Os Jogos Olímpicos de Pequim chegaram ao fim neste domingo, em grande estilo. A China mostrou para o mundo que o comunismo de Mao Tsé Tung continua a fazer história. Não estamos aqui levantando a tradicional bandeira vermelha dos comunistas, mas temos que concordar que os chineses se prepararam, fizeram uma grande festa e entraram na batalha para quebrar a hegemonia de norte-americanos, russos, ingleses, italianos, e tantos outros que se rotulam de superpotências mundiais.
O País mais populoso do mundo cumpriu a missão de promover um dos jogos mais caros e um dos espetáculos mais suntuosos da era moderna, quiçá, da antigüidade. Estivemos diante de mais um Jogos da Paz da quebra de recordes, da superação de atletas, das comemorações irreverentes e de Michael Phelps, o atleta que mais conquistou medalhas de ouro em toda a história das Olimpíadas, num total de 14, sendo oito em Pequim e seis em Atlanta, (EUA).
Acabada a festa, a celebração do esporte, restou passar o bastão, ou melhor, a tocha, para Londres, a próxima parada obrigatória das Olimpíadas, em 2012. Como tempo e a festa do esporte não param, o Brasil já pleteia 2016. Todos os ‘lobbies’ possíveis e imagináveis foram feitos, com a presença do presidente Lula, do atleta do século Pelé e de outros nomes do desporto nacional.
Patrocinar uma Olimpíada é sempre uma iniciativa louvável para o crescimento econômico de um País. Por outro lado é necessário uma profunda reflexão quando a parte interessada é o Brasil. Com certeza, bilhões, trilhões de reais, dólares, contos de réis, surgirão para que o sonho seja concretizado. Mas não podemos perder de vista que a participação brasileira em Jogos Olímpicos ainda é marcada por reflexões, protestos e chororôs.
Embora o País tenha ocupado a vigésima segunda posição no ranking geral das medalhas, fica a impressão de que não “amarelamos”, mas estamos ainda “verdes” para competir dentro de um contexto global. A vitória e a derrota ainda são motivos para alegria, choros e desabafos, que servem de comentários redundantes, ufanistas, piegas e circenses por parte da chamada “mídia de massa”. A culpa não é do atleta e todos nós sabemos que existe uma conjuntura política nacional escondida diante de uma burocracia burra e na falta de compromisso consistente de políticas públicas para formação de atletas prontos emocionalmente e vencedores.
É chegada a hora de se lavar a roupa suja e retirar de circulação uma nódoa histórica, geradora de um desequilíbrio social devastador. A inquietante mazela também se estende às artes, exemplificando a música Essas instituições precisam ser tratadas como prioridades, pois são de grande relevância social, capazes de transformar, informar e integrar os povos, sem que eles percam como foco a própria aldeia. São necessários investimentos e uma reforma profunda no sistema educacional e na democratização da informação no Brasil.
Pelos menos uma coisa é autêntica no País dos chorões. Temos um “povo heróico, bravo e retumbante. Oh, Pátria Amada Brasil” olhai com mais carinho aos vossos filhos, que por falta de oportunidades permanecem deitados em berço esplêndido, oferecendo a eles direitos conquistados constitucionalmente.