Muitos sete serão pintados nos 400 anos de São Luís. Alguns artistas maranhenses já se anteciparam celebrando com o lançamento do CD “400 Carnavais”. Uma maneira alegre de reverenciar a cidade enfatizando a festa popular mais representativa do Brasil: o carnaval.
Já que a folia, do Oiapoque ao Chuí, é movida pela pluralidade musical, de alegorias e fantasias, em São Luís essa festa também é multifacetada e com sua particularidade. E foi bebendo na fonte rítmica do carnaval da ilha, que figuras como Alcione, Carlinhos Veloz, Erasmo Dibel, Gerude, Celso Reis, Djalma Chaves, Mano Borges, Alê Muniz e Luciana Simões, além de grupos, entre os quais, o Bicho Terra, Jeguefolia, Vagabundos do Jegue, Cordão do Ponto Com e Bloco do Betto, se reuniram para cantar o carnaval maranhense, ora com irreverência, ora no calor da tradição, de uma cidade tombada à condição de Patrimônio da Humanidade, que também tem como inspiração e respira em quatro décadas a folia de Momo.
O álbum, idealizado pela Clara Comunicação, tem quinze faixas inéditas com batidas que remetem ao bloco tradicional, ao frevo, à marchinha, ao tambor de crioula, ao merengue e ao reggae. Isso é uma demonstração que o carnaval do Maranhão – especificamente o de São Luís – é uma mistura de tradição aliada a influências alheias.
Essa alquimia sonora acabou sendo materializada e veio alimentar um sonho antigo de vários artistas locais, sob a direção executiva do jornalista Félix Alberto Lima, direção musical do cantor e compositor Betto Pereira, além de contar com a participação do saxofonista Sávio Araújo, entre outros instrumentistas que deixaram os seus acordes e o crédito pessoal nessa empreitada, em favor da música produzida no Maranhão.
De acordo com Betto Pereira, o disco não é um produto comercial, tem caráter meramente promocional, e já pode ser ouvido nas principais rádios do Maranhão e merece a nossa audição. Félix Alberto acrescenta que o importante do trabalho é o diferencial do Carnaval de São Luís: simples e visualmente atrativo que mistura lenda e folia, serpente e serpentina. “É o chão da praça, o tempero das ruas, o batuque de mina e o gemido da coreira, tudo no mesmo cenário”, ressaltou.
Se a quase quatrocentona São Luís quer festa, eis um projeto discográfico que não é datado, mas sim estratégico e concebido para o momento.