Português nosso de cada dia…

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Tem gente que considera triste ver sempre os mesmos comentários, crônicas em jornais, Blogs, entre outras redes sociais, principalmente de pessoas leigas, sobre a gramática da língua portuguesa. Sabemos que não é mérito do português possuir tantas dificuldades. É bom que se diga qualquer língua natural possui as mesmas dificuldades. Não vamos aqui tentar entender qualquer falante nativo inglês, húngaro, tagalog, navarro, etc. Vamos, sim, então tentar entender que nem todo falante domina sua língua materna.

O português é, de fato, muito belo. Tem gente que diz que sabe falar ou escrever em português (brazuca). Uma determinada adolescente identificada como ‘Absurdete ‘Internetês’ do Araguaia’ diz: “arrumei um namorado também internetês, tipo analfabeto funcional, uma categoria nova existente no Brasil, que escreve para ela assim: “me deicha ser seu namorado…gosto de houvir sua voz…fico rocho de ciúmes…lhe dezejo uma boa noite…seje minha namorada…não vou emplorar…vou durmir…quero cintir seu perfume…”…enfim…. Tá difícil. rsrsrs”. Enfim, ela prefere se curvar em nome de um sentimento à entender a complexidade em se falar e escrever o idioma pátrio.

Como já diziam os Paralamas: “Assaltaram a Gramática. Assassinaram a Métrica”…Enfim, pronunciar o português com conhecimento é o politicamente correto. Está corretíssimo o jornalista, publicitário Bruno Medina, também músico da banda Los Hermanos, ao citar em seu Blog ” no G1 “ser um desafio diário, enfrentado por milhões de pessoas nos cinco continentes: estes que, como nós, dependem de um idioma belíssimo – porém repleto de armadilhas e pormenores – para se fazer entender.

Exemplos são notórios e abundantes, e estou certo que cada um de nós têm ao menos meia dúzia de indignações com a língua pátria para manifestar. Algo do tipo, por que “certo” se escreve com “c” e “assertivo” com “ss”, ou qual a razão (a não ser confundir vestibulandos nervosos) de “iminência” e “eminência”, “sessão” e “seção”, “acento” e “assento” terem grafias tão parecidas, ainda que possuam significados tão distintos? O tema dá muito pano para a manga, eu sei. Reclamar da dificuldade do português é praticamente como chutar cachorro morto.

Medina pede atenção para uma classificação menos óbvia, nem por isso menos importante: aquelas palavras que, apesar de grafia e pronuncia estarem corretas, sempre aparentam estar erradas.

Como assim? Medina explica. Junto com ele, analisemos a palavra “mendigo”. Diga-a em voz alta. De novo. Isso, não tenha vergonha do vai pensar quem estiver perto, grite, sem medo: “mendigo”! Percebem o erro de projeto? Tentem “mendiNgo”. Que conforto dá esse “N” que não existe, né? Não é à toa que tanta gente prefere pronunciar dessa maneira.

Mesmo caso de “estupro”. Tudo bem que o termo pede essa força, pede a repulsa, o fora do lugar, mas a gente sabe que o “R” não deveria estar aí. Outra palavra cuja voz (equivocada) do povo consagrou.“EstRupo”, e quem vai dizer que não é? Não muito diferente é “cadarço”, só que o porém é esse “R” aí no meio, que não precisava existir. Olha, taí uma palavra que muita gente boa pronuncia errado, pelo simples motivo de não acreditar que um tênis tenha que ser amarrado por algo tão chato de se dizer.

Como já havia citado acima no texto: o português é, de fato, muito belo. Mas não poderia esquecer que além de belo, o português é um idioma complexo e difícil de aprendizagem. Mesmo assim, esbaldo-me com tantos vocábulos temperamentais, que não aceitam por nada a sua negação. Se negam a serem negados. Mas isso os torna belos! Afinal, pra que seria o braço, senão para o abraço! O que seria do mundo sem o imundo ?

E assim vivemos…

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