Está cada vez mais insuportável essa onda de violência no Brasil, onde pessoas nocivas à sociedade resolveram banalizar o crime. As pessoas de bem ficam reféns e com a vida por um triz. Tudo por conta de uma inversão de valores, uma desordem social sem precedentes.
Resolvi me posicionar por viver numa São Luís, em que a tranqüilidade reinava tempos atrás. Por conta de um desenvolvimento inevitável, irreversível, levou criaturas de uma sociedade doente a pensar que o mundo é só delas, aonde o que vale é passar a perna no próximo e em ultima instância premedita tirar do outro (a) o que se tem de mais valiosa: a vida.
Assim caminha a humanidade: com a síndrome do pânico, sem saber em quem mais confiar e literalmente desprotegida devido a impunidade. E lá se vai a criminalidade instituída como um Poder Paralelo. É gente matando por amor, no trânsito, idoso, criança, porque o outro é negro, pardo, branco, pobre, rico, homossexual, para roubar um celular, por causa de R$ 1,00, por disputa de terra. É o mau policial exibindo a sua farda violentando o mais fraco e legitimando que por trás de todo oprimido, existe um opressor. Sem falar na violência simbólica traduzida em forma de bullying, preconceito de cor, intolerância religiosa, por opção sexual, opressão, segregação, xenofobia, corrupção, e por aí se alastra.
Há tempos achava que a frase do músico Marcelo Yuka, ex-O Rappa ecoava com uma verdade absoluta. O músico cita em uma de suas composições que “a fome é o esperma entre as pernas da violência”. Hoje em dia, acredito que seja um problema de saúde pública também. Dizer pelos quatro cantos, eu sou ladrão, sou traficante de drogas, mato e pronto. Todas essas ações criminosas se transformaram em uma esquizofrenia geral.
Mas, o que será que está por trás dessa realidade ? Por que não diminui estruturalmente a violência cometida por pessoas e instituições contra pessoas ? As contradições sistêmicas aparecem quando são desmascaradas, por exemplo, quadrilhas e grupos de extermínio e, neles, participam, alguns representantes do Estado constituído também se fazem presentes cometendo violência, ou seja, agindo como criminosos.
Os limites entre a ação legal e a ilegal são delicados e exigem, para a preservação da legalidade, uma consciência cívica e um nível de treinamento técnico e profissionalização que o Estado não consegue prover.
Não são palavras minhas, mas “a violência urbana e social no Brasil é um problema de ordem ética e política, e somente um novo pacto institucional e pessoal poderá mudar a longo prazo, essa realidade.
Enquanto essas questões não forem resolvidas,continuamos a conviver com cenas em que a liberdade para os que cometem crimes e podem ser soltos pela força do capitalismo selvagem. Cadeia para os excluídos socialmente, que só servem de bode expiatório numa “terra de cego em quem basta apenas ter um olho para se sentir rei”..
Sou acadêmica do 7° período de Administração da Faculdade São Luís e participei na última segunda-feira da conversa com o Superintendente Dr. Sebastião Uchôa. Fiquei feliz e um tanto quanto aliviada por saber que ainda temos “Homens da Lei” iguais a ele que, se faz respeitar pelo profissional ético que é, diferente dos outros com os quais os bandidos se identificam ou muitas vezes são os próprios.
Obrigada pela oportunidade.
Marília Rios.