A celebração “Back2Black” acabou na Cidade Maravilhosa. Pegando a carona no texto do jornalista da Rede Globo, Edney Silvestre: ‘Que festa foi aquela, capaz de reunir a diversidade cultural do Planeta. Juntas as cantoras cubanas Omara Portuondo, do Benim, Angelique Kidjo e Dona Ivone Lara, o pop de Marina Lima e o samba de Mart´nália, o cantor senegalês Youssou N´Dour e a carioca Marisa Monte, o escritor angolano Agualusa e o brasileiro Alberto da Costa e Silva ? Tantas vozes, tantas idéias. Assim foi o festival “Back2Black”, que começou na sexta-feira, 28, e encerrou no domingo (30), em uma estação de trens desativada, no Centro do Rio de Janeiro. A antiga estação de trens foi transformada para falar de 75 povos, 2 mil etnias e seus descendentes, espalhados pelo Planeta Terra’.
O festival buscou respostas para as perguntas: o que significa ser negro, hoje, em um País multirracial como o nosso ? Como é ser negro, hoje, no mundo ? No Back2Black as respostas vieram em palestras, debates e muita música.
Agora, o que pensam os movimentos negros espalhados do Oiapoque ao Chuí sobre a questão. Será que continuam a defender o discurso, que muita das vezes faz apologia e estimula a baixa estima, do apartheid e demagógico para os dias atuais. Um discurso em que muitos militantes, governamentais e não-governamentais, tiram proveito dela e nada fazem para modificar o panorama da maioria dos negros que vive excluídos em favelas, palafitas e periferias dos grandes centros urbanos. ´
Em se tratando de Brasil, é representativo o legado de resistência contra a escravidão deixado por Zumbi dos Palmares, entre outros quilombolas e abolicionistas da época. É tempo de rever a questão racial com um outro olhar, pois o mundo gira e os conceitos também.
Embora o preconceito e o racismo ainda sejam ameaças para a evolução da humanidade, o momento é de deixar as mágoas, rancores, xingamentos, a cor da pele de lado e nos conceituarmos como ser vivo e racional.
O “Back2Black” foi um bom passo para mostrar que as temáticas envolvendo etnias foram feitas, envolvendo a arte de maneira harmônica e legitimando que ela não tem cor.