Muito proveitosa a tarde de sexta-feira, 26, onde em uma das salas da Faculdade São Luís aconteceu a oficina “Um rádio com novos códigos e idéias para fugir do lugar comum”. Estudantes do curso de jornalismo, relações públicas e de rádio e TV da UFMA absorveram a idéia e juntos trocamos informações na tentativa de desconstruir conceitos pré-estabelecidos. Dessa experiência me senti como se não estivesse sozinho, ao perceber que tem gente comungando da possibilidade de mudar o conceito do rádio tão deturpado nos últimos tempos, com a onda de convergência das mídias, por causa das inúmeras ferramentas criadas na internet e pelo fato do surgimento dos rádios webs espalhados no universo virtual. Mesmo com a fala de Barbara Piazera, estudante de radialismo da UFMA, produtora da Mirante FM e especializada em rádio Web, que destrinchou em poucos minutos a importância do twitter, orkut, como incremento de uma nova ordem na comunicação, o que queríamos era supervalorizar o rádio convencional, mostrar que ele ainda tem o seu valor junto à sociedade. Diante da oficina/debate, nasceu uma comunidade que no Orkut se chamará “I Love You Rádio”.
Brincadeira à parte, em três horas relatamos um pouco da história do veículo no Brasil e em seguida veio a pergunta: O que fazer para o rádio fugir do lugar comum ? No ápice da discussão, veio o questionamento. O foco da oficina é o rádio AM ou FM ? E a resposta foi a que o AM está de vida garantida. Em São Luís, o modelo radiofônico se legitima priorizando o jornalismo. A audiência está consolidada. A maioria dos oficineiros acha que é preciso quebrar o paradigma que rádio AM é um veículo feito para pessoas mais velhas e da necessidade de se estabelecer novos parâmetros na maneira de informar à população. Imparcialidade, uma linguagem acessível e contextualizada, além de um trabalho de marketing agressivo para se tornar um atrativo auditivo também para os mais jovens.
E quando o bate papo foi a FM, muitas abordagens foram levantadas. Uma dos questionamentos diz respeito a audiência das emissoras locais em freqüência modulada, nos dias de hoje. Na maioria das reivindicações feitas é da falta de novidade no ar, ou seja, da mesmice, do blá blá blá piegas e cheio de linguiça, que fica no ‘achismo’. Todos compreendem que não está fácil fazer uma rádio acontecer, mas também não é nenhum de bicho de sete cabeças se criar, buscar alternativas contrárias ao óbvio. Bastam apenas códigos e idéias. O que se procurou na oficina foi encontrar uma receita, que não fosse a verdade absoluta, mas que servisse para dar um tom diferencial em seu dial em que a diversão e a educação pudessem andar de mãos dadas como filhas da mesma mãe.
Mistério não existe, o novo também. O que existe é uma unamidade, que não é burra, está viva, quer agir, divertir, educar, experimentar com o já existente, mas mostrar que se pode criar uma história com identidade própria, sem xerox ou cópias mal feitas, achando como se estivesse na crista da onda. O canal é o rádio como seu autêntico manual, códigos e idéias a serem absorvidos. O conteúdo, a segmentação sem segregação e coerência, personalidade, o profissionalismo e o conhecimento geral do comunicólogo são os fatores fundamentais para criação de uma rádio, que não seja conceituada de revolucionária, mas que venha contribuir como uma opção a mais em meio ao ouvinte senso comum.
Chegamos a conclusão que temos de estar atentos a todos avanços tecnológicos, ao profissional multimídia e a essa tal eterna reinvenção. Mas não podemos esquecer, que isto só é possível, com a criatividade, a contextualização autêntica, verdadeira e muita ousadia, pois para fugir do lugar comum é preciso correr riscos, sem perder o contato com o local.
Adorei essas troca de experiências, epero que aconteça mais vezes esses tipos de fóruns, onde nós possamos adquirir novos conhecimentos!!