Em noite dominada pelo hip-hop paulistano, o VMB 2011 trouxe à tona sua mudança de público na 17ª edição da festa, que ocorreu nos Estúdios Quanta nesta quinta, 20, em São Paulo. Os grandes nomes da premiação foram os rappers Criolo e Emicida, que levaram para casa todos os prêmios escolhidos pela Academia VMB, júri formado por 104 especialistas de entretenimento que substituíram os votos do público, que outrora decidia os vencedores nas principais categorias.
Apresentado por Marcelo Adnet, o VMB teve seu início pontual às 22h, trazendo logo de cara os vilões da edição passada da premiação: o grupo de happy rock Restart, muito menos colorido do que na última aparição na MTV, subiu ao palco para apresentar o prêmio de “música do ano”. Esta acabou sendo a primeira vez da noite que Criolo subiu ao palco, trajado de uma túnica e falando poucas palavras nos seus agradecimentos pelo prêmio à “Não Existe Amor em SP”, dedicando eles principalmente ao Grajaú, seu bairro de origem, e ao Pagode da 27, grupo de samba com o qual já se apresentou.
Para confirmar que a noite prometia ser do rap, o prêmio de “clipe do ano”, apresentado pelo humorista do Pânico Na TV Carioca (vestido de Jô Suado e disparando seus tradicionais “boa noi-te!”) e Rafa Cortez, do CQC, premiou o também rapper Emicida, pelo vídeo de “Então Toma” que, curiosamente, também tem a participação de Criolo.
Em entrevista recente à Rolling Stone Brasil, ele já havia falado brevemente sobre a criação de Nó Na Orelha, disco lançado este ano que foi o responsável pelas cinco indicações no VMB. “Eu fiz, primeiramente, como um registro pra mim e pra minha família”, disse Criolo. “É uma surpresa [ser indicado]. Pra todo mundo é [importante], né. Como é para um professor que dedica sua vida aos seus alunos ou pra um artesão que faz com carinho suas peças”. Criolo viria ainda a ser premiado como “artista revelação”, antes de subir ao palco com Caetano Veloso, autor de “Sampa”, para um dueto de “Não Existe Amor em SP”, apresentado por MV Bill.
Houve ainda os shows conjuntos: de Mallu Magalhães, Arnaldo Antunes, Erasmo Carlos e Marcelo Jeneci interpretando “Preciso Encontrar Um Amigo”; Marina Lima, Barbara Eugênia, Karina Buhr e outras cantando “Pra Começar”; NX Zero e Rancore com “Só Rezo” e “Jeito Livre”, entre outros. Marcelo Camelo fez uma apresentação solo, com “Ôô” e D2 se juntou à Lurdez da Luz e o grupo Start parar rimar.
Teve tempo também para os hits da internet. A categoria “webclipe” premiou a Banda Uó por “Shake de Amor”, um tecnobrega que fala sobre vingança amorosa. Mel Gonçalves, a parte feminina do trio formado também por Mateus Carrilho e Davi Sabbag, tirou a calcinha ao vivo e a jogou para a plateia, após receber o prêmio.
Ao final da apresentação, restou a Criolo receber o prêmio de “disco do ano” por Nó Na Orelha para, surpreendentemente, perder o prêmio de “artista do ano” para Emicida, que comemorou muito o prêmio em uma noite atípica da MTV, que valorizou o rap e a música independente brasileira na 17ª edição do VMB.
Veja abaixo a lista completa dos vencedores:
Melhor disco
Cavalera Conspiracy – Blunt Force Trauma
Criolo – Nó Na Orelha
Marcelo Camelo – Toque Dela
Marcelo Jeneci – Feito pra Acabar
NX Zero – Projeto Paralelo
Melhor música
Criolo – “Não Existe Amor em SP” (Criolo)
Marcelo Camelo – “Ôô” (Marcelo Camelo)
Marcelo Jeneci – “Feito pra Acabar” (Marcelo Jeneci / Paulo Neves / Zé Miguel Wisnik)
Marina Lima (part. Samuel Rosa) – “Pra Sempre” (Marina Lima / Samuel Rosa)
NX Zero (part. Emicida, Yo-Yo e Dj King) – “Só Rezo 0.2” (Di Ferrero / Gee Rocha / Emicida / Yo-Yo)
Melhor capa
Copacabana Club – Tropical Splash (arte: Rimon Guimarães)
CSS – La Liberación (arte: Lovefoxxx)
Garotas Suecas – Escaldante Banda (arte: Greg McKeighan)
Kassin – Sonhando Devagar (arte: Philippe Leon)
Tiê – A Coruja e o Coração (arte: Rita Wainer)
Revelação
Apanhador Só
Criolo
CW7
Marcelo Jeneci
Tulipa Ruiz
Aposta
Karol Conká
O Lendário Chucrobillyman
Rancore
Start
Tono
Clipe do ano
Criolo – “Subirusdoistiozin” (direção: Tom Stringhini e Alexandre Casagrande)
Emicida – “Então Toma” (direção: Fred Ouro Preto)
Garotas Suecas – “Banho de Bucha” (direção: Arthur Warren e Suza)
Jota Quest – “É Preciso” (A Próxima Parada) (direção: Conrado Almada)
Lurdez da Luz – “Andei” (direção: João Solda)
Mallu Magalhães – “Nem Fé Nem Santo” (direção: Fabrício Pires Bittar de Carvalho)
Mombojó – “Antimonotonia” (direção: Fernando Sanches)
Móveis Coloniais de Acaju – “O Tempo” (direção: Steve ePonto)
Pitty – “Só Agora” (direção: Ricardo Spencer)
Thiago Pethit – “Nightwalker” (direção: Vera Egito e Renata Chebel)
Artista do ano
Criolo
Emicida
Marcelo Camelo
Marcelo Jeneci
NX Zero
Webclipe
A Banda Mais Bonita da Cidade – “Oração”
Banda Uó – “Shake de Amor”
Ecos Falsos – “Spam Do Amor”
Móveis Coloniais de Acaju – “O Tempo”
Skank – “De Repente”
Webhit
Larica dos Muleke
Magali Carioca
Phoenix de Ribeirão
Sou Foda
Friday, Versão Inri Cristo
Hit do ano
CW7 – “Me Acorde pra Vida”
Emicida – “Rua Augusta”
Fake Number – “Primeira Lembrança”
Flora Matos – “Pretin”
Forfun – “Quem Vai, Vai”
Fresno – “Eu Sei”
Marcelo Jeneci – “Felicidade”
NX Zero – “Onde Estiver”
Rancore – “Jeito Livre”
Start – “Que Vença o Melhor”
Artista internacional
Adele
Arcade Fire
Beastie Boys
Beyoncé
Britney Spears
Foo Fighters
Kanye West
Katy Perry
Lady Gaga
Strokes