Música e Tendências
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A Farofa Cultural é uma idéia louvável dos funcionários da Quadrante, Agência de Publicidade e Design, situada no Renascença I. As reuniões acontecem mensalmente e são feitas dentro de uma atmosfera de descontração e terapia ocupacional, logo após um dia exaustivo de trabalho. Já provou da farofa alguns nomes como os dos publicitários Luciana Bandeira e Guilbert Macedo, os designers Chico Lobo e João Raposo, o ator e diretor de teatro Denilton Neves (Cia. Deixa de Bobagem) e o gerente técnico da TVN, Waldo Lens.
Na primeira edição de 2008, tive o privilégio de ser convidado para colocar o ventilador na farofa. Foi uma experiência valiosa, pois pude conhecer de perto e interagir numa iniciativa que não quer mudar e nem dominar o mundo. Quer apenas mostrar o espírito de coletividade, substantivo, ou adjetivo esse, meio que fora de moda. Afinal de contas, a tal da sociedade moderna está criando gente com o espírito individualista no ser e no saber. Só que participar do Farofa Cultural veio a boa impressão de que nem tudo está perdido e que refletir em grupo ainda vale a pena, principalmente quando o papo é informal com direito a um lanche básico e uma boa trilha sonora. Desta forma aproveitamos a noite chuvosa de terça-feira, dia 22.
“” foi o tema em questão. Devido a sua amplitude resolvemos trocá-lo em miúdos, ou melhor, resolvemos atacar em cima da chamada “Diversidade Musical”. Diante do conceito atual de globalização, hibridismo, pluralidade cultural, entre outras terminologias, o mundo tornou as pessoas mais descartáveis e ecléticas, principalmente quando se pergunta qual é a música que você gosta de ouvir . A maioria dos mortais costuma dizer que ouve de tudo. Parece um posicionamento legítimo e verdadeiro em se tratando do leque de opções que se tem, da facilidade em adquirir o material e pela pluralidade de vertentes que a indústria cultural oferece. Mas deixei bem claro que o funcional quando se quer atingir a segmentação é ser diverso, com coerência. Você pode ouvir sertanejo, dance music, black music, reggae, samba, jazz, rock, forró, mas deve ter a sensibilidade em separar o joio do trigo. Acredito que quando isto não funciona acaba se “escutando tudo e não ouvindo nada”.
Quando tocamos no campo das tendências, logo coloquei em questão o Brasil e a sua diversidade cultural. Vivemos num país geograficamente continental onde é difícil dizer que tem uma música, um ritmo melhor, ou aquela música feita para as classes A, B, C, D, E ou qualquer etnia. A música é de todos e sem ela a vida seria um caos. Acho que somos privilegiados por conviver no dia-a-dia com essa arte milenar infinita. No contexto é importante citar que o Brasil é um dos maiores consumidores de música do planeta. Esse imenso Brasil que ainda se divide em vários Brasis, ainda é possível observar entre as regiões, estados, capitais e municípios, as particularidades, singularidades e os costumes de um povo. Uns, buscando aliar o passado ao presente, outros estagnados e não acreditando que uma civilização deitada em berço esplêndido corre o risco de ficar a margem de uma nova ordem cultural.
Durante a conversa informal uma das maiores inquietações diz respeitava sobre o futuro da música visto o bombardeio da indústria cultural. Sem querer ser o Messias ou Nostradamus, ou o criador de uma teoria da verdade, respondi que a música continua sendo uma arte suprema, cheia de complexidades e variações. Disse ainda que herói são os artistas que correm risco indo na contramão do óbvio, pois daqui pra frente acredito que iremos consumir uma música sem consistência e que jamais resistirá ao tempo. Enfim, temos que nos contentar com a música que continua tendo uma função social, mas nos dias de hoje serve apenas para divertir.