Caída, Tombada e Abandonada
A população compreendeu o ato simbólico, pacífico, equilibrado e pela cidadania realizado nesta quinta-feira (10), numa lavagem da alma e da Fonte do Ribeirão, local ícone do Patrimônio Arquitetônico de São Luís. O texto do flyer do evento foi uma espécie de esfregar sabão na cara de todo o mundo. Pois bem, e não é que serviu de lição para alguns setores da sociedade. Logo foi anunciado o manifesto causou incômodo à Prefeitura de São Luís, por intermédio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), intensificou, na manhã da quarta-feira (9), uma limpeza pública nas fontes do Ribeirão e das Pedras e na Praça Deodoro.
Foram anunciados serviços de restauração da Fonte do Ribeirão, que, logo, passou a ser reconhecida como um ponto turístico de São Luís. Se o objetivo dessas ações de Governo seria esvaziar o movimento, o tiro saiu pela culatra, pois o povo foi até à Fonte e fez a lavagem, que contou também com a força divina de São Pedro.
Esse foi apenas um primeiro passo. Temos que tomar consciência de nosso papel como cidadãos e reivindicar sem agressão os nossos direitos, o de cobrar das autoridades constituídas. Agora, não devemos esquecer que também temos deveres e um deles é o de contribuir na preservação do nosso patrimônio.
Fica o recado que uma pintura ou varredura na Fonte do Ribeirão não resolvem os problemas de São Luís. A recuperação dos logradouros públicos e do acervo arquitetônico imponente, [que fez da Ilha Patrimônio da Humanidade] depende de todos nós. Esse trabalho deve ter como foco a manutenção e conservação do bem público permanente e que as ações de reivindicação devem se estender, agora, as praças Deodoro, Benedito Leite, entre outros espaços de São Luís.
É inadmíssivel que uma cidade, que se aproxima dos 400 anos, dona de um legado histórico e de uma riqueza cultural ímpar se encontre tão abandonada, tão sucateada, tão bombardeada, pela omissão do Poder Público. Precisamos urgentemente de menos falácia e ações mais concretas para modificar essa triste realidade, onde nada fique caído, tombado e abandonado. Uma cidade maltratada reflete também na saúde Pública, onde se corre o risco de baixoestima, depressão, pessimismo, entre outras mazelas, que somadas conduzem ao êxodo urbano ou à morte.
Enfim, tem horas que fico a achar que não existe mais uma luz no fim do túnel. Mas logo acredito que “o povo unido, jamais será vencido”.