O quesito emoção prevaleceu na reportagem especial feita pelo Bom Dia Brasil, da TV Globo, e exibido na edição desta sexta-feira, 12, onde a pauta foi o aniversário de Martinho da Vila, que segundo a marrom Alcione, Martinho é da Vila Isabel, da Portela, da Mangueira e do Mundo. Os rasgados elogios são justos tendo em vista a contribuição dele ao gênero genuínamente brasileiro.
Além da roda de samba feita pelos bambas e amigos de Martinho, o papo fluiu sobre o samba-enredo. “Aquele que, do nada, vem à cabeça, que de trechinho em trechinho, vira eterno. O questionamento era o seguinte: como é que acontece o processo de um dos grandes segredos do carnaval ?
O repórter Marcos Uchôa conversou com uma turma que entende do assunto. Compositores que fazem sucesso há 40 anos e estão felizes porque um nome vai ser muito aplaudido, este ano, nos desfiles do Rio de Janeiro. Sucesso tem nome. Simples assim: Martinho da Vila.
O encontro, no tradicional Bar Capelinha, em Vila Isabel, teve a presença de Paulinho Mocidade, Zé Catimba, Zuzuca do Salgueiro, David Corrêa, Aluísio Machado, Martinho da Vila, Sérgio Cabral e Haroldo Costa. Em volta da mesa de bar, muitas lembranças de sambas antigos. No papo, regado a samba, petiscos e cerveja, também teve espaço para política. “Hoje em dia, para uma samba ser escolhido, é preciso campanha, investimento”, disse Martinho da Vila.
Para ele, samba tem que emocionar. Gostei do comentário do Zé Catimba brincou argumentando que “nos bons tempos existiam parcerias no samba e hoje o que existe é “formação de quadrilha”. E mais a maior reclamação foi quanto a cadência do samba. Para muitos acelerou e perdeu o sentido. Mas, tudo faz parte de um carnaval chamado de contemporâneo, onde a receita é a inovação. O bom foi saber que em meio aos questionamentos o velho e bom samba não perdeu a espinha dorsal quando cantado por quem realmente entende do riscado.