Nos anos 80, o violonista maranhense João Pedro Borges gravou LP com 10 obras de Paulinho da Viola, pela Kuarup, escritas para o violão, acompanhado pelo próprio compositor ao cavaquinho e por César Faria ao violão. O disco nunca foi lançado comercialmente, apenas distribuído como brinde para clientes. Lembrado durante entrevista coletiva realizada no ‘lobby’ Grand São Luís Hotel, na tarde dessa quarta-feira (21/5), Paulinho lembrou do encontro e da gravação do disco. Destacou a obra e a possibilidade de relançamento do trabalho. Ele disse que ficaria feliz de um possível encontro com João Pedro Borges nessa sua visita a São Luís. Também falou da importância do trabalho.
– Eu falei com João algumas vezes. Como não existe mais a empresa que fez o brinde, aquilo [o disco] nos pertence. Eu pensei em mais uma vez conversar com ele, encontrá-lo agora [aproveitando esta sua passagem pela ilha] e a gente tentar fazer isso. Isso foi em 80 e pouco, 85, por aí. E ficou lá escondido, não foi vendido nem nada, apenas foi dado como brinde. Mas este disco podia ser reeditado, é legal – relatou.
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Paulinho da Viola se apresenta nesta quinta, em São Luís;
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Arquitetos do Samba
Além de um cantor e compositor com uma história consistente na Música Popular Brasileira, Paulinho da Viola, mostrou ser uma Enciclopédia Musical. Com elegância e serenidade, o músico contou um pouco de sua história e do envolvimento com os arquitetos da velha guarda do samba do Rio de Janeiro. Mesmo se sentindo atrapalhado com tantos flashes, Paulinho lembrou das origens, o início ao violão, das rodas de choro que aconteciam em sua casa, e de figuras como Jacob do Bandolim, do pai, do conjunto Época de Ouro, que o seu pai, o violonista César Faria, fez parte. Falou também da influência dos mais velhos, particularmente do pai, da preocupação em seguir o seu caminho, além de gravações importantes que presenciou.
Enfim, o que não faltaram foram histórias de um artista legitimado na calçada da fama da Música Popular Brasileira. Depois de 12 anos sem fazer show em São Luís. A última aparição na ilha, aconteceu no Festival Internacional de Música, que festejou os 390 anos de São Luís. Paulinho da Viola retorna para celebrar os 50 anos de carreira, em um show representativo para o músico e épico para os fãs maranhenses.
E, por se tratar de um show comemorativo, o repertório vem recheado de clássicos que marcaram gerações. No roteiro, uma coletânea de sambas assinados por bambas como Cartola, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, Wilson Batista e Geraldo Pereira.
Celebração
No show, ele faz um mapeamento de sambas clássicos, “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, “Argumento”, “Timoneiro” (parceria dele com Hermínio Bello de Carvalho), “Miudinho”, “Eu Canto Samba”, mesclando com inéditas.
Paulinho da Viola se apresenta nesta quinta-feira, (22), no Patrimônio Show (Aterro do Bacanga), às 21h. Para acompanhá-lo, o sambista reuniu um time de músicos de primeira linha e que o segue há algum tempo. Trata-se de Cristóvão Bastos (piano), Mário Sève (sopros), Dininho Silva (baixo elétrico), Celsinho Silva e Marcos Esguleba (percussão), Hércules Nunes (bateria), além de seus filhos João Rabello (violão) e Beatriz Faria (vocal).A abertura fica por conta do DJ Franklin.