Legal as dicas do jornalista Zeca Camargo sobre os discos que não ouvimos em 2011. O cara é um privilegiado, enfim corre mundo e tem grana pra comprar raridades discográficas. As dicas servem e o que nos resta é correr atrás pra fugir um pouco do lugar comum. Quem gosta realmente de música tem que garimpar pra si e pros outros.
Entre os discos na lista de novidades de Camargo já consegui ter acesso ao Macaco, “Puerto Presente”. Realmente, a sensação a primeira ouvida é a de um novo Mano Chao à vista.
Usando as palavras de Zeca Camargo, “Macaco não é um genérico de Mano Chao, mas uma banda de um artista só, o catalão Dani Carbonell, extremamente original. Que, como Chao (e essa é a única comparação possível), bebe de todas as fontes.
Ao mesmo tempo, é de uma economia absurda, como se tivesse vergonha de ter que admitir que bebeu em tantas fontes.
Meu conselho para Macaco: não se iniba, saia cantando pelos quatro cantos do mundo que te inspiram. De minha parte, já estou irremediavelmente escravo do refrão de “El son de la vida”…
Antes de correr atrás das outras novidades, gostei do comentário que fez do novo trabalho de Paulinho Moska, ou Moska. Foi a única citação nacional sugerida pelo jornalista.
Em tempos de vacas magras, pouca criatividade no Pop ‘Brazuca”, oxalá, o carioca e veterano ‘Moska’, ou ‘Paulinho’.
– Tão prolífico quanto negligenciado, Paulo Moska está presente em nossas rádios – e na nossa memória musical – há mais de uma década (há mais de duas, na verdade…).
Mas, em muitos casos, é quase sempre um outro artista que acaba levando os créditos por uma canção sua. Não poderia haver injustiça maior.
Eu, devo confessar, em nome da transparência, sou admirador de longa data… E foi com grande expectativa que fui ouvir esse disco duplo – os títulos são uma referência sutil ao tipo de música que cada CD apresenta.
A expectativa, como eu já podia imaginar, foi mais que preenchida. Num ano (mais um) em que o pop brasileiro não apresentou nenhuma novidade marcante (ok, Luan Santana criou um nicho todo seu, mas quem tentou puxar a brasa para o rock não evoluiu nem um degrau – e você sabe de quem estou falando), ouvir – e “re-ouvir” – Moska é uma espécie de lição bem didática. Existe um caminho, é só colocar o violão para funcionar… – falou e disse Zeca Camargo.