Nathalia Ferro lançou na edição desse domingo (26/4), do Plugado, na Mirante FM, o segundo CD, “Alice Ainda”. Um disco, segundo a artista, foi concebido em um momento considerado de efervescência musical. Nathalia agregou a obra de vários amigos compositores como aposta no disco. Ela, também, arriscou o lado compositora na construção de um disco de quem acredita que música como um desafio, persistência, criatividade e intensa.
Contextualizada com o seu tempo, Nathalia optou em disponibilizar o trabalho nas plataformas da Internet. O resultado já pode ser conferido nos sites de música especializados. O disco está disponível para audição na página da cantora nas plataformas Soundcloud, Youtube, entre outros.
Indagada sobre a opção no universo virtual, ela afirmou que o lançamento digital veio primeiro por uma questão financeira, já que o disco é todo independente e depois, por ser, segundo Nathalia, a forma mais rápida, direta, acessível ao público e interativa utilizada pelos artistas para distribuição de trabalhos junto às mídias digitais. “A internet é uma facilitadora. O meio mais fácil de um disco chegar a todas as pessoas. Isto independente do lugar em que ela mora”, complementa.
Produção
O disco foi produzido por Adnon Soares, produtor com quem Nathalia já havia trabalhado em 2011, e a arte da capa é de Laila Razzo.
Das 12 faixas do CD três já foram gravadas: Ana e a Lua, de Betto Pereira; O que não é de mim, de Marcos Lamy e Hermes Castro; e Maria de Jesus, de Beto Ehongue. Nathalia tem as participações especiais nos vocais de Lucas Maciel, em Música do Sereno, e de Adnon Soares em Estranho Seu.
Pré-lançamento
Embora não tenha a data do lançamento do cd físico, porque a prensagem ainda está sendo articulada, Nathalia fará dois shows em maio: dias 8 (Calourada Geral da UFMA) e 31, na abertura do show do 14 Bis, pelo MPB Petrobras, onde cantará as músicas do novo trabalho. Nathalia Ferro tem 10 anos de carreira e o último disco dela foi Instante (2013).
Faixa a Faixa
1. Porcelana – “É minha e da Laila Razzo. Eu estava em São Paulo e pensava em uma música quando de repente a Laila me mandou a letra inteira por mensagem e foi incrível porque era o que eu precisava. Foi um sentimento muito forte. Eu fiz a música em 5 minutos e é a estreia dela como compositora”
2. Sem Pressa (Marceleza) – “Tem música que parece que não diz nada, mas está dizendo tudo. Essa música não tem uma ideia pronta, mas o que tu sente quando tu escuta já diz tudo. É sem pressa mesmo”
3. Música do Sereno – “É do Paulo César Linhares, meu namorado e do grupo PedeGinja, e é uma música que tem uma coisa muito solar e surgiu no momento que tava fazendo o disco. Uma música que fala de disposição que se tem que ter em São Luís para aquele momento em que ela te rende pelo cansaço. Ela é muito pungente para mim porque fala de força”
4. Vila Esperança – “Música minha e é muito representativa porque foi dela que nasceu o Alice Ainda. E a composição nasceu de forma muito brusca, porque foi uma história que a minha mãe ouviu de um travesti dentro do ônibus que falou a vida inteira dele sem conhecer a minha mãe. Então fala de carência, de exclusão, e de como as pessoas se agarram a uma vida paralela”
5. O que não é de mim – “É do Hermes Castro e Marcos Lamy e é tipo um hino dessa nova geração de compositores. Fala sobre uma pessoa que não está vivendo essa realidade da cultura popular, mas não quer dizer que essas coisas não tem significado, que não fazem parte do seu mundo. Fala da não alienação”
6. Maria de Jesus – “É de Beto Ehongue e foi a primeira música que eu me lembro, que tive vontade de gravar. Isso em 2004, mas eu não estava pronta, eu não me sentia com capacidade para gravá-la. Ela estava no repertório do show do Instante, mas eu não a gravei. Isso veio agora de assumir a responsabilidade . Fala de pobreza, e considero atual, pois também tem fome de conivência, de olhar para a situação do que tá acontecendo, por isso resolvi cantar essa música”
7. Como qualquer chiclete – “É do Phill Veras. Tive a honra de gravar uma música dele que para mim, já nasceu pronto. E fala de um amor curtido, de alguém que está completamente apaixonado e quer grudar em alguém igual chiclete. Ela é de uma delicadeza muito grande”
8. Neguinha – “Essa música eu fiz em 2010. Fala de uma desilusão amorosa”
9. Ana e a Lua – “Eu fiz um arranjo bem dançante pra essa música do Betto Pereira e o que eu mais gosto é do significado dela. A Ana, que é filha do Betto e minha grande amiga hoje, tinha 1 ano e estava nua na janela apontando para a lua. O Betto viu a cena e veio a inspiração. Pouca gente sabe o que o inspirou”
10. Te Deixando aos Poucos – “É composição do Adnon Soares e do Léo Del Nery. Fala sobre um amor que está indo embora. Não é uma música fácil de cantar, mas consegui um resultado de interpretação que realmente me agradou muito”
11. Estranho seu – “É a versão em português da música Strange of Mine, da Soulvenir, que também é a banda do Adnon. Acabei virando co-autora dessa música por ter conseguido colocar uma mensagem minha. É doída essa música. E tem arranjo do Adnon, que canta comigo também”
12. A Queda – “Minha e do Rommel Ribeiro. É um ato de respeito à minha própria natureza. Transmite bem o espírito da pessoa que cria. É a música que encerra o CD”.