A geografia, realmente, é ingrata com São Luís, capital maranhense. A gente não sabe se é Norte ou Nordeste, ou Meio-Norte, e bate aquela triste sensação que estamos ilhados e bem longe de qualquer Continente.
Tem gente que defende esse isolamento, principalmente o cultural, afirmando que é importante para mostrar que o nosso modo de viver é diferenciado em relação ao planeta.
Mas, não custa pluralizar vivenciando outras formas de diversão, informação, que proporcione a cidade boas e novas ideias que fogem do senso comum e desse tradicionalismo eterno. Seria bom fazer com que as pessoas que aqui habitam saibam separar o joio do trigo, ou senão, conviver com as diferenças e tirar proveito. Se bem que tem gente ousada na cidade que tenta revolucionar, mas sofre por conta da logística e do custo elevado e da falta de sensibilidade por parte de quem poderia ajudar esses (Heróis da Resistência), chamados produtores culturais, que se comprometem em fazer acontecer a cena.
Lamentavelmente, numa ilha cercada de história, beleza arquitetônica e natural por todos os lados a gente tenha que se contentar com tão pouco. Além do Estreito dos Mosquitos… O que nos resta é ler, viajar, ser curioso par perceber que, além da ilha em que vivemos e amamos, existe um mundo ávido por informação, que não seja apenas aquela que a “mass mídia” impõe.
E o que me chamou atenção foi saber da existência da 11ª edição Festival Mimo, que aconteceu de sexta (29) a domingo (31), na Praça Tiradentes, em Ouro Preto (MG). Um fim de semana em que praças, ruas e igrejas da histórica cidade mineira se transformaram em palco para grandes nomes da boa música. O frio e o cancelamento da atração principal da noite de abertura do festival, o compositor e pianista norte-americano, Chico Corea, não conseguiram estragar a festa na sexta (29).
Segundo informações, o músico não conseguiu sair a tempo de Buenos Aires devido a cancelamento de voos. Mas, a harmonia sofisticada do instrumentista mineiro Toninho Horta & Orquestra Fantasma tomaram de conta do palco agradando o público estimado em cerca de 2 mil pessoas. Público de gosto refinado Formar um público de gosto mais refinado para uma música mais trabalhada é um dos objetivos do festival. Parece que está conseguindo. Em 2013, Jards Macalé tocou para cerca de três mil pessoas na Praça do Carmo em Olinda, onde nasceu o festival.
Em paralelo a programação regada a jazz, música clássica, instrumental e world music, o festival Mimo apresenta ainda uma mostra de filmes – todos com temas musicais, claro. Carrilho exibe seu curta “Psiu” sobre Zé Dantas, um dos grandes nomes do cancioneiro nordestino.
A partir desta quinta-feira (4), o festival ocorre em Olinda (PE). Se não se atrasar novamente, o jazzista norte-americano, Chick Corea, será a grande estrela da noite de abertura por lá. Em outubro, o Mino vai para o Rio, em Paraty (10 a 12) e encerra sua 11°edição de volta a Minas Gerais, pela primeira vez em Tiradentes (17 a 19).
É, definitivamente a Ilha está abandonada aos eventos culturais. O que vemos é a proliferação cada vez maior de uma mistura de sons estranhos, duplas e cantores que se aproveitam de uma “modinha” e nos deixam cada vez mais traumatizados com esta ausência de boas alternativas. Salve dois ou três lugares que nos salvam na Ilha.
Pedro,
Mais doído foi ver uma entrevista com a coordenadora do Mimo. Ela afirmou que as cidades históricas escolhidas foram feitas assim prq essas cidades preservam, cultivam e vivem do patrimônio histórico. Inclusive Tiradentes foi incluída este ano.
Mas e São Luis, não merecia estar neste circuito???? Aí fica a pergunta. Nós de fato preservamos, cultivamos e vivemos ou vivenciamos este Patrimônio???? Acho que não. Nosso Centro continua abandonado, nossos casarões estão caindo e a população em sua maioria prefere os locais “do outro lado da ponte” ao Centro Histórico. Por esses critérios não merecemos o Mimo em nossa querida Ilha. É triste, é lamentável, é a realidade.
Concordo com vc Robson..o descaso é total..
O descaso é total..