Duende, não só do consumismo, mas de fazer o outro feliz

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Basta chegar novembro e lá se vem o Natal. Época de se festejar o nascimento de Jesus Cristo com uma ceia farta, presentes para os parentes e amigos, por meio do tradicional amigo oculto.

É mais uma festa do consumismo. Basta ligar o rádio ou a TV e nos deparamos com propagandas natalinas, além de filmes natalinos, temas de novelas natalinas, receitas gastronomicas de Natal e dicas de roupas para vestir no Natal, sem esquecer das histórias de vida de superação, crianças órfãs e pobres com seus sonhos que são realizados… no Natal, de preferência por um apresentador de programa de TV que vai até a favela ou orfanato, emociona-se e presenteia centenas de crianças.

Mas, se você não gosta de rádio ou TV, e ainda é um pouco normal, saía de casa e perceba que, nessa época do ano, ir ao cinema para fugir dos temas natalinos da televisão pode ser algo muito próximo de um filme de terror, principalmente se esse cinema fica localizado em um Shopping Center. Começando pela guerra travada nos estacionamentos, onde uma vaga vale uma vida! Seguida pela terrível missão de atravessar corredores com multidão de mortais que, se acotovelam em busca do presente perfeito, armadas com suas sacolas, seus celulares e a vontade de gastar porque se está no Natal.

Nada contra a festa do ‘Jingle Bells’, pois como cristão e praticante moderado da religião, também gosto de comungar desse espírito natalino, mas sem esquecer que tudo se resume apenas em um dia, instituido mais pela Indústria do consumismo do que os parágrafos e incisos da Bíblia.

Eu [aqui] prefiro o Natal Cristão, aquele exercitado no dia a dia, em que a cultura e o legado do receber presentes não seja traduzido apenas no conceito de que ‘o consumismo é sinônimo de fundamentalismo’.

Sei que somos fieis ao ato de comprar, ter, possuir sempre mais e mais. Que tal tirarmos um tempinho de nossas vidas às vezes tão sem graça e sair por aí não distribuindo brinquedos ou cestas básicas nessa época do ano, como se achando que fazer caridade no Natal vai aliviar a culpa por se consumir compulsoriamente.

Deixemos por alguns instantes a nossa vidinha de pouca ação social, para se fantasiar de duende e celebrar o Natal de maneira diferente, ou seja, com atitudes no dia a dia, algo que fuja do consumismo e tenha o espírito da solidariedade e do coletivo, em fase de extinção no vocabulário de muita gente.

Seria mostrar pra gente mesmo que ‘um simples gesto de voluntário social, a quem vive em regime de casta, excluído, não por opção, pode nos deixar realmente feliz, de bem com a vida e a alma purificada.” ?

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