Costumo brincar que o povo gosta de diversão e o artista de dinheiro. Mas, temos que levar em consideração que esse é o ‘trampo’ de muitos artistas e que essa valorização é necessária para sobrevivência.
Infelizmente, a maioria da população brasileira gosta de arte, mas vive de salário mínimo. Portanto, manter essa farra do show ‘business’ é quase impossível. E mesmo aqueles que possuem um pouco mais de grana resolveu colocar o pé no freio e perceber que eventos musicais, peças de teatro, entre outras modelos de diversão, são privilégios ainda de poucos. Não é que o show deva ser de graça, pois sabemos dos custos de uma produção de um show, principalmente quando ele é internacional. Mas, está na hora de coerência sobre o tema.
E o que se viu no segundo semestre de 2012 no Brasil, foi uma retração. O público esvaziou os shows em estádios e arenas do Brasil por conta dos preços cobrados em determinados shows. Um dos exemplos foram os shows de Lady Gaga, Jennifer Lopez e Madonna. As musas do pop mundial não empolgaram o público. Muitos ingressos encalhados provocando um medo para artistas e produtores.
O assunto tornou-se indigesto no setor. Para a Planmusic – que bancou Paul McCartney e Tears For Fears – um dos grandes vilões dos negócios e principal responsável pela alta dos ingressos é a meia-entrada. A empresa pretende criar associações para controlar a meia-entrada. Ela tem também como ideia reduzir a porcentagem de ingressos com desconto em cada evento, que, segundo empresários do setor, chega 90% em determinados shows.
Mesmo com tropeços, 2012 foi um ano bom para alguns produtores que apostaram em shows que foram um tremendo sucesso, entre os quais, o de Robert Plant, Creed e Scorpions, além do violonista suíço André Rieu e o ‘Elvis In Concert’, com a presença do rei do rock em um telão, que teve todos as entradas vendidas e obrigou a realização de apresentações extras.
Mesmo com o sucesso de algumas produções, do calendário musical que vai alimentar 2013, das estratégias para aquecer o mercado, seria necessário uma compreensão dos empresários do setor para que analise com cautela que o ‘povo não quer só comida, mas diversão e arte’.
