Com o título “A ‘Crítica Cultural’ Meio Mais ou Menos’, o jornalista Zeca Camargo relatou o papel do crítico e da arte da criticar. É pura verdade, ninguém gosta de ver o seu trabalho criticado. O que sempre se quer é um bom retorno desse esforço, mesmo que apresente falhas.
Eu mesmo, por mais zen que minha profissão tenha me ensinado para ser fico de certa forma incomodado quando a resposta das pessoas a um trabalho meu não é exatamente a que eu eu esperava. Porém, uma crítica, quando consistente e sem aquela maldade de algum ressentido com a sua própria vida, é aceitável. E, eu gosto de criticar, pois entendo como algo que dá sentido a vida. Mas, sei que exercer o papel do crítico não é uma fácil tarefa, mesmo. A ousadia da crítica não é para qualquer um. Tem gente que por defender a sua tribo, não enxerga a do outro. Liga a TV, olha o reality show “Big Brother” e logo sai detonando. Às vezes só por uma questão de emitir uma opinião contrária. Sem a coerência perfeita, as suas sentenças (do crítico) perdem o teor da autoridade e se resumem a alfinetadas sem fundamentação. Acidez comigo não vinga.
Diga lá, ó Machado de Assis: “O crítico deve ser independente – independente em tudo e de tudo -, independente da vaidade dos autores, e da vaidade própria”…
Faço ‘jus’ as palavras da internauta Andréia: Sabe aquele “Criticar é fácil, fazer é que é difícil”? “O chavão, apesar de simplista e gasto, tem lá seu fundo de verdade. É inclusive verdadeiramente democrático, sendo usado e abusado por ricos e pobres, por cultos e incultos, o que por si só já é um grande mérito. Mas trata-se de uma meia verdade que encontra respaldo apenas na crítica gratuita e miúda. Sob uma óptica mais ampla e nobre, temos a questão do ponto de vista, a qual deixa crítico e criticado em pé de igualdade e, o jogo, se mantido no campo das ideias e arbitrado pelo respeito, é profícuo.
– Mas então, como deve ser a crítica?
A crítica, se arrebatada e irrefletida, é simples bravata. Se maledicente e sem propósito, é mera calúnia. Se arrogante, apenas humilha e destrói. Se hipócrita, só confunde. Se fria e racional, torna-se tediosa. A crítica deve ser oportuna sem ser oportunista. Deve provocar, mas não ofender. Deve questionar ao invés de julgar. Deve ser inteligente, sem ser sábia. A crítica deve ter paixão para ser humana e indignar-se para ser autêntica. A crítica deve ser criança sem ser infantil e madura sem ser caduca.”