Uma triste realidade naquilo que o governo federal defende em seu slogan como: “o Brasil a pátria educadora”. Assistindo a edição desta quarta-feira (29/4), do Bom Dia Brasil, da REDE GLOBO, fiquei estarrecido com as imagens impressionantes mostrando um quebra-quebra promovido por alunos (adolescentes) que destruíram a escola onde eles mesmos estudam. Aparentemente, o motivo foi um esforço da direção da escola para tentar impor alguma ordem e disciplina. A nova diretora foi considerada por esses alunos rígida demais.
As cenas impressionantes mostram gritaria e correria. As imagens feitas pelo celular de um aluno mostram os colegas do sexto ao nono ano, que se uniram para destruir o CAIC Presidente Tancredo Neves, em Valparaíso, na divisa de Goiás e Distrito Federal. Carteiras são jogadas e amontoadas. Uma porta é quebrada a chutes e um armário vem abaixo. Ao todo, 1,3 mil alunos estudam na escola.
Educação e Cidadania
A educação deveria ser a mais absoluta prioridade, importância número um para pais, professores e políticos. Só existe futuro se houver educação. Uma escola deveria ter o status de um templo, porque é nela que se apoia o país. Infelizmente, vivemos numa sociedade de valôres invertidos, onde educação e disciplina deveriam começar em casa.
Exclusão e Desigualdade
Aplausos para a diretora por tentar impor a disciplina na escola. Por outro lado, não podemos esquecer que o ensino de qualidade significa igualdade, porque o ensino público de qualidade tem o dom de igualar ricos e pobres, sem precisar de cotas mais tarde. Ensino de qualidade liberta, porque o conhecimento liberta. Liberta mentes, da prisão da ignorância; liberta para o trabalho, e liberta para o voto, na urna.
Enquanto alunos destroem a escola para tirar a diretora e condenam a disciplina, eu na condição de professor me deparo e fico comovido com uma aluna cheia de vontade de estudar, de se tornar jornalista. Mas, acaba vítima do FIES (Programa de Financiamento Estudantil), programa social criado pelo governo federal, para atender os milhares de alunos carentes, e que parece está se tornando um FIASCO, em meio à crise econômica e a onda de escândalos de corrupção no país. O Estado, que tem por obrigação resguardar os direitos fundamentais existentes na Constituição, em que a educação se faz presente, é o primeiro a violentar esses direitos com a exclusão, principalmente, das camadas mais pobres da população.
Ação concreta
É chegada a hora de deixar de usar o nome de DEUS em vão, discursos hipócritas, demagógicos e tratar a educação como prioridade. Senão, deixa de ser a essência do conhecimento, para se tornar caso de polícia.