Resolvi nessa sexta-feira (19), de outubro, o sentimento de saudade está à flor da pele e resolvi atacar de Jazz. E lembrar os bons tempos do Segunda Instrumental, Acordes e Jam Session, programas que comandei nas noites de segundas-feiras, na Mirante FM, em que o Jazz, Blues, a chamada ‘World Music’, período em que se experimentava no rádio. A gente corria riscos e e o ouvinte agradecia pela ousadia e o desejo em fugir do lugar comum em frequencia modulada. A experiência foi tão boa que eu tive o privilégio de ser entrevistado pela Revista Mais Jazz, em que Jô Soares escrevia artigos sobre o gênero, para falar do Segunda Instrumental. Fiz a cobertura jornalística de duas edições simultaneas do Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro, em 1992 e 1993.
Dois momentos marcantes em minha vida profissional, pois participei da entrevista coletiva em que estavam Tom Jobim, Gal Costa e o baixista Ron Carter, Gary Mulligan, entre outros nomes importantes do Jazz e Blues. Assisti a inovação do jazz flertando com o rap, já anunciada por Miles Davis, com o US3 e Guru (projeto Jazzmatazz). Lembro, ainda, das Jam Sessions no Jazzmania, em Ipanema, para assistir a superbanda idealizada pelo trombonista Raul de Souza, e lá vibrei com o saudoso bluesman Clarence Gatemouth Brown. Haja saudades !
E vivenciando esse momento nostálgico, sem esquecer que o presente existe, ficou na minha mente o show antológico do guitarrista norte-americano Pat Metheny, no Hotel Nacional, em São Conrado. Na época, o jazz fusion concebido pelo músico contagiava os meus ouvidos. Era um autêntico ‘patmaníaco’. E uma das emoções do show foi quando ele interpretou da turnê do disco, ‘Secret Story’, Insensatez (How Insensitive), de Tom Jobim, com a brasilidade percussiva do carioca Marçalzinho, filho do mestre Marçal.