Formado no fim da era das grandes gravadoras, o duo Criolina conquistou o respeito do público e de grandes nomes da música brasileira com uma estratégia totalmente independente. A característica arrojada para descobrir e criar novos modelos de produção cultural está no DNA dos cantores Alê Muniz e Luciana Simões, que se dedicam, em São Luís, ao Projeto BR-135, que tem como objetivo formar plateia para a música autoral independente e promover um intercâmbio musical entre o Maranhão e o restante do país.
Acostumados a arriscar, agora, os dois querem também provar que é possível financiar projetos de maneira totalmente direta, com o apoio do público. Por isso, criaram umacampanha no Catarse, para arrecadar fundos para a produção de seu primeiro clipe. Em parceria com a produtora Gataria Filmes, os artistas querem produzir um filme de uma das músicas que irá compor o próximo EP álbum do Criolina.
O Catarse é a maior plataforma de financiamento coletivo do país. O crowdfunding não é exatamente uma novidade, mas é a primeira vez que artistas do Maranhão recorrem a este recurso. Funciona por meio de doações a partir de R$ 20,00, que são feitas no site do projeto, informando o número do cartão de crédito do doador. Cada doação corresponde a uma recompensa específica, mas só será efetivada – tanto o débito no cartão quanto o recebimento da compensação, quando a meta de arrecadação for cumprida.
A uma semana de terminar a campanha, o Criolina ainda precisa arrecadar quase cinco mil reais para cumprir a meta e realizar o projeto. Caso não consiga, tudo o que foi doado será devolvido aos doadores por meio do sistema do próprio Catarse.
Luciana Simões acredita que a estratégia é uma forma de mobilizar e envolver o público, que sai da posição passiva para a prática concreta de apoio à produção cultural. “Nós poderíamos ter investido tempo na captação de patrocínio, mas queremos sentir o sabor de realizar algo financiado diretamente pelo nosso público. E acho que o público também deve sentir o prazer que é contribuir com o que gosta”, afirma.