Os cinéfilos ganham um novo espaço em São Luís. Trata-se da Rede Cinesystem Cinemas no Nordeste, instalada no Shopping Rio Anil, localizado no bairro do Turu. Na manhã desta terça-feira, 20, um grupo de jornalistas esteve no local, para conhecer o multiplex da Rede de Cinemas. Há 10 anos no mercado, a Cinesystem, que nasceu em Maringá, no Paraná, se expande chegando a outros estados da federação. Além de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Luís foi a capital escolhida, devido ao seu desenvolvimento e pela demanda que já existe de opções diferenciadas de entretenimento e lazer por parte da população. Espero que as pessoas entendam a proposta, saibam usufruir da melhor maneira possível e reivindicar quando for necessário.
O Bem Amado
Durante o encontro com a imprensa, foi exibido em ‘avant première’, ou seja, em sessão exclusiva o longa-metragem “O Bem Amado”, dirigido por Guel Arraes, filho do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, baseado na atemporal obra do escritor, novelista, Dias Gomes, e produzido por Paula Lavigne.
Cerca de quatro décadas depois, Odorico, que já teve seu espaço na televisão e no teatro, ganha vida nas telonas, eternizado pelo ator Paulo Gracindo. Desta vez, o personagem é interpretado por Marco Nanini, que acertou em cheio na atuação do prefeito sedutor e canastrão. Acompanhado de um elenco de primeira, da direção de Guel Arraes (Lisbela e o Prisioneiro e O Auto da Compadecida) e de uma trilha sonora à parte (Caetano Veloso) compôs uma faixa especialmente para o longa), o experiente ator Marco Nanini, que já viveu Odorico nos palcos, faz uma releitura completamente engraçada e renovada do personagem.
A trama tem início quando, após assumir a Prefeitura da pequena e pacata Sucupira, Odorico Paraguassu tem como meta a construção de um cemitério, mas seu único problema é encontrar um defunto para inaugurar a sua grande e única obra”. Sempre rodeado pelas intensas, apaixonadas e cômicas irmãs Cajazeiras (Zezé Polessa, Andréa Beltrão e Drica Moraes, que tá dodói e torcemos pra que saia da cama já), o prefeito Odorico se envolve em muitas confusões e, atacado pela oposição, o malsucedido personagem, cheio de neologismos e com pose de primeiro-ministro da Inglaterra, arma tramas para que alguém estreie alguma das covas do cemitério.
Apesar da discussão ideológica por trás do filme, são as confusões do simpático Odorico que dominam a cena. Cheio de defeitos e qualidades, o personagem de Nanini, com sua lábia e poder de sedução, ao invés de conseguir mais eleitores, promete é conquistar o público dos cinemas. Arraes nunca duvidou de que Nanini era a pessoa ideal para o papel.
Cheio de bons atores que contribuiram apenas para engradecer o longa com mais pitadas de irreverência. Destaque em o Bem Amado para José Wilker, que encarna Zeca Diabo, papel antes vivido por Lima Duarte na TV. além de Tonico Pereira, Maria Flor, Bruno Garcia, Edmilson Barros e Caio Blat.
Trilha Sonora
Tão popular quanto Odorico Paraguaçu é a trilha sonora de “O bem amado”. Caetano Veloso, Berna Ceppas e Mauro Lima assinam o disco, que tem dez canções gravadas especialmente para o filme, sete delas inéditas, interpretadas por nomes que vão do próprio Caetano até Mallu Magalhães.
Caetano assina duas das canções compostas para o longa: o lamento “Esta terra”, uma parceria com José Almino, cantada pelo próprio Caetano; e “A vida é ruim”, em duas versões, uma instrumental, e outra na voz de Zélia Duncan. No universo das releituras, três composições integram o disco. Mallu Magalhães fez uma versão fofa para “Nossa canção”, de Luiz Ayrão, que já foi sucesso nas vozes de Roberto Carlos e, mais recentemente, de Vanessa da Matta. A música embala o romance entre Violeta (Maria Flor) e Neco (Caio Blat).
Zé Ramalho gravou uma versão de “Carcará“, o clássico de João do Valle e José Candido eternizado nos anos 1960 na voz de Maria Bethânia. A canção é a trilha do personagem Zeca Diabo (José Wilker). Já Jorge Mauter, ao lado de Thiago Silva (percussão) e de Nelson Jacobina (violões), dá um novo arranjo à sua “A bandeira do meu partido”.
“Jingle do Odorico“, uma das sete composições inéditas da trilha, é alegremente cantada por Thalma de Freitas, Nina Becker e Cecília Spyer e foi composta pelo próprio Guel, em parceria com o também cineasta Jorge Furtado.
Berna Ceppas compôs “Cajazeira tentação”, enquanto Mauro Lima criou “Boogie sem nome”, com vocais de Leo Jaime, Selvagem Big Abreu, Bob Gallo e Leandro Verdeal; e Kassin contribuiu com “Chachacha das Cajazeiras”.
Uma Comédia
A lendária Sucupira é um pouco o resumo do Brasil. O “Bem Amado” é uma sátira política. Odorico é um personagem emblemático, retrata o brasileiro, não só o político. Transformar alguém com tantos defeitos em alguém com carisma é, acima de tudo, algo mágico”. Portanto, vá o cinema e assista a partir desta sexta-feira, 23, em um ‘remake’ literalmente engraçado e renovado pelos personagens.
Fotos: Paulo Jr./Imirante
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica:
Roteiro: Cláudio Paiva e Guel Arraes
Baseado na obra de Dias Gomes
Diretor: Guel Arraes
Produzido por: Paula Lavigne
Diretora-assistente: Olivia Guimarães
Produtora Executiva: Olivia Guimarães e Lili Nogueira
Produtores Associados: Mauro Lima e Beatriz Mafra Vianna
Produtora delegada: Clarice Saliby
Diretor de Fotografia: Dudu Miranda e Paulo Souza
Diretor de Arte: Claudio Amaral Peixoto
Técnico de Som: Jorge Saldanha
Figurinista: Claudia Kopke
Maquiadora: Lu Moraes
Editor de Som: Casa de Som
Produtor de Finalização: Hugo Gurgel
Montagem: Caio Cobra
Música: Caetano Veloso, Mauro Lima, Berna Ceppas, e Kassin