Uma noite de festa. A sétima edição do Lençóis Jazz & Blues Festival chegou ao fim nesse sábado (26). A Praça Maria Aragão, em São Luís, ficou lotada. O público se encantou, se emocionou, aplaudiu. Cerca de 3 mil pessoas prestigiaram o encerramento do festival em 2015 que contou com as apresentações do israelense Gadi Lehavi, de Daniel Jobim e do Serial Funkers. Uma noite memorável para quem curte jazz, blues, soul, disco music e a celebrada bossa nova.
Coube aos paulistas da banda Serial Funkers fazer o show final desta edição do Lençóis Jazz & Blues Festival. O auto astral do grupo foi contagiante e fez o público dançar. A apresentação da banda foi bastante diversificada, mesclando clássicos da Soul Music, da MPB e de outros gêneros da Black Music.
Com um estilo envolvente, o Serial Funkers cantou Olhos Coloridos, hino da Soul Music. Clássicos do Dance Music como September, Celebration e That’s The Way (I Like It) também fizeram parte do show com músicas autorais para a alegria do público.
Para animar ainda mais, o Serial Funkers interpretou diversas músicas de Tim Maia. O público foi ao delírio com “Gostava tanto de você”, “Você” e “Não quero dinheiro, só quero amar”. A Praça Maria Aragão transformou-se em um lindo coral.
“A alegria de estar aqui é muito grande. Uma satisfação, uma honra. Superou nossas expectativas. A avaliação é 100% positiva e a gente fica feliz em contribuir. Música, independentemente de qualquer coisa, engrandece as pessoas da criança ao mais velho. Traz alegria, ensinamento e coisas boas pra gente”, destacou Regis Paulino, vocalista do Serial Funkers.
Cheio de Bossa
Uma das atrações mais esperadas do Lençóis Jazz & Blues Festival em 2015, o pianista, cantor e compositor Daniel Jobim fez jus ao sobrenome do avô Tom. Em um concerto acústico sensacional, Daniel simplesmente foi incrível nos detalhes. E foram os detalhes que emocionaram o público.
Clássicos da Bossa Nova e de autoria de Tom Jobim marcaram a apresentação de Daniel Jobim no Lençóis Jazz & Blues Festival. “Wave”, “Garota de Ipanema” e “Águas de Março” emocionaram o público em São Luís. A voz de Daniel Jobim se confundia com as das pessoas na praça. Todos cantavam a uma só voz. Um show inesquecível.
“Vou levar uma lembrança maravilhosa de São Luís. É um povo muito carinhoso. Um local lindo e o público cantando todas as músicas foi lindo. É um projeto que não pode parar nunca”, declarou Daniel Jobim.
“Eu sempre gostei muito desta vertente. Acho a proposta muito interessante a partir do momento que você tem artistas de ótima qualidade proporcionando tudo isso”, elogiou o estudante Gerson Junior, de 18 anos.
Jazz israelense
A programação da última noite do Lençóis Jazz & Blues Festival foi aberta com a incrível apresentação do pianista israelense Gadi Lehavi. O artista impressionou o público com uma exímia qualidade musical.
E, um dos pontos altos do show de Gadi Lehavi foi quando ele interpretou de forma magistral a eterna canção de Cartola em ritmo de jazz: “As rosas não falam”. As rosas podem até não falar, mas elas fizeram o público sonhar. “Este festival é um bom festival porque faz a boa arte. É um festival que coloca as pessoas para celebrar a boa música. Isso é encantador”, afirmou o pianista israelense.
“É a primeira vez que eu venho em um festival de jazz em São Luís porque eu morava em Belo Horizonte, e lá costuma ter sempre estes festivais, eventos culturais. Acho fantástico eventos como este. Acho muito interessante porque o jazz é a base de muitos estilos musicais que a gente escuta hoje em dia”, comentou a mineira Luana Nunes Goncalves, de 21 anos.
Positividade
A sétima edição do Lençóis Jazz & Blues Festival chegou ao fim deixando muita saudade. Durante dois fins de semanas, as cidades de Barreirinhas e de São Luís respiraram música de qualidade. De forma gratuita, shows incríveis foram realizados para cerca de 9 mil pessoas, público estimado pela organização do festival.
E a imensa presença das pessoas é algo que merece o reconhecimento do Lençóis Jazz e Blues Festival. “É muito legal ver que as pessoas vieram prestigiar o festival. Isso é importante. A cada ano que passa o festival melhora e a gente tem uma presença maciça do povo. É uma alegria imensa conseguir fazer um festival tão diversificado e com tantos talentos. Só gostaria de agradecer a nossos patrocinadores, parceiros e apoiadores e a todos que acreditaram neste projeto cultural que é ao mesmo tempo social”, declarou Tutuca Viana, organizador do festival.
O músico Alê Muniz também fez questão de prestigiar a sétima edição do Lençóis Jazz & Blues Festival . Para ele, o festival já ganhou espaço na vida das pessoas. “O festival já é uma coisa tradicional, o público já espera isso. Acho isso legal porque é um presente para o público. Causa um impacto positivo na cidade e inclui São Luís num circuito cultural importante”.
O mais importante do Lençóis Jazz & Blues Festival é que o evento não é exclusivamente voltado para os shows com os melhores artistas nacionais e internacionais de jazz e blues. O festival é uma forma de levar cultura e alegria às pessoas. O lado social do evento é algo marcante, uma vez que foram ministradas oficinas musicais e de animação, espetáculos de mímica, de teatro, sessões de cinema com filmes de animação de 40 países e oficinas de capacitação para empreendedores culturais em parceria com o Sebrae.
Somente em Barreirinhas, cerca de 200 pessoas, de todas as faixas etárias, participaram destas atividades que ocorreram durante o festival. Já em São Luís, aproximadamente 150 estudantes do Cegel, Escola Modelo, Liceu Maranhense e Escola Fernando Perdigão, da Escola de Música Lilah Lisboa, da UFMA e da Uema, além de pessoas da comunidade, participaram das oficinas de música ministradas pelos mestres da música da cidade de New Orleans, Edward Anderson e Darrel Lavigne.
“O balanço é positivo porque nós fazemos estas oficinas para a comunidade de Barreirinhas e em São Luís com o objetivo de trazer para perto a música ao vivo. Quando a criança tem a oportunidade de olhar um músico experiente tirando um som bonito do instrumento, aquilo além de encantar, estimula. A criança fica com vontade também de fazer aquele som. Nosso objetivo é esse e estamos alcançando em todas as edições do festival”, declarou Ivaldo Guimarães, coordenador das oficinas.
Parceria
Em 2015, uma parceria engrandeceu ainda mais o Lençóis Jazz & Blues Festival em 2015. Com o apoio do Sebrae, o festival conseguiu promover oficinas de capacitação para empreendedores culturais com o objetivo de mostrar formas para conseguir captar recursos para projetos culturais, assim como apresentar mecanismos eficazes de divulgação de shows e eventos pela internet, ministradas pelo gestor cultural Cláudio Machado.
As oficinas ocorreram nos dias 24 e 25 deste mês no Grand São Luís Hotel, e contaram com a participação de produtores culturais, músicos e pessoas ligadas ao fomento da cultura em todo o Estado, além da presença lustre do músico, compositor e arranjador capixaba Roberto Menescal. De acordo com o diretor superintendente do Sebrae-MA, João Martins, a iniciativa visa somar ao Lençóis Jazz & Blues Festival e à cadeia produtiva da música.
“Viemos somar ao festival e à cadeia produtiva da música e, posteriormente, a outras áreas, como o teatro e a dança. Não poderíamos fechar os olhos para isso. A iniciativa atende a demandas por capacitação específica para esta cadeia produtiva, o que deixa um legado para o território onde acontece o festival”, explicou João Martins.