Adeus as marchinhas ?
Ao ligar a TV hoje pela manhã, assisti uma matéria telejornalística sobre o ensaio de blocos no pré-carnaval de Salvador. Uma mistura de afoxé, axé music, samba de roda do Recôncavo Baiano feita por gente nova, Carlinhos Brown cheio de ‘salamaleque’ e até as batidas do Olodum em contato com o rap do carioca Gabriel, O pensador. Como diz a gíria dos ‘fashions’: ferveção total, feita por baianos e gente de toda a parte do mundo. Devemos dar ‘a César o que é de César’, a Bahia que conseguiu realmente agregar o mundo com o seu caldeirão rítmico efervescente.
Como é cada qual no seu quadrado, aqui ainda mantemos a tradição das marchinhas irreverentes, dos blocos tradicionais e tribos de índios. São manifestações louváveis e dignas de assistirmos em qualquer canto.
Sonhar não custa nada, imaginamos um carnaval maranhense com nova fórmula. E como já dizia o velho guerreiro Chacrinha: “nada se cria, tudo se copia”, uma reinvenção da folia momesca maranhense similar a carnaval ‘taxado’ de multicultural do Recife. Será que daria certo ? Tenho minhas dúvidas, pois os valôres pras bandas de cá são diferentes. Ao perceber o gosto da maioria do povo, o nosso carnaval ‘multicultural’ estaria mais próximo dos baianos, por conta da pluraridade sonora.
Vejamos, como seria uma fusão na mesma passarela, corredor, circuito, do que temos de mais autêntico no carnaval com o forró pasteurizado do Ceará e da Paraíba, o brega, tecnobrega e o calipso do Pará, o samba rotulado de pagode, o funk das popozudas cariocas, o axé music baiano e o sertanejo ressuscitado pela novela “A Favorita” ? Só vendo pra crer essa alquimia !