Surgido em Sacramento, nos Estados Unidos, o grupo Cake ficou caracterizado pela união original de “funk branco”, hip-hop, country, new wave pop, jazz, college rock e guitar rock emoldurada por letras que celebram descuidos da cultura pop e por ironias satíricas; tudo através de um cantar falado de John McCrea. Eram caras extramente normais e por isso mesmo inauguravam uma nova era dos nerds charmosos, aqueles que eram pouco populares na época do colégio, mas poderiam se tornar ricos e famosos, como os jovens da era Google, Youtube e Facebook.
O álbum de estreia dos Cake, “Motorcade of Generosity”, saiu em 1994, e gerou comparações com bandas americanas que faziam um mistura de psicodelismo satírico e som inusitados, como Phish, uma banda muito cultuada, mas apenas no mercado americano. Nessa época, começou o boca a boca na era “pré internética” e poucas bandas tiveram um tipo de culto tão rápido. Em 1996, lançam o disco “Fashion Nugget”, que transformou a banda em um sucesso mundial, graças a singles como “The Distance”, “Friend Is A Four Letter Word” e, sobretudo, pela versão do clássico de Gloria Gaynor, “I Will Survive”; realmente o disco tinha uma sonoridade diferente e uma qualidade musical em vários sentidos.
“Prolonging the Magic”, lançado em 1998, veio mostrar cada vez mais às claras a liderança do vocalista McCrea e até hoje o single “Never There”emociona quando toca. Depois de um hiato, retornaram ao disco em 2001, mudando de gravadora, com o álbum “Comfort Eagle”, que manteve a linha do grupo. Em 2004, lançaram o disco “Pressure Chief” com o tradicional olhar sob os desafios da cultura pop e o consumismo voraz; outro cover de um antigo sucesso está no disco, desta vez a clássica “Guitar Man”, do grupo Bread.
Neste sexto e novo trabalho, mantêm rigorosamente sua estética, a começar pelo grafismo da capa, e sonoridade, que não é abrupta e sim evolvente, e por isso mesmo se mantêm contemporâneos; além de tudo, o álbum foi gravado nos últimos dois anos e meio e produzido e desenvolvido pela própria banda, no seu próprio estúdio alimentado por energia solar; o resultado é ótimo para quem conhece a banda e ainda soa novo e surpreendente para aqueles que nunca tenham ouvido o Cake!
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