festival, recebendo seis grandes atrações, entre os dias 12 e 13 de agosto. Na SEXTA-FEIRA, dia 12, abre a programação em São Luís, às 20h, o músico Ademir Júnior Quarteto e o saxofonista francês Baptiste Herbin, como convidado especial. Em seguida, vão se apresentar Filó Machado e Felipe Machado às 21h15, e Boca Livre, encerrando o primeiro dia, às 22h15.

No sábado, dia 13/08, segundo e último dia do festival, será a vez de Ronald Santos e Quarteto, às 20h; de Gilson Peranzetta e Trio, às 21h15; e da cantora Whitney Shay, dos Estados Unidos, que contará com a participação luxuosa de Igor Prado e banda, às 22h15.

Assim como no Circuito Barreirinhas, São Luís também receberá as oficinas, palestras e exposições. Em São Luís, a programação especial será iniciada na QUINTA-FEIRA, dia 11 de agosto, com a OFICINA DE VIOLÃO ministrada por Filó Machado e Felipe Machado (SP), das 16h às 18h, no Auditório da Escola de Música do Estado do Maranhão – Lilah Lisboa, localizada à Rua da Estrela, 363 – Praia Grande, no Centro Histórico de São Luís.

Já na sexta-feira, dia 12, será realizada a OFICINA DE MÚSICA E CANTO, apresentada pelo grupo vocal Boca Livre, do Rio de Janeiro. A oficina ocorrerá das 9h30 às 12h, também no Auditório da Escola de Música do Estado do Maranhão. De Barreirinhas para São Luís, a exposição fotográfica Música do Olhar expõe o universo da fotografia, também, na capital maranhense, entre os dias 12 e 13 de agosto, na Praça Maria Aragão.

sem comentário »

Orquestra de Violões no Concerto Sesc Partituras

0comentário

Como forma de homenagear grandes compositores, o Sesc promove mais uma edição do Concerto Sesc Partituras neste sábado, 9 de julho, a partir das 18h30, no Cine Praia Grande, com a Orquestra de Violões da Escola de Música do Estado do Maranhão sob a regência do maestro Roberto Froes. A apresentação é aberta ao público, e visa divulgar o acervo digital mantido e idealizado pela instituição.

Recital de Violões foi para ensinar os alunos do curso em dois tipos de categoria. Foto: Divulgação
Recital de Violões foi para ensinar os alunos do curso em dois tipos de categoria. Foto: Divulgação

O Sesc Partituras é um acervo que  armazena obras de artistas brasileiros na sua forma mais pura. Na biblioteca virtual, que é de domínio público, são encontradas partituras desde o período colonial até obras contemporâneas. As mais raras são partituras de composições exclusivas adquiridas de acervos pessoais de grandes artistas.

O concerto tem o propósito de tornar público grandes trabalhos artísticos que estão disponíveis para consultas no acervo virtual acessível no endereço http://www.sesc.com.br/sescpartituras/

sem comentário »

Sábado tem “Reggae Du Bom” no Novas Fronteiras

0comentário

Salve! Sábado, dia 9/7,  no Espaço Cultural Nova’s Fronteiras, no “Reggae Du Bom’, a boa é relembrar os os salões de reggae da Ilha, na VIBE da banda Kazamata.

Reggae Du Bom. Foto: Divulgação
Reggae Du Bom. Foto: Divulgação

Isso mesmo ! Guilherme Gusmão e Hilton Quintanilha, juntos num show que promete ter muito roots reggae music nacional. Participação especial do Dj Victor Hugo e nas discotecagem dos DJs Andrezinho Vibration e Jards Macaco. Vem junto! Reggae perto de casa, no nosso quintal!

sem comentário »

Feira Solidária será no domingo, na Casa D`Arte

0comentário

Acontece neste domingo, dia 10/7, das 15h às 21h, a 10ª Feira Solidária – Pegue e Desapegue, na Casa D´Arte – Centro de Cultura, na rua do Farol do Araçagy, 9 – Raposa/MA – Brasil (Rua em frente a Clinica do Ruy Palhano).

O Circo Tá Na Rua. Foto: Divulgação
O Circo Tá Na Rua. Foto: Divulgação

DOAÇÃO + BAZAR + TROCA + O CIRCO TÁ NA RUA! + Show musical com TÁSSIA CAMPOS + Comidinhas criativas + Exposição FASES E FACES DE JONILSON BRUZACA + Área arborizada com serviço de bar e cobertura de Wi-fi.

Realização: Instituto Maranhão Sustentavel e Casa d’Arte – Centro de Cultura.
Apoio: ONG NAVE.e ASTTUR (Associação do Trade Túristico do Município de Raposa)

Informações: 99974-9366 / 98702-6894

sem comentário »

“Se for pra sonhar, gosto de sonhar alto”, diz Áurea

2comentários

Multimídia, multifacetada, inquieta, sonhadora com pé no chão. Essa é a melhor tradução para Áurea Maranhão, 28 anos, nascida em 15/09/1987, em Manaus, capital do Amazonas. Ela adotou o Maranhão para viver e como sobrenome artístico. A atriz faz questão de declarar o seu amor por São Luís, a capital maranhense, que a acolheu.

Áurea Maranhão: "transitar por diversas linguagens artísticas me deixa mais atenta e disponível ao trabalho de atriz, e esse diálogo contínuo me ajuda a não cair na zona de conforto, então permaneço me desafiando e estudando, pesquisando e aprendendo... Acho que isso é fundamental para quem quer seguir essa profissão. Foto: Natalia Moura
Áurea Maranhão: “transitar por diversas linguagens artísticas me deixa mais atenta e disponível ao trabalho de atriz.  Este diálogo contínuo me ajuda a não cair na zona de conforto. Então permaneço me desafiando e estudando, pesquisando e aprendendo… Acho que isso é fundamental para quem quer seguir essa profissão. Foto: Natalia Moura

– Apesar de ter nascido em Manaus, me criei nessa linda cidade. Culturalmente e afetivamente sou ludovicense, sinto que eu sempre fui Áurea Maranhão – define.

Agora, com um detalhe: a jovem artista deixa bem explícito que exercita o direito de ir e vir, ou seja, gosta de trilhar por diversos caminhos como ativista da arte.

Áurea, que participa do filme “Prova de Coragem”, do diretor Roberto Gervitz, atua, pela primeira vez como diretora, no espetáculo “Para uma Avenca Partindo” com a “trupe” do Teatro do Redentor.

A peça vai representar o Maranhão no no 23º Festival Nordestino de Teatro, que ocorrerá entre os dias 3 e 10 de setembro, na cidade de Guaramiranga, na região serrana do Ceará.

Em bate-papo com o Blog de Pedro Sobrinho, Áurea Maranhão fala dos desafios e das realizações que a arte lhe proporciona em 11 anos de convivência.

Áurea Maranhão: "sinceramente, acho que nasci para fazer Cinema, me sinto plena quando estou num set de filmagem". Foto: Natalia Moura
Áurea Maranhão: “sinceramente, acho que nasci para fazer cinema. Me sinto plena quando estou num “set” de filmagem”. Foto: Natalia Moura

PEDRO SOBRINHO: O nome artístico Áurea Maranhão?

ÁUREA MARANHÃO: Foi uma indicação do diretor Roberto Gervitz. Usava meu nome de batismo, Áurea Teixeira. Mas, ele comentou que meu nome era forte e soava bem com Maranhão, enfim, combinava mais.

Então, por que não usar Áurea Maranhão ? No começo resisti, mas eu estava voltando a morar em São Luís depois de muitos anos, isso influenciou bastante.

Era uma forma de homenagem, uma volta as minhas raízes, a minha terra, minha identidade. Apesar de ter nascido em Manaus, me criei nessa linda Cidade. Culturalmente e afetivamente sou ludovicense, sinto que eu sempre fui Áurea Maranhão.

PEDRO SOBRINHO: Quanto tempo atuando como atriz?

ÁUREA MARANHÃO: Profissionalmente desde os 17 anos, quer dizer, já se vão 11 (onze) anos. Comecei no teatro da escola, mas no último ano do ensino médio conheci o Colun Vox, grupo dirigido pelo querido Josué da Luz. Foi a partir de lá que comecei a trabalhar com grandes artistas da cena maranhense.

Aos 18 anos iniciei meus estudos no Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem), mas cursei apenas o primeiro ano, fui reprovada.

Felizmente no mesmo ano, após um difícil processo seletivo, fui aceita na Escola de Arte Dramática EAD/ECA/USP em São Paulo, escola que me formou em artista/pesquisadora e que foi um importante marco em minha vida.

PEDRO SOBRINHO: Nesse jeitão multifacetado de fazer arte, em que se enquadram o teatro, o cinema, a dança, o canto quando necessário e as intervenções feitas com irreverência, o que você gosta de fazer?

ÁUREA MARANHÃO: A EAD, sendo a mais antiga e importante escola de formação de atores do Brasil, faz parte da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e me proporcionou uma excelente formação.

Durante bons anos, tive intenso contato diário com grandes professores e diretores da cena contemporânea brasileira.

Foi uma grande oportunidade de pesquisar diferentes universos do conhecimento científico, desde a filosofia, antropologia, sociologia, e mesmo especificamente em relação às artes cênicas, como história do teatro, direção, luz, cenário, corpo, aulas de voz, canto, estudo da palavra, anatomia, técnicas de câmera e TV, arte do palhaço, dança contemporânea, contato improvisação, instalações cênicas, ufa…

O que dizer da bagagem que cada diretor convidado trazia como referência? Toda essa experiência, sem dúvida, me mostrou caminhos e possibilidades de trabalho.

Aos poucos fui me descobrindo como artista e a cada montagem de peça, a cada direção de cena, exercício, leitura, aprendendo a lidar com meu corpo e a aliar o estudo científico ao meu trabalho na cena.

A consciência de que uma peça é mais que uma peça, seus fundamentos e função social. Que uma música, por exemplo, pode contar mais que uma simples história e que a performance dialoga diretamente com o espectador…

Bom, basicamente aprendi que o ofício do ator é permanecer em constante pesquisa e aprendizado. Pedro, tenho tantas saudades da EAD! Mas tentando responder a pergunta, tenho me dedicado nos últimos anos à Sétima Arte.

Há cerca de três anos me integrei ao AP43, grupo de pesquisa com o foco no trabalho do ator no Cinema (http://ap43.com.br/).

Foi lá que tive minhas primeiras experiências com a cena cinematográfica e, desde então, tenho me concentrado mais ao Cinema. Mesmo morando em São Luís viajo periodicamente a São Paulo para mergulhar na pesquisa do AP43.

E foi justamente nesse grupo maravilhoso, dirigido pela Nara Sakarê, que descobri a autonomia do trabalho do ator no Cinema, as diversas possibilidades de criação, percebi que cada filme é único e que a cada trabalho, roteiro, diretor sou movida a recomeçar.

Sinceramente, acho que nasci para fazer Cinema, me sinto plena quando estou num set de filmagem. Por outro lado, não vivo sem o teatro e a performance, afinal fazem parte de minha formação, gosto de dançar e pesquisar o movimento, aliás a música é também um grande desafio, preciso estudar mais e me dedicar a ela, ao canto, ao acordeom, instrumento que escolhi tocar.

Transitar nessas linguagens artísticas me deixa mais atenta e disponível ao trabalho de atriz, e esse diálogo contínuo me ajuda a não cair na zona de conforto, então permaneço me desafiando e estudando, pesquisando e aprendendo… Acho que isso é fundamental para quem quer seguir essa profissão.

PEDRO SOBRINHO: O que atrai você no teatro e no cinema quando tem de mergulhar em um projeto?

ÁUREA MARANHÃO: O aspecto humano e social abordado nos temas e personagens, direta ou indiretamente. Estamos sempre tratando do ser humano e do meio onde vive. De certa forma isso é inevitável. Gosto de me desafiar na pesquisa antropológica, de estudar a humanidade, na sua complexidade, sua beleza e seus demônios.

                                                             

PEDRO SOBRINHO: Como surgiu o convite para participar do filme “Prova de Coragem”, do diretor Roberto Gervitz, e num elenco que está Mariana Ximenes?

ÁUREA MARANHÃO: O meu personagem no filme seria interpretado pela atriz Maria Flor. Mas, na véspera de gravar ela pegou a minissérie O REBU, deixando aberta a vaga.

Na época, eu já fazia parte do AP43 e o Roberto Gervitz (que era parceiro da Nara Sakarê, desde o filme Jogos Subterrâneos) pediu indicações de atrizes para o papel. A Nara preparou os atores para o filme e participou do processo dos testes.

Por coincidência, eu estava em São Paulo na época, fui fazer o teste e passei. Posso dizer, seguramente, que foi uma experiência riquíssima.

A atriz Mariana Ximenes, o ator Armando Babaiof, o fotografo Lauro Escorel, o diretor de arte Adrian Cooper, a produtora Mônica Schmiedt, a Nara Sakarê, o Roberto Gervitz são pessoas que trabalham no cinema há muitos anos, então foi uma grande experiência lidar com todos esses profissionais e uma ótima oportunidade de me inserir no mercado cinematográfico brasileiro.

PEDRO SOBRINHO: E o que o filme representa em sua vida como atriz?

ÁUREA MARANHÃO: Certamente, o filme abriu portas para mim, principalmente porque circulou em grandes festivais no Brasil e no exterior, foi visto por muita gente. Isso amplia os caminhos e as possibilidades para que as pessoas conheçam o meu trabalho.

Àurea Maranhão: "a nossa sociedade valoriza muito o consumo, por isso é importante compreender que a cultura é mais que um produto. Pra mim, ela é um mecanismo de diálogo coletivo que tem a ver com pertencimento, com o processo histórico de uma sociedade, com a comunidade, o povo, o País. Quando compreendermos isso, valorizaremos mais a nossa cultura". Foto: Natalia Moura
Àurea Maranhão: “a nossa sociedade valoriza muito o consumo, por isso é importante compreender que a cultura é mais que um produto. Pra mim, ela é um mecanismo de diálogo coletivo que tem a ver com pertencimento, com o processo histórico de uma sociedade, com a comunidade, o povo, o País. Quando compreendermos isso, valorizaremos mais a nossa cultura”. Foto: Natalia Moura

PEDRO SOBRINHO: Você é uma pessoa perfeccionista no que faz?

ÁUREA MARANHÃO: Muito. Sou virginiana meu lindo! Gosto de fazer muitas vezes uma cena, experimentar, sempre acho que poderia fazer melhor, desafiar mais. Às vezes isso me enlouquece, minha autocrítica me arrasa.

PEDRO SOBRINHO: Você sabe que viver de arte no Brasil é um desafio. Dinheiro é uma preocupação para você?

ÁUREA MARANHÃO: Acredito que para quem vive de arte no Brasil, o dinheiro, ou melhor, a falta dele é sempre uma preocupação. A nossa sociedade valoriza muito o consumo, por isso é importante compreender que a cultura é mais que um produto.
Pra mim, ela é um mecanismo de diálogo coletivo que tem a ver com pertencimento, com o processo histórico de uma sociedade, com a comunidade, o povo, o País. Quando compreendermos isso, valorizaremos mais a nossa cultura.

PEDRO SOBRINHO: Enfim, você tem conseguido fazer teatro e cinema aliando a devoção com reconhecimento financeiro?

ÁUREA MARANHÃO: Quando comecei a trabalhar com teatro na escola percebi que para o espetáculo acontecer eu sempre precisava pedir a minha mãe para costurar figurinos, fazer um arranjo de cabeça, um detalhe ou cenário, aí entrava irmão, pai, amigos.

A gente realmente metia a mão na massa, também com a ajuda de muitas pessoas, fazendo muito mais que atuar, no estilo “pau pra toda obra”.

Hoje em dia isso não mudou muito, se quero ganhar dinheiro preciso fazer a luz, o figurino, o cenário, preciso produzir a peça, ensaiar e criar um argumento, chamar os atores e parceiros e estudar como fazer isso sem gastar muito dinheiro. Tem muito trabalho e poucos recursos.

Para que a peça possa circular isso ainda é uma realidade. Só tem dinheiro quem produz e se arrisca. Quem não faz isso e fica em casa esperando o trabalho aparecer não ganha dinheiro. Isso acontece em todo Brasil, não só em São Luís.

PEDRO SOBRINHO: Você é uma artista que se posiciona politicamente?

ÁUREA MARANHÃO: O ser humano é um ser político. Não consigo separar meu trabalho do meu posicionamento politico, eles andam lado a lado. Para mim, viver de arte no Brasil é um posicionamento político.

PEDRO SOBRINHO: Você morou por um bom tempo em São Paulo e resolveu retornar a São Luís. O que motivou esse retorno?

ÁUREA MARANHÃO: Quando saí de São Luís para fazer a prova da EAD aos 19 anos, meu marido Ricardo Coutinho, que na época era meu namorado, me disse: “amor, não se esquece de onde você veio, vai lá estuda, aprende, cresce, mas volta pra trocar aqui, pra dialogar com os seus”. Muitos anos depois, essa frase começou a fazer sentido.

Hoje não me imagino morando apenas em São Paulo, preciso estar em São Luís trocando com os meus. Vivo uma parte do ano em São Paulo e outra em São Luís, estou me preparando para passar mais uma temporada em São Paulo para trabalhar, pesquisar, retomar as experiências com o AP43, também fazer cursos.

PEDRO SOBRINHO: Está sendo possível trabalhar naquilo que você mais gosta que é o teatro e cinema morando em São Luís?

ÁUREA MARANHÃO: Estamos passando por um momento lindo culturalmente na Cidade. Espetáculos de teatro, genuinamente maranhenses, circulando pelos principais festivais do Brasil, grandes cantores e compositores ganhando espaço na cena musical brasileira, o nosso cinema que se destaca mais a cada dia.

Agora, com a Escola de Cinema do IEMA e o Lume Filmes mais pessoas poderão se capacitar e contribuir com esse movimento. Sem falar nos grandes festivais de dança (Conexão Dança), cinema (Maranhão na Tela e Guarnicê), música (BR135, Lençóis Jazz e Blues Festival, Festival de Música Barroca de Alcântara), entre tantos outros eventos que acontecem por todo o Estado, formando plateia e divulgando a nossa arte…

Acredito na força da cena cultural maranhense e ela esta ganhando espaço. Claro, para quem vive de arte no Brasil, o mercado não é fácil, estamos crescendo.

PEDRO SOBRINHO: Essa efervescência que você sente do cinema no Maranhão, com a criação da Escola de Cinema, várias produções de curtas e longas, cineastas, atores locais premiados e atuando em grandes produções é uma realidade eterna ?

ÁUREA MARANHÃO: Tenho muito orgulho de estar morando em São Luís nesse momento e fazendo parte dessa geração talentosa que vê, faz e respira cinema. Acredito e aposto muito em São Luís como um celeiro de cultura para o Brasil e para o mundo.

Estamos produzindo grandes profissionais. Falo de atores, diretores, roteiristas, fotógrafos, produtores, enfim, não há duvidas que o cinema maranhense tem muito a contribuir com cenário nacional.

Temos um set de filmagem perfeito, entra luz por todos os lados, sem falar no Centro Histórico e a nossa gente, que é diferente. Eu deposito muita fé nessa geração que está crescendo, estudando, vendo e fazendo cinema no Maranhão.

PEDRO SOBRINHO: Como você recebeu a notícia de participar do 29º Festival Nordestino de Teatro, no espetáculo Para uma Avenca Partindo com o Teatro do Redentor?

ÁUREA MARANHÃO: O Josué Redentor, que é o ator do espetáculo (monólogo), me mandou uma mensagem dizendo: “preciso falar com você urgente”. Liguei pra ele na mesma hora e ele disse: “passamos em Guaramiranga”. Uma longa e gostosa gargalhada me acompanhou durante todo o dia.

PEDRO SOBRINHO: O que é o Teatro do Redentor?

ÁUREA MARANHÃO: O Teatro do Redentor é uma proposta do ator Josué Redentor, que consiste em convidar diferentes parceiros para trabalhar em suas pesquisas.

O primeiro trabalho que realizei com ele foi há cerca de 11 (onze) anos, fomos a São Paulo fazer a prova da EAD, moramos juntos na época e nossa relação profissional acompanhou essa amizade.
Acredito que ir a Guaramiranga esse ano marca um ciclo da nossa parceria. Quando voltei a morar em São Luís, dessa última vez, o Teatro do Redentor já tinha esse nome, mas no início chamava-se de Cia. Caixa de Fósforo. Vixe, fárreratempo!

PEDRO SOBRINHO: Esse é o seu primeiro trabalho na direção de um espetáculo?

ÁUREA MARANHÃO: Sim, apesar de ter feitos trabalhos anteriores, posso dizer que essa é minha primeira direção. Quando voltei a morar na ilha, o Josué me chamou para dirigir a peça “Para uma Avenca Partindo”, que é um conto do autor Caio Fernando Abreu.

O Josué já tinha feito esse texto antes de ir a São Paulo, ele já estava estudando há muitos anos e já havia apresentado muitas vezes. Mas ele queria um olhar de fora, alguém para dirigi-lo como ator, alguém para conceber um argumento estético.

Então, foi uma parceria linda, sempre atuávamos juntos e acabávamos nos dirigindo, mas é diferente estar fora, só como diretora.

Foi maravilhoso poder colocar em prática e organizar técnicas e estudos de anos numa escolha de direção. Gosto muito do nosso trabalho e o Josué está incrível na atuação. Recomendo a todos.

PEDRO SOBRINHO: O que ainda falta ser feito por Áurea Maranhão no teatro e no cinema?

ÁUREA MARANHÃO: Falta muito bebê, estou apenas iniciando meu caminho. Quero aprofundar minha pesquisa sobre Bertolt Brecht, se possível, na Alemanha. Além dele, desejo fazer Shakespeare, Dostoiévski e Machado de Assis… Tenho muita vontade de montar clássicos da literatura, é um grande desafio.

Também quero ser dirigida no Cinema por Nara Sakarê, Anna Muylaert e Walter Carvalho. Pedrinho, o céu é o limite! Quem sabe o Hector Babenco, Paulo Morelli, Ruy Guerra, Nelson Pereira dos Santos, Fernando Meirelles, Heitor Dhalia, Karim Aïnouz, Walter Salles, me convidem! Ai, pra enlouquecer, sonhando mesmo, tem o Lars von Trier, Woody Allen, Tim Burton, Quentin Tarantino, Charles L. Mee Jr., Jim Jarmusch… Entre muitos outros.

Na dança tenho desejo de fazer uma peça com o Erivelto Viana e as bichas residentes do Conexão, Espaço, Habitação. Quero ser dirigida pela Denise Stutz, Felipe Hirsch, Ariane Mnouchkine. Na música sonho em fazer um cabaré com músicas do Nelson Gonçalves e aprender a tocar bem o acordeom.

Claro, vou trabalhar com muita gente aqui da ilha, promovendo o diálogo com os parceiros de Sampa. Fazendo a ponte. Futuramente, quero entrar numa turnê apresentando uma peça para comunidades que não tem teatro, girando o Brasil inteiro. Pode parecer demais, mas, “se for pra sonhar, eu gosto de sonhar alto”.

2 comentários »
https://www.blogsoestado.com/pedrosobrinho/wp-admin/
Twitter Facebook RSS