“A Nossa Insatisfação é maior que o Futebol”

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Os protestos espalhados pelo Brasil mudaram a imagem de integrantes da Fifa em relação à população do país. “Enxergávamos os brasileiros como um povo alegre, que adora festa. Agora conhecemos um outro lado”, disse ao blog do Perrone, um cartola da federação internacional antes de Brasil x Itália, em Salvador.

A fama de gente acolhedora e festeira foi usada pela Fifa para justificar a confiança de que o país pode realizar uma boa Copa do Mundo. Os cartolas também sempre alardearam que o Mundial aconteceria num país livre de atos terroristas e conflitos internos.

Agora estão assustados e dizem que os jovens brasileiros precisam aprender que não se pode mudar um país em algumas semanas. O medo aumenta em Belo Horizonte, palco de alguns dos confrontos mais violentos entre  polícias e manifestantes. A cidade recebe Brasil x  Uruguai nesta quarta.

Ralação

Não somos terroristas. Continuamos sendo um povo ordeiro, hospitaleiro, e tenho certeza, o mais feliz do mundo. E,  continuamos a adorar praia, futebol e a cerveja.  Só que dirigente da maior entidade do futebol mundial está esquecendo que um País não se sustenta apenas de Pão e Circo.  A Copa das Confederações, a Copa do Mundo, têm lá sua importância. Para muitos representam festa, celebração, lazer, e por aí vai. Enfim, nenhuma das duas competições é prioridade e como resposta para os problemas da maioria de (nós) brasileiros.

O povo acordou e não aceita mais o descaso, da falácia, da “ralação” pela sobrevivência, e quer ser tratado a pão de ló. São mais de 500 anos de sofrimento e, lógico, que não serão mudados em semanas. Mas, essas manifestações traduzem o sentimento de uma sociedade que não aguenta pagar o imposto mais caro do mundo e em troca ter o pior serviço público do mundo.

Quisera seu dirigente anônimo da Fifa passar uns anos morando no Brasil e escolher uma periferia de qualquer grande centro desse País para morar ? É muito fácil falar quando se está em uma situação confortável, analisando as coisas à distância.

Não esqueça que a nossa luta é justa, legítima, legal e que jamais deve ser confundida com vandalismo, para exigir dos governantes que encontrem uma solução para problemas de ordem social, político e econômico que têm nos incomodado ao longo da nossa história. n

Não somos contrário a realização da Copa do Mundo em nosso território.  Apenas gostaríamos de um tratamento “Vip” igual ao que está sendo dado a ela. Se o governo brasileiro tem capacidade de patrocinar qualquer grande evento esportivo, tem por obrigação olhar para o seu povo com mais dignidade. Isso é o mínimo que todo brasileiro deseja.

E,  respondendo em trocadilho a frase do, “Sir” todo-poderoso, Joseph Blatter, presidente da Fifa:  “a nossa insatisfação é maior que o futebol”.

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