Cine Tropical é o nome do segundo CD de Alê Muniz e Luciana Simões, protagonistas do projeto Criolina,conhecido nacionalmente. O mais recente trabalho do casal traz como concepção canções inéditas,
baseado em fatos reais, onde o foco principal é o cinema. Aventura, bang bang, ficção científica, chanchada, compõem trilhas sonoras que conduzem o ouvinte a diversos cenários e paisagens. O Cine Tropical
foi lançado em outubro, em três shows: um em Barreirinhas e os outros dois em São Luís, ou seja, na Praça Nauro Machado, Praia Grande, e em festa temática na Toca do Trovão, no Araçagy.
As gravações do disco foram iniciadas em São Luis, com os músicos João Paulo, Gerson da Conceição, Jayr Torres, Oliveira Neto, Luis Cláudio e Marcos Cliff. A finalização foi em São Paulo, no estúdio Saravá (de Zeca Baleiro), com participações especiais, em algumas faixas: o guitarrista Tuco Marcondes nas faixas Cine Tropical e Barbarella; o baixista Fernando Nunes dirigiu e produziu Namoradinho Refém e Vacinado; o trompetistaJoão Lenhare nas faixas Revanche e Louquinho; o trompetista Hombre em São Luis-Havana e Eu vi Maré Encher; e René Parise na faixa Louquinho. Entre as participações especiais também estão o saxofinista Célio Muniz, na faixa Cine Tropical, e o poeta Celso Borges, que compôs São Luis-Havana em parceria com a dupla
Depois de João do Vale, Alcione, Antônio Vieira, Zeca Baleiro e Rita Ribeiro, o casal Alê e Luciana, ou a patente Criolina, representa um divisor de águas na música feita por maranhenses. Em uma abordagem feita pelo jornalista Pedro Sobrinho, eles falaram sobre o projeto sonoro Criolina, o novo disco, a relação entre a música e a poesia. O bate papo informal foi à base de uma audição do Cine Tropical, um bom vinho. para combinar com a atmosfera das festas de fim de ano. A entrevista foi publicada na mais nova edição da revista Òtima.
Blog: O suingue do Criolina é feito de forma divertida e cheio de boas referências. Esse é o caminho a ser sempre seguido pela dupla Alê e Luciana,, idealizadora do projeto ?
Criolina: Sim, a gente acredita na boa música, na poesia. Achamos que boa música pode ser feita com bom humor, posso citar alguns artistas que possuem essa natureza, entre eles, Raul Seixas, Rita Lee e Zeca Baleiro…
Blog: Vocês lançaram recentemente em São Luís e Barreirinhas o novo disco “Cine Tropical”. Além das 14 faixas, o foco do trabalho é o cinema. Como é conduzir o ouvinte a diversos cenários e paisagens musicais envolvendo a sétima arte ?
Criolina: Alguns críticos, como um bom exemplo Pedro Alexandre Sanches, nos despertaram para o fato de que a nossa música é cheia de imagens. No novo trabalho a gente mergulhou a fundo nas imagens do cinema que nos marcaram de alguma forma, e claro, nas imagens do nosso cotidiano. A gente ficou inspirado pelos beijos de cinema, pelo amor, pelos gêneros que podíamos explorar, como a chanchada, que foi o início do cinema no Brasil.Tem ainda o bang, bang de John Wayne, além de fontes inspiradoras como Brigitte Bardot, o filme Bye bye Brasil e por aí vai.
Blog: Jovem Guarda, funk, reggae, música ‘kitsch’, misturados à cultura local dos pregoeiros, do tambor de crioula, entre outras manifestações maranhenses. Como é conceber tantas linguagens poéticas, sonoras e colocar em prática num CD ?
Criolina: É muito natural, porque a gente é isso. Nós ouvimos muita coisa, música africana, francesa, brasileira, jamaicana, cubana, e aí percebemos também uma ligação que nós temos com o Caribe, aqui em São Luis, com a música brega. Tem o forró que se ouve aqui e parece uma Soca, um Zouk…Isso tudo é muito engraçado perceber. Vale lembrar que a gente assistia também muito ao programa do Chacrinha. A unidade se dá quando a gente coloca a nossa personalidade a tudo isso, é claro, à nossa maneira.
Blog: A música da palavra ou palavra musicada, música falada ou palavra cantada com poesia tem estado presente no trabalho de vocês. Um exemplo é a participação do poeta maranhense Celso Biorges incursionando no disco e nos shows em São Luís. Fxpliquem sobre essa celebração da dupla com a música e poesia ?
Criolina: São Luís é uma cidade de poetas, Gonçalves Dias, Sousândrade, Ferreira Gullar, Nauro Machado e tem Celso Borges. Ele é nosso parceiro já desde antes do Criolina. E logo no primeiro CD já estreamos essa parceria com Carapinha, e agora em Cine Tropical, com São Luis-Havana. Em São Paulo já fizemos shows com participação dele no Sesc Santana e no Grazie a Dio. Ele tem um projeto chamado Poesia Dub com Otávio Rodrigues e Gerson da Conceição, que é muito bom!
Blog: Cine Tropical foi gravado em São Luís e em Sâo Paulo, e contou com o apoio da Funarte, por meio do Projeto Pixinguinha…
Criolina: Isso foi muito bacana, recebemos o Prêmio Pixinguinha, que é muito reconhecido no Brasil e que nos ofereceu a gravação do CD com três shows de lançamento dentro do Estado. Não economizamos nas idéias
e nem na realização. Nós gravamos aqui as bases, no estúdio Rolidei. Em São Paulo, as vozes, guitarras, trumpetes, mixagem e masterização com Evaldo Luna, técnico de Zeca Baleiro. E a arte da capa foi feita
por Amanda Simões, minha irmã, uma artista que viajou fundo nos cartazes de cinema antigo e na nossa música. Ficou melhor que a encomenda! Fotos do luxuoso Airton Valle.
Blog: Enfim, Cine Tropical é um disco consistente, que já foi lançado no Maranhão. Agora, como está processo de divulgação dentro e fora do estado ?
Criolina: Hoje em dia a gente tem que jogar nas onze posições, estamos enviando para os programas de rádio, para a curadoria dos Sescs, dos festivais e bolando estratégias de divulgação. Temos agora a campanha
BAIXE O SANTO PELA INTERNET. Voce acessa www.myspace.com/criolina e baixa a faixa o Santo. Haja conexão !!! Outra idéia que tivemos é a de conseguir um automóvel para sair divulgando esse CD nas principais
capitais do Brasil, parando de cidade em cidade, visitando as rádios e fazendo pocket shows. Só falta o felizardo que vai patrocinar esse projeto e entrar em contato com a gente!
Blog: Pô, sucesso com o Cine Tropical, nas estratégias para divulgá-lo. Vamos brindar por um 2010 de muitas realizações ?
Criolina: Obrigado pela lembrança. Vibrações positivas para você e a todos que acompanham o nosso trabalho. E vamos lá caminhando e fazendo música com personalidade e dignidade. Valeu o brinde !