Quando entra setembro, junto vem o dia 8, o aniversário de 398 anos da ilha Patrimônio da Humanidade. A tradicional e bela São Luís, que para muitos, ainda, a conceituam como “Atenas Brasileira”, continua a ser cantada em verso e prosa pelos seus artistas.
A quase quatrocentona inspira os seus poetas, compositores e intérpretes no dia a dia. Entre os exemplos citam-se: Bandeira Tribuzzi, no poema/musica “Louvação a São Luís”, César Nascimento, “Ilha Magnética”, Carlinhos Veloz, “Ilha Bela”, a dupla Alê Muniz e Luciana Simões, “São Luís/Havana” e Zeca Baleiro, “Pedra de Responsa” e “A Serpente”, além das toadas de bumba meu boi.
O jeito peculiar, cheio de mistérios, os costumes, de gente pacata e hospitaleira, as belezas naturais e arquitetônicas são as fontes de inspiração, as ferramentas que os artistas se abstêm para elevar as suas almas e reverenciarem o que temos de belo.
Mesmo convivendo com as adversidades, provocadas por uma nova ordem mundial, São Luís continua sendo uma fonte inesgotável, de inspiração eterna para quem gosta de fazer poesia.
Poema Sujo (Ferreira Gullar – poeta maranhense)
Me extravio
na Rua da Estrela, escorrego
no Beco do Precipício.
Me lavo no Ribeirão.
Mijo na Fonte do Bispo.
Na Rua do Sol me cego,
na Rua da Paz me revolto
na do Comércio me nego
mas na das Hortas floresço;
na dos Prazeres soluço
na da Palma me conheço
na do Alecrim me perfumo
na da Saúde adoeço
na do Desterro me encontro
na da Alegria me perco
na Rua do Carmo berro
na Rua da Direita erro
e na Aurora adormeço.