7ª FeliS agrada a gregos e troianos

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A Feira do Livro de São Luís (FeliS), o maior evento literário do Maranhão, em sua sétima edição, mobilizou grande número de visitantes para habitar a Praia Grande, ocupando seus vários equipamentos culturais, durante dez dias de programação. Além de oferecer a comercialização e troca de livros, a 7ª FeliS, evento promovido pela Prefeitura de São Luís, democratizou o acesso de todos à produção literária local e nacional, promoveu o contato direto com escritores, poetas e artistas, proporcionou vivências poéticas e reavivou o olhar para os espaços entre casarões, ruas e becos do Centro Histórico, lugar de memória e inspiração dos principais literatos da capital maranhense.

Foto: Lauro Vasconcelos/Assessoria
Foto: Lauro Vasconcelos/Assessoria

O patrono e os homenageados da Feira tiveram espaços organizados para exposições, debates, bate-papos, palestras, intervenções, entre outras atividades promovidas por especialistas que ampliaram o valor e reconhecimento de suas obras e produção cultural.  A troca foi transversal, com escritores e poetas sendo saudados pelos próprios leitores, com abraços literários entre participantes e convidados, com improvisos, intervenções artísticas e multilinguagens, da poesia a música, do livro impresso a passeios virtuais, tudo acontecendo entre uma conversa e outra, entre livros, entre pessoas, entre lugares.

“Fiquei muito contente em conhecer o Nauro (Machado, patrono da Feira) pessoalmente, poder tirar foto, receber autógrafo dele. Foi legal abraçá-lo e sentir toda sua solenidade e força”, disse Marina Chagas, estudante universitária.

 EXPECTATIVAS SUPERADAS

Foram disponibilizados 28 espaços para a realização das atividades da programação, além de 34 estandes para venda de livros. No total, durante os dez dias de evento, foram comercializados mais de 100 mil livros, chegando a quase R$ 2 milhões em vendas. “Mais uma vez, a Feira superou as expectativas de venda em relação ao ano anterior. Nós disponibilizamos 50 mil títulos diferentes de publicações e foram vendidos até o início deste domingo 100 mil livros”, disse Milton Lira, presidente da Associação dos Livreiros do Maranhão (Alem).

Segundo dados do Corpo de Bombeiros, a Feira atraiu cerca de 170 mil pessoas durante os dez dias de evento. Nos últimos dias, a Praia Grande ficou bastante movimentada, com a presença de famílias inteiras e visitantes interessados em adquirir alguma promoção de venda de livro. “Aproveitamos para vir no final do evento porque sempre a gente encontra algum livro mais barato para comprar para as crianças, alguma pechincha”, disse Rogério Pereira, funcionário público.

MUDANÇA DE LOCAL

A mudança de local do evento também agradou aos visitantes, livreiros e escritores. “Estou participando desde as primeiras feiras e foi muito bom ter vindo para a Praia Grande. Aqui, os escritores tiveram mais oportunidade para lançamento de livros, foram mais inseridos na programação do evento, foi até mais seguro”, comentou o professor Antônio Guimarães de Oliveira, autor do livro “São Luís: Memória e Tempo”, um dos mais procurados e vendidos no Estande da Casa do Escritor Maranhense, junto com o livro “Os atenienses e a invenção do canône nacional”, de Ricardo Leão.

Alguns escritores fizeram questão de estarem presentes no evento, autografando, lançando livro ou participando da programação, como foi o caso do escritor Wilson Marques que participou de rodas de leituras com crianças, além de ter autografado livros. “Sempre achei que a Feira (do Livro) na Praia Grande seria melhor. Foi fundamental o trabalho da curadoria desse ano. Foram escolhidos bons convidados. Esse ano eu tive a postura de me fazer presente. O resultado está aí, muita gente visitando, participando. Outra coisa: o fato do evento ser no Centro Histórico atrai também os turistas. Foi algo muito positivo”, afirmou.

O ‘Poesia no Beco’ (Escadaria do Beco Catarina Mina) foi um dos espaços que mais conquistou a simpatia dos visitantes. Os recitais e performances poéticas realizados ao ar livre, por entre os casarões coloniais, deu um charme a mais ao local. “Aqui na Praia Grande, a Feira ficou plural, com shows, recitais, o bom uso dos espaços culturais. Eu fiquei viciada no Beco da Poesia. A gente se esparrama na escadaria e os versos sobem. É a poesia emanando na gente. Conhecer pessoalmente os poetas de outros lugares também foi muito bom”, disse Élida Aragão, jornalista.

Para o poeta Caco Pontes, convidado do evento, a iniciativa da realização da Feira no Centro Histórico foi ousada. “São Luís tem um diferencial cultural. Foi ousado utilizar os espaços do Centro Histórico na programação. Ressignificou a arquitetura, criou um fluxo de pessoas aqui, é um outro olhar, outra atmosfera e juntou duas coisas que combinam muito: cultura e patrimônio”, ressaltou.

 7ª FELIS

A 7ª Feira do Livro de São Luís aconteceu de 27 de setembro a 06 de outubro. O tema deste ano “Livro, Leitura e Tecnologia” homenageou os escritores Nauro Machado (patrono da Feira), Aluísio Azevedo, Catulo da Paixão Cearense, Zelinda Lima e Salgado Maranhão. A programação contou com rodas de conversa, palestras, lançamentos e relançamentos de livros, recitais, peças teatrais, shows musicais, atividades voltadas para o público infantil, entre outros. Este ano, o evento teve a participação de convidados internacionais: o americano Benjamin Moser, biógrafo da escritora Clarice Lispector, o português António de Abreu Freire, biógrafo do padre Antônio Vieira, e o martinês E. Sy Kennenga.

A FeliS é realizada pela Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Cultura (Func) e da Secretaria Municipal de Educação (Semed), correalizada pelo Serviço Social do Comércio (Sesc/MA), e tem o patrocínio da Vale e o apoio da Associação dos Livreiros do Estado do Maranhão (Alem), da Secretaria de Estado da Cultura (Secma) e da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur).

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