Amor à primeira vista

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Assim como navegar, renovar também é preciso. No universo maranhense de Djs um novo nome desponta e intitula-se de Dídis Telles, 21 anos, recém-formada em Publicidade e Propaganda. Mesmo nova no mercado, Dídis segue a filosofia musical do músico Caetano de que “gente é para brilhar e não para morrer de fome”. Na condição de estagiária da Rádio Mirante FM, comandou em 2007 o programa “Playblack”, às sextas-feiras, e teve o primeiro contato com as “pick ups” na festa “Setlist” no Espaço Armazém. O mais novo desafio é animar as férias de São Luís na “Quarta Black” do Cafofo (Lagoa da Jansen). O projeto, que também contará com o DJ Pedro Sobrinho, acontece todas às quartas-feiras do mês de janeiro, a partir das 21h. Dídis Telles fala da paixão pela música negra norte-americana e da vocação em ser DJ.

Blog: Como nasceu o interesse pela música negra norte-americana, rotulada pela mídia de “Black Music” ?

Dídis Telles: Nasceu em 1998, quando eu tinha 12 anos de idade e era jogadora de basquete. Nesse universo esportivo rola muito esse tipo de música. O amor pela black music se reforçou ainda mais com viagens que fiz para os Estados Unidos e tive o conhecimento de perto com esse tipo de cultura.

Blog: Como você se sente sendo a primeira DJ do sexo feminino e apostando em tocar somente “Black Music” em São Luís.

Dídis Telles: Fico muito feliz por poder mostrar o meu interesse e amor pela “Black Music” que já vem de tanto tempo. Sinto um prazer enorme de poder tocar o que há de melhor nesse segmento para as pessoas curtirem na balada. Tem tanta gente que vem de fora tocar black music, mas a gente percebe as vezes que eles não têm um conhecimento profundo na área. Às vezes esqueçemos e deixamos de valorizar talentos tão próximos da gente. Eu quero poder mostrar o meu trabalho e ser conhecida por isso.

Blog: Você está penetrando num mercado de muitos obstáculos. Em primeiro lugar, fechado para mulheres. Uma atividade onde poucas pessoas reconhecem. Isto não te incomoda ou você gosta de desafios ?

Dídis Telles: Você falou uma verdade. Mas eu vejo isso como um desafio, pois já existem muitas pessoas que reconhecem e apóiam meu trabalho. É claro que sempre vai existir um preconceito aqui ou acolá pelo fato de ser mulher. Mas isso não me incomoda.

Blog:Você acredita que pode formar escola, influenciar as mulheres locais para atuarem como “deejays” ou “deejéias” ?

Dídis Telles: O projeto no Cafofo é renovador e servirá como um canal e um estimulante para as mulheres que aparecerem por lá e tem a vocação no sangue. Espero ser útil em mexer com a vocação das mulheres maranhenses, pois aqui em São Luis não se ouve falar em Djs do sexo feminino. Por aí afora existem várias. Ser Dj é prazeroso e não pode ser apenas um espaço fechado para os homens.

Blog:Você acha que dá para ganhar dinheiro como DJ em São Luís ?

Dídis Telles: Dá sim. A noite em São Luis não pára, sempre tem festas boas por aí e quem comanda o rumo da festa é o DJ. Você ganha dinheiro se for um bom DJ.

Blog: Existem inúmeras vertentes musicais na Black Music, qual ou quais a que você se enquadra?

Dídis Telles: Para escutar, gosto de todas. Mas para tocar prefiro o rap e dependendo do lugar às vezes dá pra tocar R&B, que são baladinhas mais lentas e que dá pra se dançar a dois.

Blog: Em quais regiões do Brasil a influência da Black Music é mais forte?

Dídis Telles: Com certeza no eixo Rio-São Paulo, onde tudo começou de fato a cultura hip hop no Brasil, ou seja, no final da década de 80. Mas o movimento hip hop se locomoveu para outras regiões brasileiras.

Blog:Qual o motivo dessa grande divulgação e aceitação por parte do público?

Dídis Telles:A “Black Music” é uma música envolvente e está em completa expansão. Cantores com estilos musicais completamente diferentes se tornaram rappers. Exemplo claro dessa atual conjuntura é a reviravolta da romântica e esquecida Mariah Carey e a mudança radical da cantora Nelly Furtado, antes pop e inocente, agora promíscua, como diz o título de uma de suas músicas. A febre é alta que virão mais mudanças por aí, podem esperar. Da música à dança, do vestuário ao comportamento e da linguagem a indústria, o hip-hop formou artistas, adeptos e empresários.

Blog:Quais os hinos da pista “black” na atualidade ?

Dídis Telles:Hinos de figuras como Snoop Dogg, Eminem, Dr. Dre, Missy Elliot, sempre bombam nas pistas. Na atualidade, músicas como Last Night de Diddy e Keyshia Cole, Give it to me, do trio Timbaland, Nelly Furtado e Justin Timberlake, Don’t Matter do senegalês Akon e Beautiful Girls do jamaicano Sean Kingston fazer a pista pirar.

Blog:De que forma você pesquisa músicas novas do gênero ? A internet tem sido um instrumento para sua pesquisa musical ?

Dídis Telles: A mídia e a internet sempre foram grandes aliadas. Costumo acessar sites americanos onde me informo dos lançamentos, além de sites de diversas rádios, para djs, o top da billboard (que são as músicas que estão bombamdo nas paradas norte-americanas) e a Europarada.

Blog:Qual o seu conceito de DJ? Na sua opinião quem utiliza CD é DJ ou tocador de CD ?

Dídis Telles: O DJ é um artista, um profissional. Não existe essa de tocador de cd, já que existe a tecnologia, e ela foi criada para facilitar a nossa vida. É claro que o vinil é um incremento a mais e fica show de bola fazer scratch, mas isso não é tudo. O importante é ter um “setlist” que chame as pessoas para pirar na pista.

Blog:Quando você está em casa que tipo de som escuta ?

Dídis Telles:Para escutar só black music e O Rappa. Na balada, curto outros gêneros eletrônicos.

Blog: De cara você produziu e apresentou o Playblack na Mirante FM. Como foi a experiência de ficar um ano no comando de um programa genuinamente de “Black Music” ?

Dídis Telles: Sempre foi um sonho meu em poder ter uma experiência dessas como foi com o Playblack. Criei o projeto, apresentei na Mirante Fm e ele foi aprovado. Desde então comecei a produzir e apresentar o programa voltado para o mundo da “Black Music norte-americana. Foi muito bom poder ter esse contato semanal com os ouvintes da black music que continuavam a aumentar a cada sexta! É muito satisfatório ter o nosso trabalho reconhecido a cada ligação dos ouvintes elogiando o programa, pedindo música e participando. Um programa pioneiro na radiodifusão maranhense e que acrescentou no meu currículo como profissional da comunicação.

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