Mil e Uma Músicas Para Se Ouvir Numa Sexta Básica
Chico Science nasceu no interior pernambucano. Inquieto e dono de uma criatividade singular, era muito ligado em diferentes batidas musicais, ao hip-hop, e buscava incorporar elementos do maracatu e ciranda as suas canções, contrapondo toda diversidade cultural de seu estado à biodiversidade do mangue.
Chico morreu de maneira trágica, em um acidente de carro no dia 2 de fevereiro de 1997, deixando apenas dois álbuns ao lado da Nação Zumbi (Da Lama ao Caos e Afrociberdelia). Mesmo assim, ajudou a modificar a cultura pop no Brasil. “Inquieto era uma palavra que o definia bem. Você olhava e ele estava sempre com uma expressão honesta, com os olhos arregalados, como ele diz em uma musica: ‘Fechando os olhos e mordendo os lábios, sinto vontade de fazer muita coisa’ [“Enquanto o Mundo Explode”]. Ele era esse cara”, conta o baixista Alexandre Dengue, o antigo companheiro de Nação.
Nessa entrevista feita pelo jornalista Murilo Basso, a Rolling Stone, valeu a impressão do baixista Alexandre Dengue, da Nação.
– Chico era inovação, era a ideia de seguir em frente, colocar a cara pra bater. Essa é a lição que aprendemos com ele. Vamos carregar isso para sempre, não só na Nação, mas também em qualquer projeto paralelo que fizermos. E, gostem as pessoas ou não, é isso que estamos fazendo. Estamos seguindo em frente – definiu Dengue.
É isso aí, ter atitude é correr riscos, sem medo e sem preconceito. E nesssa sexta magra de Carnaval, a boa é ouvir a Nação Zumbi com Chico Science. O projeto Pôr do Som, no bar e restaurante L´Apero (Praia de São Marcos), reverencia Science com muita música mundana e nada convencional, sob o comando dos ‘deejays’ Franklin, Pedro Sobrinho e Jorge Choairy.