Duas paixões

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Um domingo de sol escaldante, digno de férias, com a temperatura beirando os 40 graus no Rio de Janeiro, a cidade efervescente e do caos. E no meio de tanto calor, gente na praia, a melhor pedida foi ouvir música, praticar e prestigiar as diversas modalidades esportivas.

Se tem uma mistura que curto é o da música e do esporte. Quem esteve na areia de Copacabana, no domingão, pôde apreciar a etapa Mundial de Skate de Rua. Manobras radicais, malabarismo na rampa e no final venceu o argentino Milton Martinez. Um festão animado por um “deejay” que castigou em hip hop e rock´n´roll, consideradas trilhas oficiais dos skatistas. Valeu ouvir Snoop Dogg e Rage Against The Machine, dois nomes prediletos da cabeceira.

Nada mais justo também falar de futebol em um domingo delirante. A paixão nacional dos brasileiros está cada vez mais mobilizada com a reta final do Campeonato Brasileiro da Série A. No Rio, o fim de semana foi de festa. Mesmo sendo derrotado pela Portuguesa, em casa, por 1 a 0, o Vasco recebeu a taça de campeão da série B e o retorno para a elite do futebol brasileiro no ano que vem. Haja festa em São Januário. Já o domingo foi de expectativa para flamenguistas, tricolores e botafoguenses. E o que se viu no fim da tarde, foi o Botafogo, que vestiu a sua camisa e a do Flamengo para vencer o São Paulo de virada, por 3 a 2, no Engenhão. Tudo para não cair. Na lista dos possíveis rebaixados, o Fluminense foi até Recife e adquiriu os três pontos que precisava contra o Sport, rebaixado e na lanterna, e ainda acredita na possibilidade de permanecer na série A. O Pó de Arroz em fase de superação surpreendente ainda pega os equatorianos da LDU, em decisão da Copa Sul-Americana. Serão dois importantes jogos para conquista de título inédito e que servirão como vingança. Quem não se lembra do título da Libertadores perdido  em casa no ano passado.

E o Flamengo, quem diria, não passou vexame, mas deixou a sua torcida frustrada. Eu e os zilhões de flamenguistas espalhados pelo país inteiro esperávamos uma vitória contra o Goiás, em pleno Maraca. O alviverde goiano endureceu o jogo e arrancou um empate sem gols. Um verdadeiro apagão rubro-negro. Ah, mas nem tudo está perdido. Restam ainda esperanças e tudo está em aberto. Os próximos capítulos da decisão ficarão para as duas últimas rodadas de um dos campeonatos brasileiros mais disputados desde que inventaram os pontos corridos.

E depois de um domingão esportivo, nada de tristeza, ou de ficar assistindo o Silvio Santos ou Faustão, a boa mesmo foi cair na gandaia. E um ponto de encontro festivo foi o bairro de Santa Tereza, onde estavam animados os bares do Mineiro, do Gomes (locais que já serviram de cenário para gravação de comerciais de cerveja), e o da Fatinha, onde lá estava o projeto Mixando o Mundo, a convite do DJ Zod (RJ). No setlist não faltou som do mangue, música cor de abóbora, orgânica, inorgânica, merengue ouvido nas radiolas do Maranhão e samba (lógico). E por falar no maior cartão postal sonoro e genuínamente brasileiro, (o samba) (ele) veio em forma de rock, reggae, do Recôncavo, Jongo, raiz, caule. O importante que o ziriguidum rolou e fez animar, em meio aos vitoriosos e derrotados no domingão esportivo e ensolarado, o carioca, paulista, maranhense, a gringalhada (isso mesmo) e todo e qualquer brasileiro que se sente da gema. Enfim, só o som e o esporte salvam. O resto é…

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