Bom Humor & Irreverência…

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O São João é realmente a nossa maior festa popular. Estar ou passar a festa junina em São Luís é algo mágico e especial. A cidade ganha um colorido diferente por conta das ruas enfeitadas de bandeirinhas. Algumas pessoas mantêm a tradição e acendem a fogueira na noite da véspera de São João. Os arraiais animados pelas mais variadas brincadeiras e das guloseimas típicas do período junino.

maioba2

Aproveitei a véspera de Santo Antônio, dia dos namorados, 12, para visitar os arraiais espalhados pela cidade. O que observava era uma São Luís em festa, o povo na rua para brincar. Ao chegar no arraial da Praia Grande tive o privilégio de assistir as apresentações dos bois de Santa Fé (sotaque de pandeirão) e Maioba (sotaque de matraca) e logo vem a constatação de duas brincadeiras que representam o autêntico folclore maranhense.

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E mais, não se pode esquecer que a festa é do povo e o artista não pode aparecer como a principal estrela, a vedete.  Eu me posiciono na condição de povo, cidadão e plateia, pois não entendi o comportamento do cantor e compositor Chico Maranhão, no último sábado, em um dos pontos do arraial da Praia Grande.

Tenho o maior respeito pela pessoa, a história e a obra dele, mas não justificava o ‘xilique’ e o desrespeito ao público presente, especialmente os turistas.  Ele resolveu intimidar as pessoas com xingamentos e pedir de forma grosseira para que elas interagissem com o seu espetáculo. Menos, né !

A plateia agiu de forma civilizada e aplaudiu o músico, que parecia descontente com alguma coisa, e resolveu descarregar em quem não tinha haver com o problema. Não se pode esquecer da importância do artista no contexto. Mas, ele é apenas um coadjuvante diante de uma festa única, ímpar, plural, do bom humor, da irreverência, do colorido e da alegria.

Fotos: Secom/Governo do Maranhão

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Hey, brasileiros !!!

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A cantora Katy Perry, famosa pelo hit “I kissed a girl”, afirmou em seu Twitter que virá ao Brasil ainda este ano, sem revelar em quais cidades vai se apresentar.

Hey, brasileiros! Acabei de saber que irei para aí este ano! Mal posso esperar, sei que vocês também. Darei mais informações a vocês em breve”, escreveu Katy no microblog.

Na quinta-feira passada, dia 10, a cantora alcançou novamente o topo das paradas com a música “California Gurls”, parceria com o rapper Snoop Dogg.

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Arrumando as malas…

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Deu no twitter do Bom Dia Mirante, da TV Mirante, que o Boi de Morros está se preparando para um giro na Europa a partir do fim do mês.  Além da ansiedade em  arrumar as malas, o grupo maranhense está com a nova coreografia e as toadas prontas para mostrar em festivais folclóricos no velho continente. A viagem dos brincantes do Boi de Morros está marcada para o próximo dia 28.

Mais de três décadas construindo história, o Boi de Morros sempre inova a cada festa junina.  A brincandeira já lançou nove  LP´s, sete CD´s, um VHS, um DVD.

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Copa da Alegria…

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Com todos os problemas enfrentados pelos sul-africanos para a realização de uma Copa do Mundo,  levando-se em consideração a colonização pelos ingleses e do regime do ‘Apartheid’ vicenciados pelo povo ao longo da história daquele País, a abertura, ontem, em Soweto, já sinalizou para uma competição festiva. Os sul-africanos, com toda a sua alegria, adoram festa. Os sul-africanos, por si só, já são uma festa. E nada melhor que uma grande celebração para marcar o início da 19ª Copa do Mundo de futebol, a primeira realizada na África.

Um dia antes da bola rolar nos gramados, o Orlando Stadium, em Soweto,  quem estava lá viu o que o planeta vai ver na TV nos próximos 31 dias: muita festa e alegria. Num show com três horas de duração, repleto de astros da música ‘gringa’, a exemplos, de Black Eyed Peas, Alicia Keys, Shakira, Angélique Kidjo, entre outros nomes da música africana, a Copa começou prometendo,  já deixando como maior legado a educação e sempre exaltando o líder Nelson Mandela.

Um continente que passou séculos convivendo com os olhares desconfiados e preconceituosos do resto do mundo merece um momento especial e o direito de ficar em êxtase. Pode até não ser o esporte preferido dos sul-africanos, mas o futebol é uma paixão mundial. Tem cada vez mais assumido uma função social com a capacidade de conectar os povos. E com a realização da Copa do Mundo, em um país africano, o futebol paga uma dívida histórica com o continente.

Se ainda existem problemas sociais na África do Sul e nos países enquadrados, rotulados, como de terceiro mundo, a culpa não é da bola.  E já que os organizadores da Copa na África do Sul falharam não cumprindo algumas orientações da Fifa, a torcida, agora, é para que dentro de campo esses problemas sejam superados com uma competição marcada pelo ‘fair-play’, dribles desconcertantes, jogadas emocionantes e muitos gols. E para quem saiu de casa e acreditou que na ‘África também é possível’, o que resta são bafana bafana, vuvuzelas, música e alegria nos estádios, sem distinção étnica. Para o continente africano será um sorriso só.

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Memórias…

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O cantor e compositor Lobão, 50 anos relata suas memórias no livro de 867 páginas intitulado “Cinquenta Anos a Mil”. Na autobiografia, ele destaca o punhado de ressureições na música e cinco tentativas de suicídio.

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O volume de memórias deve sair até novembro pela editora Nova Fronteira. Será uma autobiografia escrita a quatro mãos. Está com ele no projeto o jornalista Cláudio Tognolli, que se encarregou de colher depoimentos e reunir documentos judiciais. Enquanto Tognolli se debrua sobre a produção do livro, Lobão acelera os projetos musicais. As faixas do compacto já estão definidas. Serão gravadas ainda neste mês pelo produtor Roy Cicala, que trabalhou em álbuns de John Lennon e Jimi Hendrix e agora vive em São Paulo.

Nelas, o próprio Lobão toca – sozinho – todos os instrumentos. Uma das canções novas é “Song for Sampa”, em que declara amor eterno pela cidade que adotou aos 50 anos. A outra canção, ainda sem título, é homenagem ao compositor Júlio Barroso (da banda Gang 90), morto em 1984.

Depois de planejar o relançamento em CD dos nove LPs que gravou na RCA (atual Sony), entre 1982 e 1990, ele próprio abateu o projeto.

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Bola à vista !

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Eu não faço música e não jogo bola. Mas as duas manifestações artísticas me mobilizam e se tornaram duas paixões no meu cotidiano. E já que visitar museus foi um programa obrigatório na passagem meteórica por São Paulo, resolvi conhecer o Museu do Futebol, localizado no estádio do Pacaembu. Lá, está registrada a memória viva e cheia de efeitos tecnológicos do futebol nacional, indo de Charles Miller, brasileiro do Brás, filho de um inglês e a mãe brasileira, onde reza a lenda que ele é o Pai do futebol no País, até os nossos dias.

E aproveitando o raciocínio lógico do escritor José Lins do Rego, “o conhecimento do Brasil passa pelo futebol”.  Logo na entrada dei de cara com a jabulani, a bola da Copa na África do Sul. A redonda tem gerado polêmica e dividido opiniões, principalmente, por parte de alguns jogadores brasileiros. Eles não podem esquecer que se não fosse (ela) (a bola) (jabulani ou não) muitos não estariam ‘milionários’, mas sim puxando a cadelinha… Haja ingratidão e  falta de humildade. Não esqueçam “meninos do Dunga”:  ‘”o que conta mesmo é a bola e o moleque, o moleque e a bola. E por bola pode se entender um coco, uma laranja ou um ovo, pois ja vi fazerem embaixada (pezinho) com um ovo” (Chico Buarque de Holanda, compositor e escritor). Portanto, craques milionários da seleção verde amarela do Brasil, em tempos de Copa, ela deve ser bem tratada como uma mulher de respeito. Saibam usá-la com talento para alegria do torcedor canarinho.

jabulani

A visita ao Museu do Futebol continua acompanhada pela emoção. Quanta felicidade, vê a camisa 10 surrada e emblemática usada por Pelé no primeiro gol contra a Itália, na final da Copa de 1970, no México. Afinal, um gol importante na goleada de 4 a 1, na conquista do Tri e da Taça Jules Rimet. Estava legitimado naquele momento que ‘a taça do mundo era nossa”. Outro momento marcante foi perceber em um quarteirão que a história do Sampaio Corrêa e do futebol maranhense estava guardada na memória do Museu do Futebol e mundial. Veio a emoção, quebra do protocolo, pois o Estatuto da Casa não permitia fotografar. Lembrei da frase do poeta Caetano Veloso protestando contra a censura: “È proibido proibir”.  Coloquei em prática, pois não resisti. Corri para foto que também ficará guardada em meu arquivo pessoal.

sampaio2010Momento bacana da visita
 
sampaio

Sampaio: Time de tradição

Com o olhar curioso aos momentos das Copas, depoimentos de especialistas do futebol e dos nossos heróis da Bola, veio a reflexão ao dar de cara com o poema questionador e realista do mineiro Carlos Drummond de Andrade: “futebol se joga nos estádios ? Futebol de joga na praia. Futebol se joga na rua. Futebol se joga na alma”. Por isso é que eu digo: “vamos balançar o véu da noiva”. Não basta e importa se o gol é de penalti, de cabeça, de falta, olímpico. Tem que ser com a bola e de placa. 

Dizem que o mundo é uma bola. E por ser mundana, a bola, independente do tamanho, do esporte, da pátria em que é jogada, virou o maior protagonista, a estrela do futebol. “É incrível a facilidade que tem de jogar futebol com qualquer coisa que se possa chutar. Nossa fome de bola ancestral nos faz chutar bolinha de borracha, cabaça, lata amassada, cabeça de boneca, caixa de fósforo, papel amassado enrolado com barbante, limão, bola de meia, acreditando ser de fato uma bola. A gente sua a camisa por qualquer pedaço de qualquer coisa. Uma facilidade na transferência de valôres que só existe no futebol e particularmente no Brasil. Freud explica ?”

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Sétima Arte…

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Os 15 melhores filmes do cinema nacional estarão em cartaz de 22 a 26 de junho nas mostras competitivas do 33º Festival Guarnicê de Cinema. Apresentado pela Petrobrás, o 33º Festival terá em suas mostras competitivas os seguintes filmes: Deus Arma, de Johil Carvalho e Sérgio Lacerda (DF); Nego Fugido, de Marília Hughes e Cláudio Marques (BA); Incelença da Perseguida, de Silvio Gurjão (CE).

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Concorrerão também os filmes Bailarino e o Bonde, de Rogério Nunes (SP); O Filme mais violento do mundo (MG); Obrigada, de Giancarlo Di Tommaso (RJ); Mestre Vitalino e nós no barro, dirigido por alunos da rede municipal de Vitória (ES); Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos, de Camilo Cavalcante (PE); O Divino, de repente, de Fábio Yamaji (SP); Bailão, de Marcelo Caetano (SP); Verdadeiro ou Falso, de Jimi Figueiredo (DF); Rio de Mulheres, de Cristina Maure e Joana Oliveira (MG).

Competição

Também  estão na competição os filmes A Esperança  é a ultima que morre, de Armando Mendez (MG); Revertere Ad Locum Tuum, de Armando Mendez (MG) e o curta-metragem maranhense Vela ao crucificado, dirigido pelo cineasta maranhense Frederico Machado (MA). O 33º Festival Guarnicê de Cinema ocorrerá no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, no Cohafuma, em São Luís.

Competirão  ainda mais 23 vídeos dos estados de São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará e Pernambuco. O 33º Guarnicê é uma promoção da UFMA, por meio dos departamentos de Assuntos Culturais (Proex), Artes (CCH) e Comunicação Social (CCSo). A realização é da Fundação Sousândrade, com co-patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Oficinas

As inscrições para as quatro oficinas profissionais estarão sendo abertas na próxima semana. Quem quiser participar das oficinas de Interpretação para o Cinema; Desenho Sonoro e Edição de Som; O Som em Cena e Geração de Conteúdos em Novas Mídias estarão abertas no período de 14 a 18 de junho de 2010, no Departamento de Assuntos Culturais/Proex/UFMA (Rua Grande, 782. Centro, no horário das 8h às 12 e das 14h às 18h. Informações e inscrições no site: www.cultura.ufma.br

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Mixando a Vida…

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Júlio Barroso dizia: “O poeta é o traficante da liberdade”, e eu emendo: O DJ é o traficante da alegria.
 
Já é corriqueiro há décadas numa das principais artérias da urbe paulistana: Quando cai à noite a borbulhante Augusta ferve. Lá toda noite acontece um desfile cultural eclético, democrático, estético, tribal, cosmopolita, por entre clubes, bares, e calçadas. Há sim um certo glamour entre a moçada dita ‘mudérna’ da paulicéia desvairada, mas quem sempre vence no final é a diversão.

pepejobaratosafins

                                            Reencontro com o parceiro e amigo Jonathas na emblemática Baratos Afins

E quem escolheu entre tantas opções adentrar no Tapas Club na noite gelada da terra da garoa não se arrependeu. Encontrei um ambiente aconchegante e descolado, talhado para agasalhar a alma de quem necessita de calor humano, pensado para que as pessoas possam se encontrar após uma semana de trabalho árduo.
 
Eu posso imaginar que para um DJ tocar no inicio da noite seja sempre um desafio salutar. Aquele é o momento dos amigos colocarem a conversa em dia, das meninas e dos meninos iniciarem algum approach que resulte no algo mais da madrugada, quiçá de alguma nova revolução em suas vidas ainda tão jovens.  Logo, dançar naquele instante não é uma necessidade urgente, afinal a noite ainda é uma criança…
 
Entra em campo então a experiência do DJ Pedro Sobrinho, e mesmo os craques mais tarimbados sentem nessa hora aquele friozinho na barriga. Com sua simplicidade característica, Pedrinho colocou em campo um desfile de sonoridades elegantes, classudas, marcadas essencialmente por algo cada dia mais escasso neste mercado musical de nosso senhor, bom gosto. Ah… Palavrinha de difícil compreensão. 
 
Saíram das pick-ups e ganharam vida no lounge mixagens de artistas inebriantes como o duo japonês do Pizzicato Five, clássicos do naipe dos Beatles na bela versão para “And I Love Her”, uma trinca de respeito, Wilson Simonal e sua ‘pilantragem’, Sérgio Mendes e sua bossa-samba-rock, os Novos Baianos “Besta é Tu”, além de passeios universais a partir de aldeias na antropologia musical do DJ Dolores. Ainda houve espaço para multifacetar linguagens com a malandragem carioca do Funk’n’Lata do sambista Ivo Meirelles. 
 
A essa altura com o papo já em dia e depois de saborear algumas “Stellas”, olhei de relance e assisti a musa indie, Mallu Magalhães, linda sorrindo, conversando, bebendo sua água mineral, cantando e curtindo com aquele jeito tímido de criança o repertório do Mr. Sobrinho. Diz-me com quem andas…
 
Vieram depois os deejays Barata e Oops de Brasília com um lema bem apropriado para a vida, “Só som salva”, e ainda o show arrebatador da pernambucana arretada Catarina Dee Jah e os Radicais Livres – fazia tempo que não assistia alguma mutação sonora conceitual tão bem arquitetada.
 
No final das contas Mr.Sobrinho que tocaria a principio apenas durante uma hora, agradou tanto na sonoridade e na simpatia, que três horas não foram o suficiente para saciar a empolgação dos notívagos do Tapas Club. 
 
Ficou então aquele gostinho de quero mais… Quem sabe em breve, porque se santo de casa não faz milagre, em minha terra a curiosidade não mata, ensina.

Texto: Jonathas Nascimento (jornalista e produtor cultural em SP)

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Classificados…

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Os 23 vídeos selecionados para o 33º Festival Guarnicê de Cinema, são: A Pensão dos Caranguejos, de Marcelo Presotto (SP); A pedra que o estilingue lança, de Ana Cristina Murta (ES);  Canoa Caiçara, de Luiz Bargmann Netto (SP); Tratado de Liligrafia, de Frederico Pinto (RS); Damas, de Marton Olympio e Michelangelo Moura (RJ).

Também concorrem: Libertas, de Jackson Abacatu (MG); Darluz, de Leandro Goddinho (SP); Imagine uma menina com cabelos de Brasil…, de Alexandre Bersot (RJ); Olhar de João, de Mariley Carneiro (GO); Enciclopédia, de Bruno G. Barreto (RS); Céu Limpo, de Marcley de Aquino e Duarte Dias (CE); Os anjos do meio da praça, de Alê Camargo e Camila Carrosine (SP); O Jumento santo e a cidade que se acabou antes de começar, de Leonardo Domingues e William Paiva (PE);

Estão ainda na disputa os vídeos Tereza, de Cor na primeira pessoa, de Amaro Filho e Marcilio Brandão (PE); Ao meu pai com carinho, de Fausto Noro (SP) e mais os seguintes vídeos maranhenses: Na Costa da Minha Mão, de Andréa Barros (MA); Caos, de Ricardo Balata (MA); Mar de Rosas, de Rwanyto Oscar (MA); O Destruidor de Ilhas, de Denis Carlos (MA); Ruídos do Tempo, de André Garros e Gabriel Carvalho (MA); Aquarela Periférica, de Nayra Albuquerque (MA); Quilombo – Terra de Preto, de Lu Martins (MA) e São Raimundo Nonato dos Mulundus – O Santo Vaqueiro, de Vicente Barbosa Simão Junior (MA).

O festival ocorrerá entre os dias 22 e 26 deste mês, em São Luís, numa promoção da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Departamento de Assuntos Culturais (DAC).

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O Avesso do Avesso…

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Como já dizia o poeta baiano Caetano Veloso, São Paulo é o “Avesso do Avesso”. Mesmo com os arranha-céus, poluição no ar e na terra, existe uma cidade provinciana caracterizada pelo Brás, Liberdade, Bexiga, Estação da Luz, das avenidas Paulista, Ipiranga e São João, da garoa e de outros demônios típicos de um centro nervoso industrial e mundano.

mlp

Visitar São Paulo, da Semana da Arte Moderna, do poeta Mário de Andrade, em pleno mês, em que São Luís abre alas para mais uma festa e reverência a Antônio, João, Pedro e Marçal, foi prazeroso. Me senti acolhido e em casa. Toquei no Tapas Club, na Augusta, bairro tradicional, boêmio dos paulistanos e para quem vem de qualquer outro lugar.

Na pista do térreo da casa tinha gente fina, feita para “brilhar e não morrer de fome”, como o da cantora Mallu Magalhães, o polêmico jornalista Xico Sá, da Folha de São Paulo, maurícios, patrícias, dreadlocks, beatnics, emos, jogador de futebol do poderoso timão, judeus, muçulmanos, minas e manos, amigos maranhenses e baratos afins. Essa é a bandeira levantada pelo “Mixando o Mundo” compreendida por quem foi a balada na Paulicéia que é realmente desvairada.
 
Não fui ao cinema, não fui ao teatro, mas fui a Galeria do Rock, Mercado Municipal de SP e ao Museu. Na visita a Pinacoteca, na Estação da Luz, fiquei orgulhoso em estar próximo da obra do brasileiro Cândido Portinari exposta, graças ao amigo e mecenas Castro Maya, um dos maiores colecionadores do acervo do artista plástico.

Atravessando de um lado para o outro fiz uma rápida visita a Estação da Luz observei uma mulher, negra e humilde arriscando notas em um piano e alimentando a sua alma com acordes dissonantes e desafinados da música, numa interferência que lembra as ruas de Nova York (EUA). O instrumento foi colocado à disposição para que anônimos ou não, experimentem o prazer de fazer arte com músicalidade, em plena praça que é do povo. No mesmo prédio funciona o Museu da Língua Portuguesa.

Uma das coisas que me chamou atenção, entre tantas outras vistas no museu, foi a exposição divertida, interativa e provocativa “Menas – o certo do errado. o errado do certo”, aberta em março deste ano, e ficará em cartaz até 27 de junho. Embora seja uma palavra imprópria, inadequada, “menas” não consta nos dicionários e tampouco no vocabulário ortográfico da língua portuguesa. Entretanto, não se deixou abalar e mostra pela boca do povo a sua existência.

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Para os curadores da mostra, os professores Ataliba Castilho e Eduardo Calbucci, Menas está na fronteira entre tudo o que não vale e o vale-tudo. Mesmo sabendo que “menos” é um advérbio, portanto, invariável, quantas vezes já não ouvimos a “concordância” com o gênero feminino por pessoas das mais diferentes classes e idades. Ataliba acha que esta foi “uma oportunidade de expor os visitantes a um conjunto de situações linguísticas, convidando-os a refletir sobre os dados, tirando suas próprias conclusões”.

fernandopessoa

Ao ler o texto escrito nas paredes do MLP diz que “o modo de falar e escrever são sempre variados e criativos. Ele muda com o tempo, pois a língua é dotada de um dinamismo que acompanha as mudanças da própria sociedade, onde alguns segmentos sociais perdem o prestígio, enquanto outros o adquirem. E que numa sociedade plural e democrática, sempre haverá de um lado quem considere que a correção linguística é absoluta e, de outro, aqueles que adotam uma postura de relativismo completo, afastando desse tipo de discussão.

Entre as fronteiras do culto e o popular, eis a questão. “Tá legal. Tá Legal, eu aceito o argumento. Mas, não altere a ortografia do português culto tanto assim. Olha o que a rapaziada está sentindo a falta. De um bom livro, uma boa leitura e uma escola decente e com qualidade”.

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