Polêmica no tradicional Bloco Galo da Madrugada. A participação das bandas Calypso (do Pará) e Saia Rodada (Rio Grande do Norte) e do acordeonista Renato Borghetti (do Rio Grande do Sul) no desfile do tradicional bloco Galo da Madrugada, que será realizado neste sábado (21) em Recife (PE) tem provocado mal estar e protestos contra a organização do evento.
O presidente do Galo da Madrugada, Rômulo Menezes, diz ter recebido críticas de membros e até mesmo de um deputado estadual, que propôs “voto de repúdio” à diretoria do bloco, na Assembleia Legislativa, por considerar que as atrações descaracterizam a cultura pernambucana e desvalorizam os artistas locais.
Menezes, no entanto, diz que todas as cerca de 45 atrações dos 25 trios elétricos que irão fazer parte do desfile executarão um repertório 100% pernambucano. Segundo ele, a banda Calypso, por exemplo, famosa por tocar tecnobrega, contratou um maestro para adaptar suas músicas para o ritmo de frevo. “Também foram contratadas passistas para acompanhar Joelma nas danças em cima do trio”, diz.
Menezes afirma ainda que a visita de artistas de fora do Estado serve, na verdade, para fortalecer e divulgar a música pernambucana, e que não é novidade no desfile o fato de algumas músicas serem “transformadas” em frevo.
“Gustavo Travassos, filho do fundador do Galo (Enéias Freire, que morreu no ano passado), é cantor do trio oficial do bloco e canta músicas como ‘I Will Survive’ [famosa na voz de Gloria Gaynor] como frevo. Quanto mais pessoas participarem do desfile, melhor para a nossa música.”
Ainda é difícil para muitos puristas tentar entender a diversidade cultural e que moramos num País plural. As inovações ocorrem naturalmente e o preconceito é o grande responsável pelo atraso da humanidade. E que numa festa democrática como o Carnaval têm que falar a mesma linguagem.
Deu no G1