Hoje, 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. Salve, Salve, Zumbi dos Palmares, o quilombola revolucionário dono de uma frase marcante: ‘nascer negro é consequência, ser negro é consciência’.
A história de Zumbi pela liberdade de uma raça oprimida aos poucos vai se tendo reflexos. Após também lutar pelo fim do regime de escravidão, Ruy Barbosa pôde desenvolver todo o seu talento como escritor, jornalista, jurista e parlamentar. Ruy Barbosa, que se orgulhava de ser negro, foi um dos intelectuais mais brilhantes de seu tempo.
Apesar da intolerância étnica, ainda, existente e velada no Brasil, é possível enumerar o avanço do negro em funções tidas como proibitivas nas últimas décadas. Embora timidamente já é possível ver negros na passarela da moda, na política, no judiciário, em telenovelas da Rede Globo como protagonistas.
Se no jornalismo televisivo a porta de entrada era estreitíssima para o negro, o jornalista Heraldo Pereira entrou para a história como o primeiro afrodescendente a ancorar a bancada do Jornal Nacional da TV Globo em 2008.
Naquele mesmo ano o mundo se surpreendia com a então inimaginável eleição de um presidente negro nos Estados Unidos, caso do democrata Baraka Obama, por sinal reeleito no começo do mês para um mandato de mais quatro anos.
A quebra de tabu vai se sucedendo até que o ministro Joaquim Barbosa, brilhante relator no processo do Mensalão, foi eleito e toma posse nesta quinta-feira, (22), na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), em substituição ao ministro Ayres Britto que se aposentou. Barbosa promete quebrar paradigmas, transgredir com responsabilidade, dentro de um dos setores mais conservadores da sociedade brasileira.
Portanto, o negro deve abrir um espaço em suas respectiva agenda, neste 20 de novembro, para indispensável reflexão. Culpar a cor da pele por insucessos ou falta de oportunidades já não corresponde tanto à realidade. Agora, não podemos ser míopes para não perceber que o negro, ainda, não é levado a sério no Brasil, mesmo ascendendo socialmente ou economicamente. Logo, vêm os rótulos, estigmas e aquele discurso velho e preconceituoso de que preto tem o seu lugar nas cotas sociais instituídas como trajetória para afirmação e tão sonhada igualdade racial. Falácia ? Demagogia ? Utopia ?. O caminho politicamente correto é: ‘levantar, sacudir a poeira e dar sempre a volta por cima’.