‘Tão bem quanto um bom vinho’

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zeca2Zeca Baleiro é um dos nomes confirmados para a 4ª edição do Rock in Rio Lisboa, que ocorrerá entre os dias 21 e 29 de maio, no Parque Bela Vista, na capital portuguesa. O cantor e compositor maranhense estará no Palco Sunset Rock in Rio, onde incursionará numa atmosfera de improviso, experimentações. Enfim, na melhor tradução ‘gringa’ será uma Jam Session em que o palco será dividido com o patrício Jorge Palma, entre outros artistas, ‘que acreditam na fusão das culturas, como uma tendência, que não rivaliza, mas sim converge com a identidade e cria novas idéias e sonoridades desconhecidas do grande público. Zeca Baleiro editou nove álbums, vários singles e coletâneas. Já tem afinidade e platéia formada em terras estrangeiras, particularmente em Portugal. Em entrevista exclusiva ao jornalista Pedro Sobrinho, Zeca Baleiro falou do prazer em tocar com Jorge Palma de quem gravou uma faixa-bônus em um dos seus discos. Questionado sobre a evolução como artista, Baleiro afirmou em tom de brincadeira que está ‘tão bem quanto um bom vinho’.

Blog: O convite em participar do Rock in Rio Lisboa não ecoou como surpreendente uma vez que a sua música é conhecida e respeitada pela plateia portuguesa…

Zeca Baleiro: É, desde 99 tenho ido com regularidade a Portugal, e já tive vários discos lançados lá.

Blog: Você dividirá o palco com o músico Português Jorge Palma, num espaço batizado de “Sunset Rock in Rio”. De acordo com os organizadores do festival, ele foi criado para encontros inesperados, de experimentações e concertos únicos. Enfim, como será o seu envolvimento com esse espaço marcado pela descontração, pelo improviso, dentro de um contexto de Jam Session ?

Zeca Baleiro: No disco “Baladas do Asfalto e Outros Blues”, edição portuguesa, gravei uma faixa-bônus, uma canção do Jorge Palma chamada “Frágil”, que fez um relativo sucesso nas rádios portuguesas. Não nos conhecemos pessoalmente ainda, mas sei que ele admira meu trabalho, assim como admiro o dele. Acho que vai ser divertido, vamos poder tocar autores que são referências comuns, como Bob Dylan, por exemplo.

Blog: Como pretende interagir no palco toda a sua versatilidade e diversidade musical com Jorge Palma, rotulado como cantor de rock em Portugal ?

Zeca Baleiro: Na verdade, o trabalho dele é mais abrangente do que esse rótulo de “cantor de rock”. Há uma veia bluesy muito forte na sua música, assim como há um clima meio cabaré em alguns discos também. Ele é versátil, transita por muitos gêneros, acho que vai ser fácil a interação.

Blog: Em tempos de globalização cultural, saem fortalecidas as identidades regionais? Ou a fusão das culturas é uma tendência, em especial, na música ?

Zeca Baleiro: Acho que sim, saem sim. Com a padronização imposta pela globalização, vem o desejo de vermos afirmadas as identidades regionais, específicas, acho eu. Mesmo a fusão das culturas, que é sim uma tendência, não rivaliza com essa afirmação de identidade. Pois as fusões acabam por trazer à tona sonoridades novas, inéditas, desconhecidas do grande público.

Blog: Fora o Rock in Rio Lisboa, como Zeca Baleiro conduzirá o seu trabalho em 2010 ?

Zeca Baleiro: Tenho muitos projetos na agulha. Pretendo lançar neste ano uma coletânea das trilhas que já fiz pra cinema e dança e que estão dispersas. Tenho um disco gravado ao vivo, já pronto, com repertório de inéditas e releituras que vão desde Cartola a Camisa de Vênus. Chama-se “Concerto”, e foi gravado numa temporada de nove shows que fiz entre setembro e outubro no Teatro Fecap, em São Paulo. É um show só de violões. Tenho o projeto de um livro também pra este ano, uma compilação dos artigos que venho escrevendo no meu site desde 2005 sobre assuntos diversos. Veja, se Bruna Surfistinha, Doca Street e Lucila Diniz podem lançar livros, então eu também posso… rsrsrsrs.

Blog: Você lançou o CD duplo “Coração do Homem-Bomba”, que você denomina de um CD em dois tempos. Trabalhar com esse objetivo tem sido proveitoso mercadologicamente ?

Zeca Baleiro: Foi uma experiência, acho que deu muito certo, tanto artística quanto comercialmente. Os dois discos venderam cerca de 40 mil cópias, o que, nos dias de hoje, não é uma cifra desprezível. Foram feitos num formato econômico, mais barato. Vou continuar a experimentar nesse sentido, buscando alternativas a esse marasmo pessimista da indústria cultural.

Blog: Como você define a sua evolução como artista de..”Por Onde Andará Stephen Fry””até “O coração do Homem-Bomba””?

Zeca Baleiro: Me sinto melhor, como um bom vinho…rsrsrsrs

Blog: Rsrsrsrsrs..Zeca…(você) como sempre instigante brincalhão. Brigadão pelo bate papo…

Zeca Baleiro: Valeu e boa sorte a todos…

(Entrevista publicada na revista Òtima)

Foto: Guilherme Bergamini

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