Resgate de cães Beagle, churrasco em Higienópolis, manifestações contra os depoimentos homofóbicos do deputado federal Marcos Feliciano e, agora, “rolezinho no shopping”. Manifestação que surgem nas redes sociais na internet, ganham espaço na imprensa nacional e, como em um passe de mágica, somem. A avaliação é do estrategista em marketing Gabriel Rossi, que completa: “esses movimentos partem de uma organização concisa, mas pequena. Eles crescem, a mensagem aparece, mas não fica. Logo em seguida a ‘moda’ acaba”.
Passadas as manifestações de junho de 2013 contra o aumento da tarifa de transporte público e à favor do passe livre, este um movimento que realmente cativou a população, segundo Rossi, o uso das redes sociais para mobilizar pessoas ganhou ainda mais força. Os “rolezinhos” têm reunido milhares de pessoas em São Paulo, como no shopping Itaquera em 7 de dezembro, quando, segundo os participantes, 6.000 jovens aderiram
“A agilidade da internet permite o reverberar destes movimentos. Mas nem sempre garante consistência e longo prazo de vida”, diz Gabriel Rossi. A expansão da banda larga no Brasil e o acesso cada vez mais amplo à internet pela classe C viabilizam, via redes sociais, o chamamento para diversos movimentos. “Com a agilidade das redes sociais é mais fácil arregimentar simpatizantes dos diversos movimentos que surgem. Mas nem sempre há conscientização sobre o motivo das manifestações e encontros. No ‘rolezinho’ isso é claro. Os participantes têm falado em tom de festa, mas com muita gente e alguns casos de furtos e depredações, o que é perigoso”, afirma o especialista.
“Claro que, com tantas manifestações, fica o recado que há algo de errado na política social e econômica do país. Mas, na maioria das vezes, cai no esquecimento dos seus idealizadores, da imprensa e da população. As redes sociais são importantes instrumentos que deveriam ser utilizados para o debate das boas ideias entre sociedade, governos e empresas para promoção e implantação de ações que façam do Brasil um país melhor para todos. Utilizá-las apenas para convocações efêmeras e temporárias gera uma modismo transitório. É muito válido, sim, convocar mobilizações. Mas o sumiço delas revela que ainda falta maturidade do cidadão brasileiro”, finaliza.
Escrito: Gabriel Rossi
