Depois do CD “O Samba é Bom” (2000), Zeca Baleiro resolveu reverenciar outro compositor da velha guarda do Maranhão que vivia no anominato. Trata-se de Lopes Bogéa, que morreu em 2004., aos 78 anos. Dividido entre a música e o ofício de radialista, Bogéa deixou cerca de 300 composições que ficaram que precisavam de um registro para eternidade.
Em 2002, a pedido dos amigos conterrâneos Chico Saldanha e Zeca Baleiro, registrou algumas delas para o CD que morreu sem ver editado. Balançou no Congá traz a voz de Bogéa em vinhetas e em músicas como Sapoti, Siricora, a ótima faixa-título e Balaiei, Sim.
A lista de convidados inclui Alcione, Beth Carvalho, Rita Ribeiro e Zeca Baleiro, intérprete da canção Minha Companheira. Destaque do arranjo do violonista Swami Jr., o bandolim de Milton Mori dá o tom seresteiro da faixa. Alcione – cujo pai, o maestro João Carlos, foi amigo de Bogéa – comparece na forrozeira 350 Anos de São Luís, parceria do compositor com João do Valle, composta em tributo à capital do Maranhão e propagada na voz de Ari Lobo.
Beth Carvalho defende Sambista de Fato – exemplo das boas incursões de Bogéa pelo samba. “Sambar todo mundo samba / Mas fazer samba / Não é pra toda gente”, avisa o autor em versos simples e eficientes.
Já Rita Ribeiro canta A Gente e o Mar, outra composição que se destaca no cancioneiro reunido por Zeca Baleiro na produção deste bem-vindo disco que perpetua, além fronteiras, o legado deixado pelo maranhense Lopes Bogéa.
Balançou no Conga será mostrado ao público em forma de “pocket show” ou de uma “Jam Session”, nesta sexta-feira, às 19h30, na Casa do Nhozinho, na Praia Grande. A festa vai contar com a participação do próprio Zeca Baleiro, além de Josias Sobrinho, Chico Saldanha, César Teixeira, Criolina (Alê Muniz e Luciana Simões).